PARA OSMAR DIAS, AUTORIZAÇÃO DE PEDIDOS DE EMPRÉSTIMO AUMENTA JUROS E DESEMPREGO



O senador Osmar Dias (PSDB-PR) afirmou nesta terça-feira (dia 31) que votar novos empréstimos é contribuir ainda mais para o aumento das taxas de juros e do desemprego. O senador se referia ao pedido de empréstimo solicitado pelo estado de São Paulo junto ao Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), num total de US$ 100 milhões, realizado em duas operações de crédito de US$ 55 e US$ 45 milhões.Osmar Dias, que relatou o pedido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), pediu à Mesa que registrasse nos anais do Senado dois ofícios assinados pelo presidente do Banco Central, Armínio Fraga, um datado de 8 de julho, que nega o pedido de empréstimo de São Paulo; e o outro, de 25 de agosto, encaminhando favoravelmente a solicitação ao Senado.De acordo com o senador, com a atitude Armínio Fraga "lavou as mãos e joga a bola para o Senado". Osmar Dias elogiou iniciativa do presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, que enviou requerimento ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, solicitando cronograma e informações referentes a operações de crédito externo. O senador condicionou a elaboração de seu parecer ao recebimento do relatório do Ministério da Fazenda.Nesta quarta-feira (dia 1º), Osmar Dias tem encontro com Malan, e deverá tratar do assunto. O senador paranaense acredita que a aprovação do pedido de São Paulo obrigará o Senado a votar da mesma forma em pleitos de outros estados. De acordo com o senador, para atingir as metas ditadas pelo FMI, o Congresso aprovou medidas de ajuste fiscal que "colocaram um peso enorme nos ombros da população do país" e agora não pode tomar decisões que contrariem esses atos. Osmar Dias aproveitou para desmentir que o governo esteja atingindo as metas do ajuste. Com base em dados obtidos junto à União, ele enumerou vários itens que não estão sendo cumpridos, como a determinação de que a dívida pública não supere 50% do PIB. Foi por esses motivos, conforme destacou, que Osmar Dias apoiou requerimento aprovado nesta manhã na CAE, de autoria do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), convidando o governador de São Paulo, Mário Covas, e o presidente do BC, para que possam esclarecer dúvidas dos senadores quando o pedido de empréstimo for a votação.Para realçar o agravamento da dívida, Suplicy afirmou, em aparte, que as despesas com pagamento de juros subiram de 7 a 9% das receitas correntes do governo, em 1995, 96 e 97, para 25%, em 1998. Os dados, conforme Suplicy, encontram-se em boletim do Banco Central.

31/08/1999

Agência Senado


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