Perillo defende reformas estruturais para Brasil produzir mais e melhor



Criticando o clima de euforia instalado com a apresentação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), considerado pelo governo como "tábua de salvação do país", o senador Marconi Perillo (PSDB-GO) defendeu nesta quinta-feira (14) a urgente implementação de reformas estruturais necessárias para que o Brasil possa produzir mais e melhor e para que a competência e os serviços de qualidade se tornem atributo de todos os setores do poder público.

Baseado em levantamentos realizados pelo corpo técnico do Senado e em relatório publicado pelo ramo brasileiro da Consultoria Mackinsey, o senador disse que o marco zero na busca pela produtividade começa pela auto-avaliação do desempenho da economia brasileira, comparada com os demais países que compõem o BRIC - Rússia, Índia e China, que apresentam média de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mais alta que o Brasil.

- Ousamos dizer que o atual governo tem desperdiçado uma oportunidade sem precedentes de fazer reformas estruturais no país e estabelecer as bases para um país do século 21. Ousamos dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está acomodado com o crescimento inercial do Brasil e não nos parece disposto a sair da posição de conforto - afirmou.

Perillo disse ser preciso aproveitar o crescimento da economia mundial e que o Brasil poderia crescer 7% ao ano, caso houvesse preocupação do governo Lula em aumentar a produtividade. Ele observou que o primeiro desafio para alcançar essa meta é equilibrar a informalidade, que chega a 40% do PIB e responde por 50% dos empregos nas cidades, com a carga tributária, que também chega a 40% do PIB.

- Nós diríamos, sem qualquer hesitação, que atrair as empresas para a formalidade é premissa para um Brasil moderno. Mas jamais conseguiremos esse intento sem oferecer aos pequenos, médios e grandes empresários condições favoráveis à formalidade, porque a concorrência predatória das empresas informais diminui a lucratividade dos negócios legais e estes perdem a receita necessária para investir em tecnologia, quando não acabam por fechar em razão das regras injustas do mercado - assinalou.

O senador ainda criticou os entraves burocráticos, que fazem com que sejam necessários 150 dias para abrir uma empresa (três vezes mais que a média mundial), e o mau uso do dinheiro público. Perillo revelou que, enquanto o estoque de maquinário e equipamentos cresceu ao ritmo de 10% ao ano até 1985, de lá para cá esse crescimento se manteve em 2% a 3%. Também lamentou a queda dos investimentos do governo em infra-estrutura.

- Os gastos do governo em consumo, seguridade social e investimentos, representam hoje 40% do PIB e a redução desse número significaria o início de uma era de prosperidade para o Brasil, sobretudo porque uma dívida interna menor criaria condições efetivas para a redução dos juros - frisou.

14/06/2007

Agência Senado


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