Pavan diz que proposta da oposição de criar nova CPI não surpreende
O líder do governo na Assembléia Legislativa, Ivar Pavan (PT), não se surpreende com a proposta do presidente da CPI da Segurança Pública, Valdir Andres (PPB), de criação de uma nova Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar especificamente o PT. “Este é um resultado previsível, tendo por base o comportamento da oposição na condução dos trabalhos. Se o presidente já está anunciando a formação de uma nova comissão de inquérito é por que o relatório da CPI em andamento já está concluído, mesmo que testemunhas-chaves ainda não tenham sido ouvidas, como o presidente do Clube da Cidadania e as pessoas que teriam conhecimento do pagamento de propina a delegados de polícia”, argumenta.
Pavan reafirma que a CPI da Segurança está ‘amorcegando” a investigação da banda podre da polícia. Ele salienta que, apesar da insistência dos representantes do PT, a oposição está se negando a convocar o promotor que considerou imprestável um inquérito policial de 1994 sobre o jogo do bicho. “É preciso saber por que um inquérito, precedido de uma cuidadosa ação policial, deu em nada. A responsabilidade é de quem o presidiu ou do promotor, como sugeriu o delegado Alexandre Vieira em depoimento à CPI?”, questiona.
O parlamentar afirma ainda que a CPI abandonou as investigações sobre o pagamento de propina a delegados de polícia, negando-se a ouvir as pessoas que, segundo o capitão da Brigada Militar Airton Cardoso, teriam presenciado o fato. “Afinal, por que a CPI se nega a tomar esses depoimentos? Só podemos concluir que há interesse em acobertar esse tipo de prática”, salienta. Segundo Pavan, a demora da CPI na convocação destas testemunhas só beneficia os contraventores. “Precisamos ter claro que essas irregularidades são cometidas por pessoas que conhecem a lei e, portanto, sabem como agir para obstruí-la”, salienta.
Fitas - O líder do governo já requisitou à presidência da CPI cópias das cinco fitas, que teriam sido repassadas por um funcionário da Secretaria de Segurança ao ex-deputado federal Wilson Müller. “Essas supostas denúncias devem ser objeto de investigação rigorosa e não de propaganda antigovernista, como vem sendo feito”, defende. Segundo o parlamentar, é inadmissível que alguns servidores públicos mal intencionados tenham conhecimento de supostas irregularidades e não tomem as providências previstas na legislação, utilizando-se destas informações de forma oportunista, visando a vantagens pessoais ou simplesmente atacar o governo.
10/30/2001
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