PARA MARINA, SUSPEITA DE ACM CONTRA "O CORREIO" DEVERIA SER INVESTIGADA
Em nome do Bloco Oposição, a senadora Marina Silva (PT-AC) disse, a respeito do episódio envolvendo o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, e o jornal Correio Braziliense, que, caso o senador tenha enxergado algum favorecimento ao jornal, a melhor atitude seria o encaminhamento da suspeita ao Ministério Público para investigação.- Estamos vivenciando uma das maiores conquistas da democracia brasileira, que tem como um dos seus baluartes a liberdade de expressão, e por isso, prezado Antonio Carlos, cabe ao Senado debruçar-se sobre o episódio - disse a líder do Bloco Oposição. A senadora ressaltou que a Constituição determina que é livre a manifestação de pensamento. "Se hoje podemos estar aqui debatendo é graças a essa luta por liberdade de expressão. Zelar pela Casa, pela Constituição e não tomar nenhum tipo de atitude que desrespeite esse preceito é nosso dever enquanto senadores da República", completou.Marina afirmou que causou mais estranheza ainda o fax enviado pelo presidente do Senado ao jornal porque, há pouco, os senadores fizeram uma sessão de homenagem ao Correio Braziliense. Em sua opinião, a atitude atual de Antonio Carlos contradiz suas palavras elogiosas ao jornal, na época.- O Congresso, vivendo a realidade de duas CPIs, tem de garantir que o processo vai ocorrer dentro da normalidade democrática. Esse tipo de procedimento cria um sentimento de desconfiança na população - defendeu.Em seu discurso, Marina Silva elogiou o gesto de grandeza do senador Pedro Simon (PMDB-RS), que discordou da atitude de Antonio Carlos, ao oferecer outra abordagem à discussão.Em aparte, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apoiou o pronunciamento de Marina e lembrou que, havendo acompanhado outras CPIs, ele certamente não poderia concordar que as presentes CPIs não irão ter conseqüências importantes para a sociedade. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que se sente incomodada com "qualquer demonstração de arrogância". Para a senadora, o alerta que a Casa fez ao presidente do Senado enobrece a democracia. Heloísa entende que se deve aproveitar o episódio para discutir questões mais relevantes como o acordo com o FMI e o uso excessivo de medidas provisórias, "que tira a tarefa de legislar do parlamentar". Já o senador Roberto Freire (PPS-PE) disse que Marina "falou pela consciência democrática da Casa".
13/04/1999
Agência Senado
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