Parlamentares comentam discurso de ACM
Vários parlamentares apartearam o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) no pronunciamento em que pediu uma autocrítica dos partidos. O presidente Renan Calheiros colocou-se à disposição dos parlamentares, no exercício do cargo de presidente do Senado, para encaminhar as reformas demandadas pela sociedade.
O primeiro vice-presidente da Casa, Tião Viana (PT-AC), por sua vez, parabenizou o senador por expor as "hemorragias morais" do sistema partidário e propôs que os parlamentares aceitem o desafio do senador de realizar um "debate doutrinário" e a "inadiável reforma política".
O senador Jefferson Péres (PDT-AM) referiu-se ao discurso de ACM como "um grito de desencanto". Ele destacou o desprezo da população diante de partidos políticos que defendem interesses em vez de princípios, como uma espécie de "igrejinhas de compadrio para assaltar os cofres públicos".
O presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE), que classificou ACM de "homem de Estado", atribuiu a destruição dos partidos à sucessão de escândalos e afirmou que a democracia, em conseqüência, sofre riscos de descontinuidade.
O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) atribuiu o "desmonte" dos partidos ao PT, partido que, segundo ele, criou o "mensalão", forma de construção de "uma maioria formada por um processo cujo conteúdo é desmontar os partidos existentes". Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio, exaltou a "saúde cívica" do senador Antonio Carlos Magalhães. Para o líder, um país não pode avançar em sua democracia com partidos políticos "frágeis em sua essência".
O líder do Democratas, José Agripino (RN), afirmou que o recado de ACM "merece crédito", tendo em vista suas credenciais como político que ocupou vários cargos no Executivo e Legislativo e defendeu a reforma política, com a reformulação dos partidos, a começar da aprovação de projeto que estabelece a cláusula de barreira. Para Agripino, os partidos estariam contaminados com "o vírus da divisão interna" e a solução estaria em harmonizar, dentro do partido, homens e mulheres em torno de idéias.
O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) afirmou que a reflexão proposta por ACM é "decisiva para a democracia". Segundo ele, não é possível a existência de um projeto de Nação sem partidos e sem democracia interna nos próprios partidos. Ressalvou, porém, parte do pronunciamento em que o representante baiano debitou somente ao PT a responsabilidade pela crise atual.
O senador Marco Maciel (DEM-PE) criticou o "voto fulanizado", representativo do sistema partidário brasileiro e disse que, na sua avaliação, a reforma política deve "ir além", contemplando o aprimoramento do sistema de governo. Para o senador, é necessário observar a harmonia e independência dos três poderes, conforme previsto pela Constituição, e respeitar o princípio federativo. Atualmente, disse Maciel, há uma concentração de poderes na União.
O senador Romeu Tuma (DEM-SP) classificou o discurso do colega de partido como um "hino à democracia" e disse que, no debate da reforma política, os parlamentares têm esquecido o eleitor, para ele, o principal interessado nas mudanças. Tuma referendou a opinião de ACM sobre a existência de ditadura em seu próprio partido com a hegemonia de determinados grupos políticos.
O senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) afirmou que a reforma política em tramitação na Câmara não atende às necessidades do momento e pediu uma reforma "mais aprofundada".23/05/2007
Agência Senado
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