Távola elogia posição brasileira diante de conflitos internacionais
- O Brasil é um país periférico, que tem tido uma afirmação crescente na política internacional, mas que não está no centro dos acontecimentos, e que não tem de um modo acerbado, a luta religiosa, o ódio entre povos. A posição brasileira nessa matéria acredito que tem sido extremamente respeitável. Em nenhum momento, pactuou com um dos lados - analisou o senador.
Távola chamou atenção para um fato novo na política mundial: a existência de um fundamentalismo de caráter religioso e de uma fé cega nos ditames do mercado, que também constitui uma espécie de fundamentalismo. Esta oposição, continuou, criou um impasse que vem sendo tratado por intermédio da guerra. Artur da Távola mostrou-se, no entanto, otimista com relação à capacidade de que as nações consigam o entendimento. E o Brasil, sustentou o senador, tem um papel relevante neste processo.
- O governo brasileiro está aberto à discussão, e ele receberá as opiniões contraditórias com a maior abertura, porque esse tema precisa não de opiniões fechadas, mas de uma atenção permanente, para que os valores básicos da humanidade, da fraternidade, da solidariedade, que são os valores construtivos do mundo, possam de novo voltar ao primeiro plano da existência - disse.
Artur da Távola tem dúvidas de que a destruição do regime Talibã, conforme deseja o governo norte-americano, livre o mundo do terrorismo. Da mesma forma, ele também não tem certeza de que forças terroristas infiltradas em vários países tenham condições e eficácia, com práticas suicidas, de derrubar os pilares do ocidente, em plena era da globalização.
O senador Geraldo Mello (PSDB-RN) disse, em aparte, que os acontecimentos de 11 de setembro inauguraram uma nova modalidade de guerra: na qual não se conhece o inimigo. Diante dessa nova realidade, disse o senador, o Brasil precisa repensar a política de defesa, "inspirada na instrumentação da nação para se defender do inimigo externo".
11/10/2001
Agência Senado
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