Pedro Taques reprova atitude de deputado em relação a Demóstenes na CPI



Um fato “absolutamente lamentável do ponto de vista constitucional”. Assim o senador Pedro Taques (PDT-MT) definiu a atitude do deputado federal Sílvio Costa (PTB-PE) em relação ao senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), nesta quinta-feira (31), durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados.

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Demóstenes seria ouvido pela CPI, mas preferiu se valer do direito constitucional de ficar calado. Sílvio Costa passou então a atacá-lo. Disse que o silêncio do senador  por Goiás era prova de culpa. Chamou-o de "mentiroso e hipócrita", entre outras acusações. Diante do ataque do deputado, o senador pelo Mato Grosso pediu o cancelamento da reunião.

Em discurso no Plenário, Taques ressaltou que são “gravíssimos” os fatos praticados por Demóstenes. Em sua opinião, um senador da República não poderia ter um aparelho de rádio celular habilitado nos EUA, nem ter ligações com “empresários do crime” como Carlinhos Cachoeira, muito menos “se envolver com o que ele se envolveu”.

Nada disso, no entanto, justificaria que ele fosse humilhado pelos colegas parlamentares.

– Não podemos nos igualar a criminosos. Esse é o limite da atuação de um representante do serviço público. Eu entendo que o senador Demóstenes foi, sim, humilhado. O presidente da CPMI deveria, sim, ter dispensado o senador no momento em que ele exerceu o direito constitucional ao silêncio, como fizemos com outros criminosos que por ali passaram – defendeu Taques.

Para o senador pelo PDT, que foi procurador da República por 15 anos, abrir mão dos princípios constitucionais ao tratar de supostos criminosos significa abrir uma “porta gigante para o autoritarismo”.

Em pouco tempo, alertou, pessoas seriam torturadas, juízes estariam fraudando provas, tudo em nome do que chamou de "ética consequencial", ou seja, a crença de que os fins justificam os meios.

Pedro Taques afirmou ainda que, ao permanecer calado, Demóstenes perdeu uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que existem contra ele, explicando sua conduta ao Senado e ao país.



31/05/2012

Agência Senado


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