Parlamentares podem mudar regra de distribuição de verbas do PAC



Matéria atualizada em 29/06/2010 às 10h49

Está marcada para esta terça-feira (29), às 19h30, sessão conjunta do Congresso Nacional para votar o PLN 3/10, que altera regras de remanejamento das dotações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na lei orçamentária deste ano. De autoria do Executivo, o projeto foi aprovado pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) sob a forma de substitutivo, relatado pelo deputado Carlos Abicalil (PT-MT). A sessão será realizada no Plenário da Câmara.

Esta será a terceira sessão do Congresso convocada para examinar a matéria. Nas duas anteriores - realizadas em 27 de maio e no dia 23 último -, o texto não foi votado por falta de acordo. Na sessão realizada em maio, o líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), chegou a admitir a possibilidade de conceder autorização para o remanejamento integral da despesa autorizada para cada projeto, mas mediante exame prévio caso a caso.

Pelo substitutivo, poderão ser redistribuídas até 30% das dotações orçamentárias globais - destinadas ao conjunto de obras do PAC -, dentro das ações desse programa. Atualmente, a margem desse remanejamento é de até 25% do valor de cada projeto do PAC. Com a mudança proposta, o governo poderá, por exemplo, ao longo do ano, zerar uma despesa autorizada para determinada obra do PAC em favor de outra, considerada mais promissora.

Segundo o Executivo, tal mudança proporciona mais recursos para aqueles projetos que estão progredindo satisfatoriamente, reduzindo-se, dessa forma, as dotações orçamentárias dos projetos que tenham desempenho inferior no âmbito do PAC.

"Esse instrumento permite uma alocação mais eficiente e de qualidade dos escassos recursos orçamentários", diz o secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, João Bernardo Bringel, que assinou a exposição de motivos enviada ao Congresso. A matéria altera o inciso 18 do artigo 4º da Lei 12.214/10, que estima a receita e fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2010.

Quando da tramitação do texto na CMO, o relator rejeitou duas emendas apresentadas ao projeto, mantendo o texto preparado pelo Executivo, mas acrescentou um parágrafo para estabelecer que o governo deve encaminhar trimestralmente à Comissão Mista de Orçamento relatório com as modificações decorrentes da aplicação do remanejamento dos recursos.

De acordo com Carlos Abicalil, a proposta do Executivo não introduz nova programação na lei orçamentária anual durante sua execução, mas reforça a programação já autorizada pelo Congresso no processo orçamentário. Dessa forma, acrescenta o relator, "o Executivo não pretende inovar no mundo jurídico ou orçamentário, mas simplesmente assegurar a possibilidade de reconfiguração dos investimentos restritos ao PAC".

O orçamento deste ano autoriza despesa total de R$ 30,3 bilhões para projetos do PAC, incluindo créditos adicionais. As despesas são destinadas a obras em rodovias, ferrovias e portos, bem como em projetos para geração de energia elétrica, entre outros. Até o momento, foram empenhados (autorizados para a execução de despesas) R$ 14 bilhões para o programa. As obras efetivamente executadas no âmbito do PAC representam, até então, gastos de R$ 1,4 bilhão, com realização de pagamentos de cerca de R$ 1,3 bilhão.

28/06/2010

Agência Senado


Artigos Relacionados


WALDECK QUER MUDAR DISTRIBUIÇÃO DE VERBAS DA SAÚDE PARA OS ESTADOS

LDO: governo aceita mudar regra para obras com irregularidades

Paim quer mudar regra para pessoas com deficiência em concursos públicos

Sem acordo, Congresso não vota regra para remanejamento de verbas do PAC

Sem acordo, Congresso não vota regra para limite de remanejamento de verbas do PAC

Lúcia Vânia critica adoção de FPE como regra de distribuição dos 'royalties' do petróleo