Paulo Souto ressalta pontos importantes na conduta de ACM



O senador Paulo Souto (PFL-BA) não fez perguntas, mas enfatizou pontos que considerou importantes, como as negativas do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) de ter conhecimento da lista e de não ter tomado providências após ter tomado "conhecimento parcial" do episódio. De acordo com Paulo Souto, quando Antonio Carlos disse que não tinha a lista, não só porque a havia destruído, o fez porque considerava ser mais importante preservar o Senado. "Agora pode ser cômodo julgar o senador Antonio Carlos Magalhães, mas naquele momento a decisão foi extremamente difícil", avaliou.

Souto lembrou que em nenhum momento houve qualquer referência a um contato prévio de Antonio Carlos com as pessoas envolvidas e que isso torna difícil incriminá-lo. Para ele, vários trechos do depoimento da ex-diretora do Prodasen Regina Borges têm referências "de caráter vago e absolutamente impreciso" sobre a possível participação de Antonio Carlos na violação do painel e na obtenção da lista de votação. "Ela sempre dizia que tinha uma dúvida e que só teria certeza no momento em que entregasse a lista a Antonio Carlos, o que não ocorreu", concluiu.

O senador Bello Parga (PFL-MA) disse estar surpreso com a rapidez com que Regina atendeu ao pedido do senador José Roberto Arruda (sem partido-DF). "Acho que não foi um encontro de um líder do governo com uma alta funcionária do Senado". Para ele, é suspeito o fato do senador e de Regina serem membros do diretório político do PSDB em Brasília e a cassação de Luiz Estevão ter uma importância política apenas local. Parga solicitou ao presidente do Conselho de Ética, senador Ramez Tebet (PMDB-MS) que permita o acesso à fita da reunião secreta com procuradores Gulherme Schelb e Eliana Torelli, pois parte dos senadores não tem conhecimento do que foi revelado naquela reunião.

O relator Roberto Saturnino (PSB-RJ) lembrou de Schelb ter confirmado que Antonio Carlos disse ter a lista e que Heloísa Helena havia votado contra a cassação de Luiz Estevão, mas acha que foi uma dedução do senador baseado em especulações sobre a votação.

26/04/2001

Agência Senado


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