PARA LÚCIO ALCÂNTARA, GOVERNO DEVE SER LIBERADO PARA A REFORMA MINISTERIAL
"Devemos liberar o presidente da República para que componha seu governo da maneira que achar mais conveniente", pregou nesta segunda-feira (dia 28) o senador Lúcio Alcântara (PSDB-CE), para quem, nesse segundo mandato, Fernando Henrique Cardoso deve perseguir a meta de fazer o país crescer sem comprometer o déficit público e sem permitir a volta da inflação. O parlamentar reconheceu que associar estabilidade com crescimento econômico é uma meta difícil, mas lembrou que, quando o Brasil seguiu a política de deixar o bolo crescer para depois distribuí-lo, o resultado foi o fim do bolo e um maior número de pessoas à espera da divisão. Em sua opinião, o presidente Fernando Henrique enfrenta dificuldades porque não está conseguindo executar um programa de crescimento capaz de reduzir as extremas desigualdades que ainda marcam o país. Lúcio Alcântara pediu que seu partido libere o presidente para a realização dessa reforma ministerial, afirmando que os desentendimentos entre as legendas partidárias terminam por comprometer a própria ação do governo. "Nós, que devemos ser os maiores interessados no êxito do governo, devemos ter compreensão para liberá-lo", sugeriu ele. Para o senador, dessa forma o presidente conseguirá dar mais vigor a seu governo, sintonizando-o com a população e alterando as condições inaceitáveis em que ainda vive boa parte do país.Referindo-se à estabilidade da moeda, o parlamentar disse que esse é o maior capital do governo, mas apontou pesquisas recentes, segundo as quais há um deslocamento entre a imagem do presidente e o Plano Real. Em sua opinião, isso significa que o presidente da República não tem mais o direito autoral sobre o êxito da moeda, mas precisa ser liberado para conduzir com sucesso uma política econômica que devolva esperança à população. Aludindo ao desejo que tem o país de voltar a crescer, o senador leu matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo sobre a frustração do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) com o baixo crescimento do país. Os senadores Edison Lobão (PFL-MA), Ramez Tebet (PMDB-MS), Lauro Campos (PT-DF) e Ernandes Amorim (PPB-RO) apartearam o discurso de Lúcio Alcântara, propiciando um debate sobre as perspectivas de crescimento do país.
28/06/1999
Agência Senado
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