PÉRES CONDENA OCUPAÇÃO PREDATÓRIA DA AMAZÔNIA
O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) afirmou hoje (dia 19) que é preciso barrar todas as formas de ocupação predatória da Amazônia, sob o risco de a região sofrer um desastre. "Insistir nessa violência implica travar com a floresta um duelo mortal, destruí-la ou ser destruído", disse o senador, defendendo a necessidade urgente de um estatuto próprio para a proteção da região.
Ele elogiou edição especial que a revista Veja publicou em dezembro passado sobre a Amazônia, com a denúncia dos crimes praticados durante o processo de ocupação humana da área. Péres disse que o resultado dos equívocos cometidos nesse povoamento foram "monumentais fracassos, que deixaram em sua esteira, como ocorreu no sul do Pará, um processo de ocupação perverso, marcado por devastação florestal e exclusão social".
Péres disse que o mais grave é que, apesar das "trágicas evidências", muitos ainda não se deram conta de que a seqüência de crimes ecológicos, se não for contida, poderá assumir as proporções de um verdadeiro holocausto. Ele pregou a necessidade de um arcabouço institucional, que imunize a região contra tragédias, "ainda que tenhamos de renunciar às vantagens imediatas, mas aparentes, de um desenvolvimento falacioso, porque suicida".
O senador louvou o fato de que a Amazônia continua quase intacta, "com população pequena e rarefeita", e condenou "a idéia funesta do vazio a ser ocupado". Conforme Jefferson Péres, a ocupação já foi feita pela "floresta luxuriante", onde se abriga uma infinidade de seres que fazem da região o maior repositório de biodiversidade do planeta.
- Somente a deformação cultural de civilizados broncos, à beira da insanidade, pode explicar a obstinação de tantos em desconhecer que à Amazônia, pela sua especifidade, são inaplicáveis os modelos convencionais de desenvolvimento - argumentou ainda o senador.
Jefferson Péres disse que a proteção do patrimônio natural não é apenas mandamento constitucional e imperativo ético, mas condição de sobrevivência. Fora disso, ele alerta para o risco de um holocausto ecológico, o que, em sua opinião, pode ser antecipado pela chegada das madeireiras asiáticas. E acrescentou: "Temos de partir para a urgente adoção de políticas que façam da nossa região um exemplo para o mundo".
19/01/1998
Agência Senado
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