Patrícia diz que violência tem aterrorizado integrantes da CPI da Exploração Sexual
Na sessão solene pelo transcurso do Dia Internacional pela não Violência contra a Mulher, nesta terça-feira (25), a senadora Patrícia Saboya (PPS-CE) afirmou que os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Exploração Sexual, presidida por ela, deparam-se com um quadro de violência que os tem aterrorizado: -crianças de 2, 4, 5, 8, 10 anos de idade que, diariamente, são violentadas no país-, segundo afirmou.
Segundo Patrícia, essas crianças estão expostas a todo o tipo de violência, o que acontece não apenas nas grandes cidades, mas também nas cidades de médio e pequeno porte. São crianças, observou, que deveriam estar na escola, nas praças, -as meninas brincando de boneca, os meninos jogando futebol, soltando pipa-. São crianças, acrescentou, que sequer podem falar sobre a violência, com medo de enfrentar o adulto, em geral conhecido, que praticou a agressão.
A senadora informou que 94% dos casos de abuso contra crianças e adolescentes têm como responsáveis pessoas que conhecem a própria criança ou adolescente - como o pai, o padrasto ou o vizinho. Patrícia afirmou ainda que o quadro de desemprego acaba levando à desestruturação das famílias.
- É importante que tenhamos uma legislação forte, que lutemos pelos direitos de todas as mulheres, mas é fundamental uma atenção especial às que vêem seus direitos usurpados no dia-a-dia e às crianças e adolescentes - prosseguiu.
Depois de lembrar a vergonha e o preconceito -que rondam a violência sexual-, a senadora disse que somava a sua voz à de tantos outros que vêm fazendo dos seus mandatos e de sua vida uma luta em benefício de uma sociedade mais justa. Patrícia reafirmou sua convicção de que, mesmo diante da miséria, da pobreza, do drama, da crueldade com que são tratadas as crianças e adolescentes, é possível mudar essa situação, desde que cada um esteja consciente do seu papel dentro da sociedade.
- Espero que a CPI possa ajudar a romper o silêncio que ronda a violência e a exploração sexual contra crianças e adolescentes. Não podemos tolerar isso. Espero que este dia de mobilização possa servir para nossa permanente e futura luta pelo direito de mulheres, crianças e adolescentes no país - concluiu.
25/11/2003
Agência Senado
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