PATROCÍNIO PREGA PAPEL MAIS ATIVO DO BRASIL NO COMÉRCIO INTERNACIONAL



O senador Carlos Patrocínio (PFL-TO), ao fazer uma análise da atual situação das exportações brasileiras de produtos agropecuários e agro-industriais, protestou contra as medidas protecionistas tomadas pelos Estados Unidos, que prejudicam o Brasil, e conclamou o país a assumir um "papel mais ativo" na busca de alianças com os países emergentes. O senador também pregou a luta por reformas na Organização Mundial do Comércio (OMC), que sempre "privilegia os interesses comerciais dos países desenvolvidos.
O senador citou recente entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo, pelo economista norte-americano Gary Hufbauer, que revelou estar o protecionismo dos Estados Unidos custando ao Brasil US$ 6 bilhões por ano em exportações não realizadas, considerando apenas três produtos: laranja, açúcar e aço. Patrocínio defendeu a pronta reformulação da OMC para que se torne um organismo imparcial e moldado para promover o livre comércio, principalmente nas áreas de produtos agropecuários e agro-industriais, siderúrgicos e têxteis, em que o Brasil tem vantagem comparativa. .
Carlos Patrocínio também alertou as autoridades do país para o fato de que os países desenvolvidos, além de estipularem altas alíquotas de importação e barreiras não-tarifárias, impedindo a entrada de produtos brasileiros, agora "começam a inventar novas teorias no âmbito do comércio internacional". São as chamadas cláusulas ambientais e trabalhistas, que já contam com o apoio do presidente Bill Clinton, que pretendem coibir as exportações de países que não se amoldam a exigências nos campos do meio ambiente e relações de trabalho, tais como trabalho infantil, por exemplo. .
Ele lembrou que o Brasil, ao lado da Austrália, Argentina, Nova Zelândia e mais 14 países, havia conseguido a adesão norte-americana para reclamar a redução dos subsídios que a União Européia concede aos seus agropecuaristas. "No entanto, ao se aproximar da frustrada reunião da OMC em Seatle, os Estados Unidos mostraram certa hesitação em manter-se firmes na posição assumida, de forma a não melindrar os europeus". .
- Não devemos temer retaliações por parte de quem quer que seja. Nossa obrigação é ocupar o espaço de liderança que nossa situação histórica nos permite almejar. - concluiu o senador. .

17/02/2000

Agência Senado


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