PIAZZA CRITICA SISTEMA DE PROTEÇÃO AO ATLETA PROFISSIONAL BRASILEIRO



Em depoimento à comissão parlamentar de inquérito do Senado que está investigando o futebol brasileiro, o presidente da Federação das Associações dos Atletas Profissionais (FAAP), o ex-jogador da Seleção Brasileira, Wilson Piazza, criticou o atual sistema de proteção ao atleta. Ele reclamou que os órgãos do governo responsáveis pela cobrança dos percentuais destinados ao sistema não exercem uma fiscalização adequada junto aos clubes e entidades ligadas ao futebol.

A legislação determina que sejam destinados ao sistema de proteção ao atleta profissional 1% sobre o valor de contratos e transferências de jogadores, e sobre aplicadas por clubes ou tribunais de justiça desportiva. O Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto (Indesp), que era o órgão do governo responsável por fiscalizar o repasse destes recursos, segundo Piazza, não estava cumprindo sua função.

O ex-zagueiro da Seleção na Copa do Mundo de 1970 disse que existem hoje no país vários clubes considerados profissionais mas que funcionam como amadores. Ele responsabilizou não só os dirigentes pelas atuais distorções, mas também a legislação que rege o esporte, que, no seu entendimento, precisa de uma reestruturação. "Através desta CPI poderemos dar um novo rumo ao futebol brasileiro", opinou.

Outra preocupação manifestada por Wilson Piazza na reunião desta segunda-feira (dia 13) na CPI do Futebol foi quanto a saúde financeira dos clubes brasileiros. Ele registrou que os salários atualmente pagos a alguns jogadores são superiores aos registrados em países do primeiro mundo, como os da Europa. Enquanto isso, completou, os clubes vão se endividando cada vez mais e não conseguem honrar seus compromissos com a Previdência, com os próprios atletas e com a FAAP.

Piazza lembrou que o sistema de proteção ao atleta profissional brasileiro foi criado e implantado em 1975, com o objetivo de proporcionar aos jogadores e ex-jogadores uma oportunidade de qualificação alternativa ao esporte. "O atleta, principalmente o do futebol, estava completamente desamparado, não havia sequer uma lei que regulamentasse a atividade", afirmou.

13/11/2000

Agência Senado


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