Para Sarney, democracia representativa está fadada a desaparecer e dará lugar à participativa



A democracia representativa, hoje, está fadada a desaparecer, e o futuro aponta para a restauração da democracia participativa, como na Grécia antiga. A avaliação foi feita pelo presidente do Senado, José Sarney, durante o painel "As novas mídias e a crise do Parlamento", do seminário Brasilianas.org, realizado na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (9).

Para Sarney, os parlamentos envelheceram, deixaram de representar a sociedade adequadamente. A representação parlamentar, disse, vem sendo superada logo após a posse dos eleitos pela velocidade dos acontecimentos, divulgados e acessíveis à população graças à mídia. Além disso, cada vez mais os meios de comunicação e a quantidade de informações disponíveis emergem e definem a opinião do eleitorado, e isso vem operando uma transformação no mundo político.

- O Congresso passou a ser concorrente da mídia - declarou.

Por isso, disse Sarney durante a palestra, é necessário que os políticos ouçam a sociedade organizada, estejam sintonizados com as mídias e ouvindo o próprio eleitor, que não fica mais preso a uma única fonte de informações.

- Por isso o sucesso do twitter - observou.

A internet, ressaltou, além de ser um instrumento que modificou a democracia participativa, a atuação dos parlamentares, também foi responsável pela libertação dos meios de informação, abrindo um leque de verdades e de contestação que tirou o monopólio dos grandes jornais, sistemas de televisão e organizações de mídia.

Sarney também criticou a atuação dos partidos políticos atualmente, que "não pregam mais ideologias". Em sua avaliação, os partidos querem exercer o poder, e não mais trabalhar a "parte programática".

Programa

O seminário Brasilianas.org marcou o lançamento do programa homônimo veiculado na TV Brasil, apresentado pelo jornalista Luís Nassif, e que pretende discutir políticas públicas com a comunidade, empresários, especialistas e autoridades. No evento, estiveram presentes a presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Teresa Cruvinel, e Helena Chagas, diretora de jornalismo. Na ocasião, Teresa Cruvinel defendeu a comunicação pública.



09/03/2010

Agência Senado


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