Paulo Renato desdenha a Câmara
Paulo Renato desdenha a Câmara
Na volta ao trabalho depois das férias, o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse que não está disposto a disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados. "A única coisa que sei é que não serei candidato a deputado federal", afirmou. Até o final do ano passado, o ministro trabalhava para ser candidato à Presidência da República pelo PSDB. Ele desistiu da idéia ao ficar claro o apoio do Palácio do Planalto ao seu colega do Ministério da Saúde, o também tucano José Serra.
A preferência da cúpula tucana por Serra não foi uma surpresa, garantiu Paulo Renato. "Eu fui o primeiro a declarar isso, no final de novembro", disse o ministro da Educação. E, se for convidado, irá ao lançamento da candidatura de José Serra. Em uma solenidade no ministério, ele afirmou que ainda não há nada concreto sobre sua participação no plano de campanha do PSDB.
Paulo Renato Souza disse ter recebido, na quinta-feira, um telefonema de José Serra para conversar sobre esse assunto. Também tornou público que Serra prometera telefonar-lhe na segunda-feira, mas não ligou. O ministro da Educação ressaltou que está à disposição do partido. "Neste momento, nós do PSDB temos de estar muito unidos", salientou. Ainda na tarde de ontem, ele conversaria com o presidente do PSDB, deputado José Aníbal, que pretende justamente a cadeira de senador que o ministro cobiça.
O futuro de Paulo Renato Souza por enquanto é uma incógnita. Os tucanos vão disputar mais quatro anos na Presidência com José Serra e no governo de São Paulo com Geraldo Alckmin, atual governador. Mesmo na mira do PFL, partido da base aliada, a vaga de vice-governador na chapa formada por tucanos e pefelistas ainda não tem pretendentes declarados.
O mesmo não ocorre com as duas vagas ao Senado por São Paulo. Romeu Tuma (PFL-SP) não abre mão de mais um mandato, podendo a segunda ficar com o presidente do PSDB, José Aníbal.
Tasso aceita Senado e abre caminho para apoiar Serra
Composição no Ceará define o processo de acomodação do PSDB para corrida presidencial.
O governador do Ceará, Tasso Jereissati, será candidato a senador numa das duas vagas ao Senado que serão renovadas na eleição de outubro. A decisão, confirmada ontem, abre o processo de acomodação interna desencadeado no PSDB, principal partido do governo, com a definição do ministro José Serra como candidato do partido ao Senado. O lançamento formal de Serra ocorrerá na reunião da executiva do partido que começa hoje em Brasília.
Outro presidenciável do partido, o ministro da Educação Paulo Renato lutará também por uma vaga no Senado, por São Paulo. Paulo Renato reagiu ontem às tentativas de acomodá-lo em uma vaga de deputado federal. Disse que aceita tudo, menos ser candidato à Câmara.
O governador paulista Geraldo Alckmin, que chegou a ser colocado na lista de presidenciáveis, anunciou ontem que será candidato à reeleição sem renunciar ao cargo. A renúncia, que o enfraqueceria ao deixar o governo nas mãos do presidente da Assembléia Legislativa, estava sendo reclamada por setores do partido.
A segunda vaga do Ceará no Senado deverá ser oferecida ao PMDB, numa aliança que vem sendo feita sob o comando do próprio Tasso Jereissati e do deputado Eunício Oliveira. O senador Lúcio Alcântara será o candidato tucano à sucessão de Tasso.
Com isso, o PSDB cearense praticamente concluiu o processo interno de acomodação de seus candidatos aos cargos majoritários. Resta ainda encontrar um lugar para o ministro do Planejamento, Martus Tavares, que se lançou candidato a governador do estado. Afirma-se que por trás dessa candidatura estava o ministro José Serra, que pretendia criar um problema a mais para Tasso, seu rival na corrida presidencial. O mais certo é que será oferecida a Martus uma vaga de deputado federal. O ministro filiou-se recentemente ao PSDB. Anunciou que se desliga do governo no dia 6 de abril, prazo final para a saída dos que ocupam cargo executivo.
A acomodação dos tucanos cearenses que pretendem disputar os principais cargos foi resolvida nesta terça-feira, quando o senador Luiz Pontes, que ainda tem quase cinco anos de mandato pela frente, e o secretário de Indústria e Comércio, Raimundo Viana, anunciaram que desistiam de concorrer à sucessão de Tasso. Ao mesmo tempo, anunciaram oficialmente o apoio a Lúcio Alcântara.
