PDT gaúcho veta a candidatura de Britto
PDT gaúcho veta a candidatura de Britto
Nelson Proença não descarta a indicação do ex-governador.
O presidente regional do PDT, Airton Dipp, que participou da reunião em Brasília com as lideranças nacionais do PDT, PTB e PPS, disse ontem que "os pedetistas gaúchos não abrem mão da candidatura de José Fortunati ao governo do Estado". Ele acredita que a Frente Trabalhista deverá se repetir também no Rio Grande do Sul. O vice-presidente da sigla, Pedro Ruas, confirma Fortunati e contesta as informações sobre uma chapa em que o ex-governador Antônio Britto (PPS) concorreria ao governo e o deputado Sérgio Zambiasi (PTB) a vice, com José Fortunati (PDT) e José Fogaça (PPS) nas vagas ao Senado. “Não há hipótese de Britto concorrer com apoio do PDT. Mas o vice será do PPS”, garante.
Iradir Pietroski, presidente estadual do PTB, diz que a reunião de ontem foi importante para se criar um programa de governo único e abrir a possibilidade de a coligação dos partidos acontecer no Estado. “A aliança estará realmente fechada em junho, com as convenções partidárias”, afirmou.
Já o presidente estadual do PPS, Nelson Proença, disse que não existe definição sobre nomes”. Ele não descarta a possibilidade de Britto concorrer.
O deputado Bernardo de Souza, pré-candidato do PPS ao governo, retira na segunda-feira sua candidatura. Ele disse que “não está preparado para concorrer ao Governo em razão da falta de apoio e de tempo para dedicar-se a essa disputa”.
Primeiro confronto entre Tarso e Olívio é dia 27
Prefeito Tarso Genro já dá o tom para o primeiro debate em Porto Alegre: “Meu candidato a vice será do grupo do Olívio”.
O primeiro dos cinco debates entre o prefeito Tarso Genro e o governador Olívio Dutra - pré-candidatos do PT ao governo do Estado - será na próxima quarta-feira, dia 27, às 19h, no auditório Dante Barone da Assembléia Legislativa.
Cada pré-candídato terá 10 minutos para fundamentar sua candidatura. Outros 15 minutos serão para intervenções sobre o programa de governo, com cinco perguntas selecionadas pela Mesa. Cada um terá 20 minutos para responder às perguntas e outros três minutos para conclusões.
O debate na capital será o único com cobertura dos meios de comunicação.
Os debates no interior serão restritos a militantes e com cinco minutos a menos, nas seguintes cidades: Caxias do Sul, no dia 07 de março, às 19hs; em Palmeira das Missões, dia 09, às 14hs; em Santo Angelo, dia 10, às 10hs; e em Santa Maria, dia 15, às 19hs.
Prévias já mobilizam deputados
Ontem, sete dos 11 deputados das tendências pró-Olívio oficializaram o apoio ao governador. O deputado Dionilso Marcon argumenta que "há consenso contra a prévia" e que a candidatura de Tarso estaria “com os dias contados".
Ele diz que Tarso deve ficar na prefeitura. “Se existe alguém credenciado para ir às prévias contra Olívio é o Raul Pont. O Tarso devia ter feito escola com ele”, ataca o líder da bancada petista. “Marcon foi eleito para liderar a bancada e não apenas aqueles que apóiam Olívio. Há uma tentativa de constrangimento para que Tarso retire sua candidatura. Uma atitude arrogante”, desabafa Maria do Rosário. Ela admite que setores do PT nacional têm restrições às prévias. Para a deputada Luciana Genro, filha do prefeito e outra dos seus quatro parlamentares aliados, “a prévia é irreverssível. Não existe a menor possibilidade de renúncia”.
Serra: “Treinei horas para não me emociona”
Ministro chora ao se despedir do governo para disputar a presidência. Dengue não é lembrada no vídeo das realizações
O ministro da Saúde, José Serra, despediu-se ontem do governo para assumir de vez a disputa pela cadeira de seu principal cabo eleitoral, o presidente Fernando Henrique, que se encontra em viagem na Suécia. No seu discurso de despedida para um salão lotado, Serra chorou e disse que nos 40 anos de vida pública nunca ocupou um cargo que o gratificasse tanto como o que ocupou até ontem. "Treinei horas para não me emocionar. Não adiantou nada", disse.
