Paulo Hartung se diz apreensivo com rumos da política monetária



Diante da recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa básica de juros (Selic) de 15,75% para 16,25% ao ano, o senador Paulo Hartung (PPS-ES) revelou em Plenário, nesta quinta-feira (dia 19), estar apreensivo com os rumos da política monetária nacional. Hartung também se disse preocupado com o aumento de R$ 18 bilhões, registrado em março, no estoque da dívida pública federal.

Na sua opinião, o Banco Central reincidiu no "erro" de aumentar a taxa de juros Selic, que já havia sido elevada em 0,5% em março, passando de 15,25% para 15,75%. Ao lado da valorização do dólar propiciada pela crise da Argentina e dos problemas econômicos dos Estados Unidos, a decisão do Copom, segundo Hartung, contribuiu para espalhar o pânico no mercado financeiro interno.

"Essa barbeiragem aumentou o custo de captação de crédito pessoal e de investimentos pelos microempresários", declarou. O senador convocou o Congresso a debater a significativa elevação da dívida pública ocorrida em março. "No momento em que o governo começa a fazer caixa com o aumento da Cofins e da CPMF e com o congelamento da tabela do Imposto de Renda, torra R$18 bi por erro na condução da política monetária", criticou.

Paulo Hartung também cobrou da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) um acompanhamento mais constante das deliberações do Copom e das estratégias de política monetária traçadas pelo Banco Central. Apesar de condenar a majoração da taxa básica de juros nos últimos dois meses, o parlamentar avalia de forma positiva o trabalho realizado por Armínio Fraga Neto à frente do BC.

Em aparte ao pronunciamento de Hartung, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) criticou a tese da independência do Banco Central. Para ele, o fundamental é que o Senado cumpra a sua função de fiscalizar os atos do governo e que a sociedade participe mais da discussão das questões econômicas.

19/04/2001

Agência Senado


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