PARA SENADORES, INDÚSTRIAS DE CIGARRO E BEBIDA FAZEM PROPAGANDA ENGANOSA



"Qualquer pessoa de bom senso que analise as peças publicitárias de cigarro e bebida alcoólica, principalmente as que são veiculadas na tv, vai ter a oportunidade de constatar que se trata de propaganda enganosa". A afirmação foi feita nesta quarta-feira (dia 19) pela senadora Heloísa Helena (PT-AL), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) destinada a ouvir representantes de diversas entidades sobre os problemas causados pelo fumo e pelas bebidas alcoólicas e a influência da propagada desses produtos sobre os hábitos da população.A audiência foi solicitada por Heloísa, relatora dos projetos dos senadores Eduardo Suplicy (PT-SP), Marina Silva (PT-AC) e Emília Fernandes (PDT-RS), que modificam a atual legislação que regula a propaganda de cigarro e bebida alcoólica, restringindo-a ou proibindo-a a exemplo do que já acontece nos EUA e em vários países europeus. Os três projetos foram apensados na CAS por tratarem do mesmo assunto. Para a relatora, a discussão do problema deve partir do entendimento de que "a desculpa do livre arbítrio" não pode ser empregada como argumento para justificar a veiculação da propaganda daqueles produtos. "As pessoas precisam conhecer pelo menos os dois lados da questão, para não se deixarem influenciar pela falsa associação do cigarro e da bebida com moças e rapazes belíssimos, praticantes de esportes radicais e com o próprio sucesso", sugeriu.O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Cerveja, Marcos Mesquita, tem opinião diferente. Para ele, o mecanismo de auto-regulamentação previsto na lei Murad, que trata da propaganda desses e de outros produtos, que os projetos em pauta pretendem aperfeiçoar, já é suficiente. Ele insistiu que o objetivo da publicidade, no caso das bebidas, não é induzir ao aumento do consumo do produto, mas "diferenciar uma marca da outra"."Repudiamos qualquer relação do produto cerveja com o termo droga" disse Marcos, que informou serem 120 mil o número de empregados que trabalham nas 54 indústrias de cerveja existentes no país. Elas geram R$8 bilhões por ano a preço de custo, e pagam R$6 bilhões em impostos à Receita, assegurou.

19/05/1999

Agência Senado


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