PARA SIMON, INDICAÇÃO DE TERESA GROSSI PARA LUGAR DE ALVAREZ SERÁ REJEITADA PELO SENADO



A possível indicação de Teresa Cristina Grossi Togni para a diretoria de Fiscalização do Banco Central foi considerada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) como "um desafio, uma provocação ao Senado Federal". Ele solicitou ao presidente da Casa, Antônio Carlos Magalhães, que interceda junto ao presidente da República para que a indicação não seja feita. "Esta senhora não pode ser indicada. Se for, vai ser rejeitada", afirmou. Teresa Grossi, atual chefe do Departamento de Fiscalização do Banco Central, estaria sendo cogitada para o lugar de Luiz Carlos Alvarez, que se demitiu após entrevista em que atacou o relatório final da CPI do Sistema Financeiro denominando-o de "lixo".
Simon deu vários argumentos para justificar a rejeição ao nome da funcionária do BC. Na 4ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal tramitam duas ações por improbidade administrativa, "mas estou informado de que ela estaria arrolada em outras duas ações, num total de quatro processos", disse.
O relatório da CPI sobre o socorro aos bancos Marka e FonteCindam, lembrou o senador, recomenda ao Ministério Público Federal a responsabilização civil e criminal dos servidores da fiscalização do BC por terem agido contra a obrigação legal de liquidar o Marka, por permitirem que o banco fizesse transferências ao exterior e por terem tentado dar aparência de legalidade a operações financeiras que não a tinham. No comando da área de fiscalização durante a mudança cambial de janeiro de 1999, acrescentou, "teria partido dela a decisão de socorrer os tamboretes Marka e FonteCindam, contra recomendações de fiscais do BC, que queriam a liquidação". A operação resultou em prejuízo de R$ 1,7 milhão para a União, conforme o relatório final da CPI.
Simon referiu-se também à participação de Teresa Grossi na elaboração de uma carta em que a Bolsa de Mercadorias & Futuros solicitava que o BC socorresse os dois bancos. "Foi comprovado pela CPI que essa carta foi acertada entre o BC e a BM&F.; Isso é falsidade ideológica", enfatizou.
Outro argumento do senador foi o de que "conhecedores dos meandros do BC" dizem que Teresa Grossi é muito ligada a Alvarez. "Será que ela também acha que o nosso relatório é um lixo?", questionou. Segundo o sindicato dos funcionários do BC, completou o senador, a possível indicada lidera um processo de desmonte da fiscalização do BC e teria inspirado a redução de 10 para 4 no número de delegacias regionais. "Para controlar nada menos que 21 estados, escolheu a delegacia de Minas Gerais, de onde ela é oriunda", disse Simon.

01/12/1999

Agência Senado


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