Ele enumerou suas experiências na vida pública. Disse que foi um "grande agitador social" na juventude, quando exerceu as presidências da União Estudantil Estadual e da UNE. Depois disso, foi secretário de Franco Montoro, deputado federal constituinte, exerceu mais um mandato de deputado, elegeu-se senador, assumiu o Ministério do Planejamento e, por último, o Ministério da Saúde. "Mas nenhum cargo me gratificou tanto como o de ministro da Saúde", afirmou.
Violência divide siglas aliadas
Violência e segurança devem dominar os palanques eleitorais este ano e as atividades do Congresso no primeiro semestre. Por isso, a Comissão Mista de Segurança Pública se instala hoje em clima de guerra entre PFL, PMDB e PSDB. Aliadas governistas, as três siglas disputam o comando dos trabalhos. A relatoria será ocupada pelo deputado Moroni Torgan, do PFL, autor do projeto de segurança de Roseana'. Substituirá o deputado Custódio de Mattos, do PSDB, ligado ao comando da campanha de Serra.
A troca foi um erro das mesas diretoras das duas Casas, que usaram uma lista desatualizada para compor a comissão. O PMDB garantiu a presidência. Vai escolher entre os senadores Íris Rezende e Amir Lando. O PFL não concorda. O líder do partido no Senado, José Agripino Maia, tenta um acordo com o PMDB para entregar o posto ao senador Edison Lobão, ligado a Roseana. Para encerrar o impasse, o secretário-geral da Presidência, Arthur Virgílio, marcou reunião para quarta-feira com os partidos. A disputa deve provocar adiamento das votações.
Frente pró- Ciro já tem racha
O lançamento de uma “Frente Trabalhista” de centro-esquerda formada pelo PPS, PTB, PDT e PTN reforçou ontem o apoio à candidatura do ex-governador do Ceará Ciro Gomes à presidência da República. Mas o encontro foi marcado por divergências entre PDT e o PTB, que disputam a vice-presidencia na chapa. O PDT defende os nomes do presidente do partido, Leonel Brizola, do deputado Miro Teixeira (RJ) e do ex-governador gaúcho Alceu Collares. Já o PTB quer o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, ou o presidente do partido, deputado José Carlos Martinez (PR). “A escolha do vice não será fácil. Vai ser o principal desafio e a última coisa que vou fazer”, disse Ciro. A divulgação do manifesto com os compromissos da nova aliança foi vetada pelo PTB e PDT. Brizola insite no voto conjunto contra as propostas de capital estrangeiro nos meios de comunicação e a mudança da CLT.
O documento impediria novas adesões a Ciro, de acordo com Martinez... “Faltou consenso”, reconheceu o autor, senador Roberto Freire (PPS-PE). Os presidentes dos partidos reafirmaram o apoio a Ciro e contam agora com o apoio do PTN.
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA
CLONADO
Nem o presidente nacional do PPS, Nelson Proença, escapou da ação dos clonadores de telefones. O celular do deputado, com número de Brasília, acabou clonado e ele teve de disponibilizar outro número.
VICE
A senadora do PT gaúcho, Emília Fernandes, foi eleita ontem vice-líder do partido no Senado Federal. Emília divide a vice-liderança com o senador Tião Viana (PT/AC). O senador Eduardo Suplicy (PT/SP) foi eleito líder do PT.
APARELHO
O deputado estadual do PPB Luís Augusto Lara anuncia que fará um projeto para transformar a TVE num veículo de informação do Estado e não um aparelho ideológico do Poder Executivo.
PÂNICO
A possibilidade de o ex-governador Antônio Britto não disputar o governo do Estado está gerando pânico em candidatos do PPS ao Legisl ativo e à Câmara Federal. Muitos já temem por suas eleições e alguns estão arrependidos pela troca de sigla.
ELOGIOS
O deputado estadual do PPB Appio elogiou ontem na tribuna da Assembléia a atuação do gaúcho Pratini de Moraes à frente do Ministério da Agricultura. Appio definiu Pratini como o grande defensor da produção primária brasileira.
