Para Iris Rezende, terrorismo pode resultar de injustiça social



Afirmando que a fome e a pobreza acirram os ânimos e podem provocar conflitos indesejáveis, o senador Iris Rezende (PMDB-GO) observou que o recrudescimento do terror deve também ser visto como resposta irracional a um cenário de injustiças ainda vivo num mundo dividido entre países ricos e nações que amargam extrema miséria.

Em discurso nesta segunda-feira (19), o senador opinou que somente uma coalizão mundial coerente e generosa poderá dar um fim à pobreza e com isso "diminuir o terrorismo, que coloca tantas vidas inocentes em risco". Ele disse que a solidariedade e a generosidade internacionais nunca foram tão desejadas como agora.

Na história da humanidade, disse Iris Rezende, que um dos principais fatores responsáveis pelas guerras civis foi a miséria. Ele pediu ações internacionais capazes de diminuir a pobreza e reduzir as desigualdades:

- Precisamos de um mutirão de países desenvolvidos para minimizar os dolorosos problemas dos carentes, dos sem-teto e dos excluídos - afirmou.

Iris Rezende também vaticinou que a paz mundial não será alcançada enquanto não for conseguida a justiça social. E, para chegar-se à convivência harmoniosa entre as nações, o senador disse que é fundamental um novo pacto mundial, baseado em gestos concretos de solidariedade.

Na opinião do parlamentar, com o advento da globalização, ampliaram-se as desigualdades sociais, inserindo-se o Brasil nesse contexto de graves injustiças. Em sua avaliação, a Organização Mundial do Comércio (OMC) cuida atentamente do interesse das nações ricas, sem se preocupar com ações que reduzam a pobreza.

Em apartes, os senadores Maguito Vilela (PMDB-GO), Lauro Campos (PDT-DF) e Heloísa Helena (PT-AL) se solidarizaram com a preocupação de Iris Rezende, dizendo que a redução da miséria é um tema constante em sua atuação parlamentar. Referindo-se ao Proer (Programa de Recuperação do Sistema Financeiro), eles criticaram o governo federal por priorizar a destinação de recursos para a salvação de bancos, negligenciando investimentos na solução dos problemas sociais.

19/11/2001

Agência Senado


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