Num encontro realizado pela manhã na sede do PSDB, em Fortaleza, Alcântara afirmou que o governador Tasso Jereissati tem a obrigação de ser o candidato do senado pelo PSDB. Tasso foi lançado candidato a presidente da República pelo governador Mário Covas. A morte de Covas acentuou a desigualdade de forças entre ele e Serra, já caracterizada com o apoio ao ministro da Saúde dado pelo presidente Fernando Henrique. Em dezembro, Tasso desistiu e abriu espaço para Serra ser o único pré-candidato para sua ratificação no encontro da Executiva, em Brasília.
O ministro Martus Tavares não conseguiu viabilizar-se. Sua receptividade política é pequena. "Agora Martus vai fazer sua própria avaliação a respeito das forças que tem", afirmou ontem o senador Lúcio Alcântara. O senador lembrou que com a desistência de Pontes e Viana, a candidatura de Martus a governador é muito difícil.
Pimenta quer já o apoio do PFL
O ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, afirmou ontem que "é absolutamente legítimo que o PSDB e o PFL lutem por suas candidaturas à Presidência, mas é perfeitamente possível que aconteça uma aliança ainda no primeiro turno". Ele fez a afirmação após conversar com o prefeito do Rio e vice-presidente do PFL, César Maia.
Segundo o ministro, os dois concordaram "que é preciso manter as portas abertas para um entendimento dos partidos (da base aliada)". De acordo com Pimenta da Veiga, "é possível que, até maio ou junho, se encontre um ponto de convergência (entre as candidaturas de José Serra, pelo PSDB, e Roseana Sarney, pelo PFL.
Alckmin ficará no cargo
O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) aceitou ontem a proposta da executiva estadual e – mesmo evitando assumir publicamente sua candidatura a reeleição – concordou em permanecer no cargo após ter seu nome homologado em convenção, o que deve ocorrer só em 30 de junho.
O pedido para que Alckmin dispute a reeleição sem se afastar do cargo deve ser entregue até o final da semana. Além disso, ficou também acertado que o PSDB estadual inicia hoje uma série de reuniões para instruir e unificar um discurso mais ofensivo na defesa do governo paulista. O primeiro ponto a ser enfocado é o caso do Rodoanel, que teve o contrato aditado e vem sendo alvo de críticas da oposição. O segundo tema vai ser o da segurança.
Além de adiar ao máximo o anúncio da candidatura e de manter o governador no cargo durante a disputa, a estratégia do PSDB paulista é fazer uma campanha curta e intensa, com eventos de massa amparados pelos programas do horário eleitoral gratuito de rádio e TV, que começam no dia 20 de agosto. O presidente regional do partido assegura que a situação eleitoral de Alckmin – seus principais adversários são o ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) e o deputado federal José Genoíno (PT) – é confortável.
Ministro não decola, diz líder
O líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira, afirmou ontem, no Recife, que a candidatura à Presidência do ministro da Saúde, José Serra, "já nasceu morta". Para Inocêncio, "a estratégia do PSDB de postergar o lançamento dele foi mortal. É uma candidatura natimorta".
Para Inocêncio, Serra perdeu espaço no eleitorado e não vai emplacar. Terá, segundo ele, que se contentar em dividir com o PMDB e outros partidos menores só um terço dos votos.
Os dois terços r estantes, afirmou o deputado, "já estão definidos": eles serão repartidos igualmente entre a candidata do PFL e governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e a oposição, aí incluindo Lula.
Gasolina a R$ 1,50 no domingo
Postos prometem reduzir os preços em três ou quatro dias, já que desde ontem recolhem ICMS menor.
Os consumidores vão ter de esperar mais três ou quatro dias para pagar menos pela gasolina. Os motivos são a demora para que a gasolina com o preço reajustado chegue a Brasília e a renovação dos estoques nos postos. A previsão é que o litro do combustível passe a custar R$ 1,50 até o final de semana.
