Para Lúcia Vânia, mulheres ainda estão sub-representadas em posições de destaque na sociedade



Ao discursar em Plenário, na sessão solene do Dia Internacional da Mulher, a senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) manifestou satisfação com os avanços registrados nas questões de gênero no Brasil e no mundo, mas observou que ainda há muito que fazer. Depois de destacar que a presença feminina já é observada em diversos planos da vida em sociedade, ela registrou que a maioria dos indicadores econômicos e sociais aponta para uma melhoria progressiva das condições socioeconômicas referentes a esse segmento da população.

- Novas leis, novos costumes e novas mentalidades estão, pouco a pouco, tomando o lugar do preconceito, da discriminação e da opressão. No cenário internacional, é cada vez mais comum encontrarmos mulheres chefiando Estados ou governos. Alemanha, Argentina e Chile são três exemplos de democracias comandadas por mulheres.

Mesmo com todas as conquistas observadas, a senadora salientou, no entanto, que, a mulher continua sub-representada em quase todos os campos profissionais de relevo político e econômico. "Não precisamos ir longe para encontrar um exemplo: no Senado Federal, somos apenas onze senadoras numa Casa de 81 membros, sendo, portanto, nossa representação de 13%", registrou.

Ainda abordando os avanços, lembrou que cargos que já foram privilégio dos homens hoje são ocupados por mulheres, tais como a presidência do Supremo Tribunal Federal, a chefia da Casa Civil, o comando da Receita Federal e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Observou ainda que cerca de 40% dos juízes e magistrados do país são do sexo feminino. Mas o país ainda precisa enfrentar, como disse, o problema da defasagem salarial entre homens e mulheres, que ultrapassa os 30%.

- A inserção profissional e a qualificação acadêmica da mulher brasileira vêm melhorando. Portanto, não se justifica essa defasagem, principalmente a salarial - criticou.

O nível educacional da trabalhadora brasileira, observou a senadora, é 37% mais alto que o dos homens, em média. O percentual de empregadas domésticas com nível médio subiu de 9,3%, em 2002, para 14,2% em 2006. Isso mostra, como disse, que a mulher brasileira, na questão do preparo, tem-se esforçado e passou a ocupar "posição invejável".

De acordo com a senadora, no relatório de 2008 do Fórum Econômico Mundial, o Brasil ocupa o 105º lugar entre os 128 países no ranking sobre a igualdade de trabalho entre homens e mulheres.

Ao concluir, Lúcia Vânia reservou uma menção especial a dona Ruth Cardoso, "uma mulher inteligente e culta que, com sua Comunidade Solidária, pretendeu mudar o tom das políticas sociais e deixou um exemplo de mulher com marca positiva na política brasileira".



05/03/2009

Agência Senado


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