Paulo Paim critica perda de recursos da Previdência com plano de incentivo à indústria



O senador Paulo Paim (PT-RS) repetiu, nesta quarta-feira (4), um alerta em relação à decisão do governo federal de desonerar a folha de pagamento de empresas de setores afetados pela crise econômica mundial. Ele citou artigo de sua autoria publicado no jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, em que comenta esse aspecto do pacote de ações de incentivo à indústria nacional anunciado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff.

No texto, Paim adverte o governo federal que a desoneração da folha de pagamento das empresas, com a retirada da contribuição patronal de 20%, substituída por alíquotas sobre o faturamento que podem chegar a zero, causará sérios problemas para a Previdência Social.

O senador criticou a medida por ser uma “via de mão única”, sem compensação dos recursos que deixarão de ser recolhidos pelo INSS – dinheiro que, no futuro, ajudaria a pagar as aposentadorias e pensões dos trabalhadores. Em sua avaliação, trabalhadores e aposentados é que pagarão a conta dos incentivos para neutralizar a crise financeira.

– Essa história de que a União vai cobrir o déficit é um filme que já assistimos por diversas vezes. É só lembrarmos que, com dinheiro da Previdência, construímos a Transamazônica, Volta Redonda, Brasília, nossa capital, entre outras obras majestosas. Até hoje, não houve a devolução de um centavo sequer deste dinheiro – criticou.

O senador concordou com sindicalistas e entidades trabalhistas que fizeram uma manifestação contra o pacote do governo em São Paulo. Para eles, as medidas de fortalecimento da indústria não deveriam passar pela retirada do dinheiro da Previdência do trabalhador, mas se basear na redução de impostos e na diminuição da taxa de juros.

Hábito da leitura

Paulo Paim registrou ainda a passagem, neste mês, do Dia do Livro Infanto-Juvenil (2), do Dia Nacional do Livro Infantil (18) e do Dia Internacional do Livro (23), destacando que as datas são uma boa oportunidade para celebrar o ato de ler. O senador disse ter ficado preocupado com os baixos índices de leitura no país, revelados por pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) ao Ibope Inteligência.

De acordo com o levantamento, a média de leitura dos brasileiros é de quatro livros anuais, sendo que, destes, dois não são terminados. O senador explicou que a escola pode ser um excelente instrumento para criar o hábito da leitura nas crianças. Paim afirmou que escolas que têm programas de incentivos à leitura costumam ter índices maiores de alunos leitores.

Paulo Paim também lamentou a morte do jogador Airton Pavilhão, “um dos maiores nomes do futebol gaúcho e brasileiro”. Ex-zagueiro do Grêmio e do Santos, ele morreu na terça-feira (3), vítima de infecção generalizada, aos 77 anos.



04/04/2012

Agência Senado


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