Desde ontem está valendo o novo valor-base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do Distrito Federal. A contribuição das distribuidoras com ICMS do combustível para o DF está R$ 0,05 mais barato, passando de R$ 0,44 para R$ 0,39. Com a publicação no Diário Oficial da União do novo índice, fica a cargo das distribuidoras e postos o corte no preço do litro da gasolina.
Caso os revendedores e as distribuidoras não aumentem as margens de lucro o consumidor deverá pagar, aproximadamente, R$ 0,07 a menos por litro do combustível. Além dos R$ 0,05 de corte no ICMS outros impostos terão queda na arrecadação por incidirem sobre o mesmo valor base. Segundo o secretário de Fazenda do DF, Valdivino de Oliveira, não há motivos para que o preço da gasolina deixe de cair. "O GDF concedeu o corte no ICMS e, se a gasolina não baixar é porque os postos ou as distribuidoras não quiseram", afirma Valdivino.
Para o presidente do Sindicato dos Postos do DF (Sinpetro), Carlos Rech, é certo que o preço da gasolina vai diminuir. "Estamos esperando somente a chegada do combustível reajustado. O que vier a menos na nota fiscal será repassado integralmente ao preço de bomba", diz Rech. Mesmo assim, o presidente do Sinpetro afirma que o preço da gasolina pode não cair na mesma proporção do ICMS. "Dependemos de cada uma das distribuidoras. Cada posto tem uma negociação diferente com relação aos preços e só saberemos de quanto será o corte depois que chegarem os novos valores", afirma.
Consumidor já duvida
Apesar do anúncio de redução no valor-base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para a gasolina, os consumidores do Distrito Federal não acreditam mais que o preço do combustível vai baixar. Para muitos esta é só mais uma promessa do governo federal.
Ainda em dezembro, o presidente da República anunciou que o preço da gasolina na bomba teria uma redução de 20% até o final de janeiro. No caso do Distrito Federal isso significaria R$ 1,41 por litro de gasolina. No entanto, a queda deve ficar em torno de 15%, com o preço do combustível em, aproximadamente, R$ 1,50.
Para o professor Glicério Nogueira, 54 anos, o cartel de postos existente no DF não vai deixar o preço do combustível ser reduzido. "Está claro para todo mundo que existe uma cartel que não vai deixar essa redução chegar ao consumidor. Acho que isso vai ficar no caminho entre a refinaria e os postos", diz Glicério.
O médico Luís Antônio Sampaio tem a mesma opinião. "O que estava prometido não aconteceu. Porque vou acreditar que agora o preço vai baixar", pergunta Luís. "Isso é só outra promessa", completa. Apesar do descrédito do governo com a população, o ex-deputado pelo Rio Grande do Sul, José Arlindo Kunzler, 76 anos, prefere esperar para ver o que acontece. "O problema é que isso está parecendo a promessa do presidente que não iria vetar a correção do Imposto de Renda", diz Kunzler.
Artigos
A culpa é de todos
Cláudio Lysias
A população da província de Buenos Aires começa a receber, esta semana, as latas da sopa especial que o Paraná produz para populações carentes. Cada lata dá para 40 pessoas. A sopa, em outras oportunidades, foi enviada para refugiados ou desabrigados em vários países. Há dez anos, seria considerado louco quem imaginasse que a Argentina um dia precisaria desse tipo de ajuda. Há 60 anos, quando a economia Argentina era a sexta do mundo, nem o mais alucinado escritor de ficção científica imaginaria situação semelhante.
A crise Argentina é um prato cheio para quem analisa a situação de países situados nas regiões periféricas. A Argentina é um país rico, com uma população bem- educada, onde os analfabetos praticamente inexistem desde a década de 30. Tem petróleo, gás natural, fartura de alimentos, mão-de-obra qualificada, universidades de primeira. O que houve, então?
É mais fácil não tentar explicar, mas apenas enumerar alguns fatos e interpretações apressadas. Quando começaram os protestos de rua e os quebra-quebras no final do ano passado, os analistas de plantão correram para enaltecer a bravura do povo argentino, capaz de ir às ruas quebrar bancos e lanchonetes, o que, segundo eles, os colocava num patamar bem superior ao alcançado pelo povo brasileiro, que seria passivo e tolerante ao extremo. O erro começava aí. O povo argentino, assim como seus governos civis e militares, é co-responsável pela situação em que se encontra o país hoje. Ele não é apenas vítima dessa reengenharia às avessas.