CONTRA
O secretário estadual de Obras e Saneamento, Edson Silva, disse que o seu partido, o PC do B, não aceita a realização das prévias no PT e está procurando todas as tendências petistas para pedir bom senso na hora de escolher o candidato da Frente Popular em 2002.
COMISSÕES
O deputado estadual do PPS Berfran Rosado defende criação de comissões de fiscalização e controle em municípios gaúchos. O parlamentar apresentará essa idéia, hoje, no encontro das Câmaras Municipais, promovido pela Uvergs, em Capão da Canoa.
CONTINUA
Em razão da não-desistência do deputado Alexandre Postal de deixar o cargo de 1º Secretário da Assembléia Legislativa, o deputado estadual do PMDB Elmar Schneider permaneceu frente à presidência da Comissão de Serviços Públicos da Casa.
ARAÇÁ
Os presidentes municipais, prefeitos, vices, vereadores, a Executiva Estadual e os dois deputados estaduais Germano Bonow e Onyx Lorenzoni do PFL estarão reunidos hoje, às 20h, na praia Araçá. Na pauta, a nominata dos candidatos a deputado federal e estadual.
FORTUNATI
O líder partidário do PDT na Assembléia, deputado Ciro Simoni, diz que a viabilidade da coligação com o PPS e o PTB, compondo a Frente Trabalhista, não exclui a candidatura do vereador pedetista José Fortunati ao Governo do Estado. “Não abrimos mão dele” garante.
ÁGUA
O vereador porto-alegrense do PPB João Dib pediu reunião extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal e convidou o diretor do DMAE, Carlos Todeschini, para explicar o aumento
de água e esgoto em Porto Alegre.
DELEGAÇÃO
Uma delegação de oito lideranças do PSDB gaúcho, da deputada federal Yeda Crusius, participam da Pré-Convenção Nacional do PSDB, no Hotel Nacional, no domingo, em Brasília, quando será oficializada a pré-candidatura de José Serra à Presidência da República.
VIÁVEL
Cresce a possibilidade de indicação do senador do PPS José Fogaça como candidato a vice-governador numa chapa majoritária encabeçada por José Fortunati (PDT) ao governo do Estado. Integrantes do PPS e do PDT já admitem a viabilidade dessa composição em 2002.
ESCOLAS
O deputado estadual do PT Roque Grazziotin protocolou na Assembléia Legislativa um projeto que abre as escolas públicas da rede de ensino estadual à comunidade para desenvolvimento de atividades culturais e desportivas fora do horário de aulas.
SEGURANÇA
O Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça, presidida pelo gaúcho Cláudio Barros Silva, entregou ao presidente da Câmara Federal, Aécio Neves (PSDB/MG), manifesto sobre a crise da segurança pública.
Editorial
REFORMA E INCLUSÃO
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os 10% mais ricos de nosso país aumentaram sua participação na renda total entre 1970 e 1997 (46,7% em 1970 e 47,6% em 1997). Já os 10% mais pobres diminuíram sua participação - de 1,2% em 1970 para 1,1% em 1997.
Esses dados frustraram aqueles que apostaram na idéia de que o crescimento econômico iria melhorar as condições de vida da sociedade como um todo, pois evidenciam que a tese de que "é preciso crescer para depois distribuir" não tem sido comprovada. O crescimento dos anos 60 e 70 não significou uma melhor distribuição de renda.
Para que haja crescimento econômico com distribuição de renda, é preciso investir em educação, geração de postos de trabalho, saúde e promover mudanças na política tributária. O Brasil possui uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo - cerca de 34% do PIB (Produto Interno Bruto). E há estudos informando que o total de impostos poderá chegar a 35% do PIB até o final do ano. Um recente estudo do lpea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) conclui que o atual sistema tributário brasileiro onera mais fortemente as camadas de menor renda, relativamente às classes de maior poder aquisitivo. O Instituto sugere a introdução de modificações no sistema tributário brasileiro como forma de distribuir melhor a renda e diminuir a pobreza.
A sociedade brasileira espera uma reforma tributária capaz de promover crescimento econômico e inclusão das camadas menos favorecidas no mercado, sem comprometer os ajustes fiscal e comercial. O governo precisa adequar suas despesas à arrecadação de impostos, em vez de fazer o contrário.
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02/22/2002
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