PARA MARINA, REFORMA MINISTERIAL NÃO MUDARÁ PRIORIDADES DO GOVERNO



A líder do Bloco Oposição, senadora Marina Silva (PT-AC), afirmou nesta terça-feira (dia 13) que a anunciada reforma ministerial não fará mais do que "trocar nomes e mobília". Marina Silva considera que essa reforma em nada deverá mudar as prioridades do governo, que, em sua avaliação, privilegia o sistema financeiro com empréstimos a banqueiros falidos em detrimento do atendimento de saúde e educação à população necessitada. A senadora lamentou que o governo não consiga estabelecer uma política eficiente de geração de emprego e renda.- Este é um governo que está tendo enorme dificuldade em suceder a si mesmo, em cumprir as metas que ele mesmo traçou - disse a líder do Bloco Oposição, lembrando a baixa popularidade do governo de Fernando Henrique Cardoso revelada nas últimas pesquisas de opinião.FORDReferindo-se à aprovação do projeto de lei de conversão da Medida Provisória que prorrogou até dezembro a vigência de incentivos fiscais destinados a promover a industrialização das regiões Norte e Nordeste - e que possibilitará à montadora Ford instalar uma fábrica na Bahia -, Marina Silva afirmou que "o Congresso Nacional não pode ser refém de interesses localizados".Para a senadora, o pacto federativo foi mais uma vez atingido, mas o Senado Federal - fórum específico para discutir assuntos referentes à Federação brasileira - perdeu a chance de dar sua grande contribuição, ao aprovar o projeto de conversão que, na opinião de Marina, preteriu um estado (o Rio Grande do Sul, onde a fábrica da montadora Ford seria instalada) em detrimento de outro (a Bahia).A líder do Bloco disse que a renúncia fiscal concedida à montadora - cujo montante, segundo a senadora, chega a R$ 70 milhões ao ano - contrasta com as ações governamentais para geração de emprego e renda.- Enquanto se mendigam recursos para implantação do programa de renda mínima, para incentivo ao cooperativismo ou mesmo para a distribuição de cestas básicas, o governo dá R$ 70 milhões por ano para um setor que gera bem menos emprego do que o agrícola, por exemplo - afirmou a senadora. Marina lembrou que uma das justificativas para a instalação da montadora na Bahia é a de que ela vai beneficiar as regiões Norte e Nordeste. Mas a senadora, representante de um estado do Norte do país, acredita que sua região entrou somente com o nome e não irá receber qualquer benefício.

13/07/1999

Agência Senado


Artigos Relacionados


PARA LÚCIO ALCÂNTARA, GOVERNO DEVE SER LIBERADO PARA A REFORMA MINISTERIAL

Para Alvaro, reforma ministerial foi eleitoreira

Secretaria de Política para as Mulheres será mantida na reforma ministerial

Previdência de servidor, Lei da Copa, ICMS e reforma política são prioridades do governo em 2012

PARA ESTEVÃO, DO PONTO DE VISTA POLÍTICO, REFORMA MINISTERIAL MUDA POUCO

ACM REJEITA VETOS NA REFORMA MINISTERIAL