Os argentinos mais lúcidos, que nunca se deixaram envolver pelo fenômeno do Peronismo, sempre se perguntaram o que levava um povo culto como o deles a cair em uma armadilha política tão pobre e previsível. Perón, Evita, e depois Isabelita, foram capazes de engabelar todo um povo orgulhoso de suas tradições políticas e de driblar toda uma educação política forjada nas escolas e universidades. Quando Perón estava no poder, o único a prever o desastre foi o escritor Jorge Luís Borges. Como Borges era conservador, ninguém ligou. A esquerda, tanto lá como cá, via em Perón uma espécie de libertador.
De fato, Perón libertou os argentinos: libertou-os do compromisso com a cultura, com a necessária humildade e com a lucidez. Os textos de Borges daquela época talvez sejam os únicos a prever um desastre, mas mesmo o genial escritor foi incapaz de definir sua dimensão. Desastre que ganhou alto volume de som e fúria quando os mesmos argentinos apoiaram a idéia do general Galtieri, o último dos ditadores militares, de invadir as Ilhas Malvinas e declarar guerra à Inglaterra. Galtieri, segundo os maldosos, havia tomado uns uísques (paraguaios) a mais quando decidiu ir à guerra para tentar salvar a ditadura militar, mas como os argentinos puderam cair num pretexto tão antigo quanto desmoralizado? Apontar um inimigo externo é sempre a solução surrada dos medíocres para escapar da própria responsabilidade, mas como um povo politizado e educado pôde cair nisso?
Hoje é fácil dizer que os argentinos foram vítimas dos peronistas e dos militares, que teriam corroído todas as suas riquezas, principalmente as econômicas e culturais. Mas as coisas não são tão fáceis como gostaríamos que fossem. Se a Argentina tem algo a preservar, agora, é a certeza de que a crise do país é culpa de todos, do povo inclusive, que elegeu peronistas e apoiou os militares na guerra, e não apenas do FMI e do capital estrangeiro. Se o país conseguir escapar do populismo do atual presidente Eduardo Duhalde sem cair na guerra civil e sem colocar a culpa nos outros, nada estará perdido. A capacidade de reconhecer os próprios erros pode ser excelente arma para construir o futuro.
Colunistas
PIB maranhense é o pior
Cláudio Humberto
Para responder ao ataque dos bispos, Roseana Sarney disse que melhoraram na sua gestão os indicadores sociais do seu estado. Não é verdade. Segundo o IBGE, o PIB per capita do Maranhão é o pior do País desde 1985, ano em que seu pai, José Sarney, assumiu a Presidência da República, e corresponde a apenas 44,6% da média nacional. Os Sarney mandam na política do estado desde 1965.
Racha na OAS
Carlos Laranjeira, que paga as contas de ACM, sai da sociedade com César Mota Pires, na OAS (aquela empreiteira do amigo sogro), em troca da empresa de táxi aéreo cujo único jatinho serve ao babalaô, da exploração do pedágio da Linha Verde (que liga Salvador ao litoral norte baiano) e dos (muitos) créditos da empreiteira na Prefeitura de Salvador.
On the rocks
Vendo TV sozinho, com dois cachorros? Ex-alcoólatra, Bush só pode ter engolido um pretzel com gelo.
Sílvio Santos vem aí
Quando esteve em Nova York gozando férias, há dias, Silvio Santos admitiu a um grande amigo uma nova candidatura presidencial. Ele adorou a pesquisa do Datafolha que indicou sua vitória contra Lula do PT, num segundo turno. Pelo sim, pelo não, um marqueteiro de Washington já tem em mãos um farto material sobre o homem do Baú.
Pensando bem...
...Clinton fumou, mas não tragou. Bush engoliu, mas não mastigou.
Cachimbo da paz
Está tudo combinado: nem José Serra mandará mais emissários conversar com Tasso Jereissati, nem este criticará mais a candidatura do ministro da Saúde. As duas lideranças tucanas estão próximas a fumar o cachimbo da paz. Mas continuarão se odiando sinceramente.
Primeiro eu
Está mal das pernas a Fundação Geap de seguridade, espécie de plano de saúde dos servidores federais, mas o conselho da entidade foi convocado para aprovar hoje um aumento salarial do seu diretor-executivo, Ricardo Akel. Ele agora quer ganhar R$25 mil por mês – ou US$10 mil. Três vezes mais do que ganham FhC e seus ministros.
