PÉRES ELOGIA POSIÇÃO BRASILEIRA EM RELAÇÃO A PROPOSTA DO FMI



O senador Jefferson Péres (PSDB-AM) destacou hoje (dia 26) a posição do governo brasileiro, defendida pelo ministro Pedro Malan e pelo presidente do Banco Central, Gustavo Franco, de rejeitar recomendação do Fundo Monetário Internacional (FMI) pela abertura incondicional das fronteiras dos países à livre movimentação de capitais.

Conforme o senador, o Brasil já tem condições de "falar duro" em reuniões internacionais, pois reestruturou sua dívida externa em 1992 sem o aval do FMI, implementou a estabilidade monetária sem que esta tenha sido concebida ou monitorada pelo fundo e, nos últimos cinco anos, demonstrou que mantém "relações maduras" com os órgãos internacionais de modo geral.

Para Jefferson Péres, a reunião do FMI recentemente encerrada em Hong Kong evidenciou "o quanto o mundo mudou". Antes "demonizado" pelas esquerdas como responsável pelos males dos 3º e 4º mundos, hoje é do FMI que vem a recomendação de que seus países-membros adotem políticas sociais, disse.

Por outro lado, acrescentou, coube ao presidente do Banco Central, "execrado" pelas esquerdas como neoliberal, a resposta de que o Brasil não abriria mão de seu direito soberano de controlar o movimento de capitais estrangeiros no país.

Em aparte, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM) também ressaltou o fato de a antiga bandeira "Fora, FMI" ter sido desfraldada por Gustavo Franco. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por sua vez, assinalou que as autoridades monetárias brasileiras foram corretamente firmes quanto à recomendação do FMI, "mas não gostaram muito das críticas moderadas feitas à política social brasileira".

Suplicy também registrou que o economista Milton Friedman, em posição semelhante à do senador Lauro Campos (PT-DF), sugeriu a extinção do FMI e do Banco Mundial sob a alegação de que esses organismos internacionais e suas políticas foram prejudiciais aos países que as adotaram.

26/09/1997

Agência Senado


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