Patrocínio pede bom senso na disputa sucessória da Câmara e do Senado



O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO) fez, nesta sexta-feira (dia 2), um apelo a senadores e deputados para manterem o bom senso durante a disputa pela renovação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. O senador afirmou que o dólar subiu a quase R$ 2,00 e a Bolsa de São Paulo caiu três pontos percentuais, no dia anterior, por causa da intranqüilidade dos mercados face ao clima exacerbado que está marcando essas eleições.

Patrocínio manifestou seu apoio ao candidato da oposição à Presidência do Senado, Jefferson Péres (PDT-AM), vaticinando que, se eleito, ele manterá as iniciativas de cunho social que marcaram a atuação do atual presidente, Antonio Carlos Magalhães, entre elas a criação do Fundo de Erradicação da Pobreza, que começa a ser executado este ano. "É isso que espera de nós a população", disse.

Patrocínio lembrou a desigualdade gritante entre ricos e pobres no Brasil, citando números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para concluir que um rico no Brasil ganha o mesmo que 50 pobres, gerando uma situação de apartheid social.

Ele citou o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, onde estiveram representadas 122 nações, como um indicativo de que providências urgentes precisam ser tomadas para buscar um contraponto à globalização. Para Patrocínio, a hora de mudar é já, com governo e sociedade implementando políticas públicas voltadas para o social, para os setores mais carentes do país.

Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) afirmou que o Fórum Social é o contraponto necessário ao Fórum Econômico de Davos, porque não existe nada pior do que um pensamento único. Para ele, achar que o mercado, automaticamente, cuidará dos mais pobres é ilusão. Da mesma forma, Péres considera impossível atacar os problemas sociais sem um ajuste macroeconômico. "Os dois lados da questão precisam ser abordados em conjunto", constatou.

Também em aparte, Roberto Saturnino (PSB-RJ) considerou o Fórum de Porto Alegre uma demonstração mundial de insatisfação com o neoliberalismo, preconizando a necessidade de reversão a um sistema mais humanista. Segundo o parlamentar, a presença de representantes dos países mais ricos na reunião demonstra ser viável uma aliança de todos para olhar para os problemas sociais buscando soluções.

02/02/2001

Agência Senado


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