Itamar, jamais
José Serra ficou surpreso ao ver o seu recente telefonema para Itamar Franco interpretado como provável convite para que este integrasse sua chapa presidencial, como vice. Serra só quer não deixar Itamar tão distante, o que seria perigoso; nem tão perto, o que seria desastroso.
SUS de rico
A Câmara dos Deputados renovou convênio com o Instituto do Coração, de São Paulo. Para socorrer suas excelências quando os corações baterem fofo, a Fundação Zerbini receberá R$ 25 milhões em um ano.
Tarda e falha
Duas ações trabalhistas contra o Banco do Brasil vão se aposentar. A “dos apartamentos”, que venderia imóveis mais baratos a funcionários transferidos para Brasília, fez 31 anos na Justiça. Eles ganharam, mas não levaram. A da “meia-dobradinha”, reduziu o aumento a servidores que se mudaram para a capital. Fez 29 primaveras.
Jabá cara-de-pau
A Câmara Municipal de Teresina (PI) formou comissão de para apurar a tentativa de suborno do vereador Robispierre Bastos (PV) a dois jornalistas. Ele teria encaminhado nota para dois jornais locais com uma cédula de R$ 50 e outra de R$ 100, pedindo a publicação da “notícia”.
Na cozinha com Duhalde
A solução para o problema da Argentina é confiscar as panelas.
Briga de comadres
No dia 26 de outubro, o ministro Sérgio Amaral (Desenvolvimento) ficou irritado com o publicitário Roberto Justus a ponto de expulsá-lo de uma reunião. Foi só um tilte. Amaral não apenas prorrogou o contrato com a agência do louro Justus, a Newcomm Bates, com ainda o reajustou em 25% por 50 dias (26/dez a 15/fev). Valor da brincadeira: R$ 3,7 milhões.
Tempestade depois da chuva
Já estão chamando de Rubens Mautempo o prefeito de Petrópolis (RJ), que fechou o Cetep, dedicado a cursos de informática e prática de esportes para a comunidade carente. A oposição diz que é birra antiga, pois o Cetep se negou a dar mala direta para o então candidato se promover. Bomtempo expulsou 120 funcionários e arrombou portas.
No caminho de Cingapura
Depois de investir nos Estaleiros Mauá, a SembCorps’s, por meio da Jurong Shipyard, quer comprar o Estaleiro Ilha, no Rio. Vai construir navios comerciais.
Ela é imexível
O governador César Borges (BA) bem que gostaria, mas não tem coragem de demitir a sua secretária de Segurança, Kátia Alves, acusada de não controlar nem o crime nem a polícia. Ela caiu nas graças de ACM após prender uns marginais que roubaram sua casa, em Salvador, e virou secretária de Segurança. Imexível.
Poder sem pudor
O Quebra-Nozes
Certa vez perguntaram a Aparício Torelly, o genial Barão de Itararé, o que ele achava do eterno “Quebra-Nozes”, por sinal o espetáculo a que FhC e dona Ruth assistiram ontem em Moscou, no Teatro Bolshoi. O Barão respondeu, na bucha:
– É bom para nós, mas ruim para noz.
Editorial
CONSUMIDOR EM BAIXA
O consumidor, no Brasil, é sempre relegado a segundo plano. As refinarias diminuíram o preço da gasolina em 25%, mas ele só baixou cerca de 11% para os donos dos veículos. Por quê? Na reunião, realizada anteontem, entre governo, distribuidores e donos de postos, estes culparam os governos por cobrar imposto muito alto sobre a gasolina, embora todos os governos estaduais, DF inclusive, tenham concordado em diminuir o ICMS sobre o produto.
Além disso, distribuidores e postos não aceitam diminuir a margem de lucro sobre a venda do litro de gasolina, que, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), aumentou 172% entre dezembro e janeiro. O governo alega que não pode fazer nada, pois o preço está liberado, embora esteja disposto a combater os cartéis da gasolina, o do DF entre eles. Enquanto nada se resolve, contudo, quem perde é o consumidor, que não acredita mais em livre concorrência para baixar preços.
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01/16/2002
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