PARA TIÃO VIANA, PAÍS NÃO SEGUE RECOMENDAÇÃO DA OMS SOBRE IDOSO



Ao registrar o Ano Internacional do Idoso, decretado pela ONU, o senador Tião Viana (PT-AC) disse, nesta segunda-feira (dia 26), que o Brasil não está seguindo à risca as determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a começar pela atual campanha de vacinação. Segundo o senador, a OMS recomenda a vacinação de pessoas com mais de 60 anos e a campanha do governo atinge apenas os idosos acima de 65 anos.- O Brasil tem hoje 12,5 milhões de idosos, mas só 70% serão imunizados contra a gripe. A vacina contra pneumonia será aplicada apenas na população idosa de asilos ou que se encontra hospitalizada. Não temos os dados oficiais de quantas doses de vacinas contra difteria, tétano e febre amarela serão aplicadas. Como também não dispomos de dados sobre o número de vacinas aplicadas na região Norte - criticou o senador.Houve um crescimento do número de idosos no Brasil para o qual o país não se preparou, disse Tião Viana, embora o fato fosse previsto há quase duas décadas. Um exemplo deste despreparo, segundo o senador, é que até hoje as escolas de medicina não têm a cadeira de geriatria. "A exclusão social e a situação de miséria absoluta em diversas camadas da população, agravam a situação de abandono de nossos idosos", opinou. Dados apresentados por Tião Viana atestam que o processo de envelhecimento da população atual do Brasil é comparável, em intensidade, ao dos países europeus no pós-guerra. Projeções feitas pela OMS prevêem que no ano 2025 o número de idosos chegará a 15% da população, totalizando 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos, a mesma proporção da Europa. Em 1960, o Brasil ocupava o 16º lugar, com 2 milhões de idoso, em 2025, o país estará em 6º lugar no ranking mundial. O senador disse que o aumento do número de idosos preocupa "porque não há, paralelamente, uma melhoria nas suas condições de vida". Embora sejam poucos os estudos sobre o envelhecimento no Brasil, disse o senador, trabalho recente do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea) informava que a renda dos idosos pode representar até 45% do orçamento familiar e cerca de 62% dos homens que trabalham, e têm entre 65 e 90 anos, cumprem jornada de 40 horas. Tião Viana se disse chocado com disparidade entre a propaganda do governo e a realidade. "Agora mesmo, é impressionante a ousadia do Executivo ao anunciar que a crise econômica já passou, se até o Fundo Monetário Internacional reconhece que teremos 10% a mais da população no estado de miséria", exemplificou. Em aparte, o senador Lauro Campos (PT-DF) afirmou que o presidente Fernando Henrique Cardoso, aposentado com poucos anos de serviço, disse, referindo-se aos idosos, que "trabalhar é muito bom para a saúde".

26/04/1999

Agência Senado


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