Para João Pedro, índios de Roraima são vítimas de "empresários inescrupulosos"
Em discurso da tribuna nesta sexta-feira (9), o senador João Pedro (PT-AM) condenou a ação dos produtores de arroz que permanecem na reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. De acordo com o parlamentar, o problema tem sido causado por "empresários inescrupulosos" que desobedecem determinação do governo federal para a desocupação da área e comentem "atentados contra a vida de brasileiros que há séculos habitam a Amazônia".
- De um lado estão os indígenas, os primeiros habitantes do Brasil, vítimas do extermínio desde o início da colonização do país. Do outro lado, estão brasileiros que se dedicam ao agronegócio e que por meio da violência, explícita ou velada, ampliam suas plantações e criações de gado sobre terras de domínio das populações tradicionais - ressaltou João Pedro.
O parlamentar condenou ainda a ação de servidores públicos da região, que estariam "incitando as ações de violência contra os indígenas". João Pedro defendeu a conclusão da desocupação da reserva Raposa Serra do Sol, como condição para que os direitos dos índios do território de Roraima sejam assegurados, e alertou para a necessidade de ação mais efetiva da Polícia Federal no sentido de evitar a ampliação dos conflitos. Conforme observou, as áreas disponíveis no estado seriam suficientes para compatibilizar a preservação das populações indígenas e a produção agrícola.
Vazamento
Em seu pronunciamento, o parlamentar também defendeu que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos esclareça notícias veiculadas pela imprensa sobre o envio de informações de um servidor lotado na Casa Civil para um assessor do Senado, "que teria ligação com o senador Alvaro Dias [PSDB-PR]", referentes a gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.
- Precisamos esclarecer a relação entre essa pessoa citada pela imprensa, de nome André, com o senador Alvaro Dias. A CPI precisa convocar os dois servidores citados pela imprensa - afirmou ele.
Para João Pedro, as novas informações sobre o caso reafirmam a postura da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na busca da verdade, a partir da realização de investigações internas. Conforme observou o parlamentar, as declarações de Dilma Rousseff à Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) do Senado sobre a realização de um banco de dados referentes a gastos da presidência mostraria a lisura da ministra, restando apenas a necessidade de investigação sobre o vazamento de parte desses dados.
09/05/2008
Agência Senado
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