"PIO BORGES DEIXA O BNDES DE CABEÇA ERGUIDA", AFIRMA ACM



A decisão do presidente da República de substituir Pio Borges por Andrea Calabi na presidência do BNDES "foi injusta", pois ele vinha fazendo um bom trabalho, principalmente buscando a desconcentração industrial do país mediante a concessão de financiamentos, disse nesta terça-feira (dia 20), em entrevista, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães.- Pio Borges sai de cabeça erguida e merecendo o aplauso da Nação. Ele lutou contra a política do BNDES de privilegiar o Centro-Sul nos seus financiamentos. No ano passado, o Banco havia emprestado R$ 19,6 bilhões para o Nordeste e R$ 79 bilhões para o Sudeste e isso não pode continuar - afirmou Antonio Carlos. Ele disse esperar que Calabi se lembre de que "o Brasil é um só", e "não determinados estados", e execute a política de desconcentração iniciada por Pio Borges.Interrogado sobre a recente reforma ministerial, o presidente do Senado elogiou a transferência de Pedro Parente do Ministério do Orçamento e Gestão para a chefia do Gabinete Civil da Presidência da República. "Ele é uma das melhores figuras que o país possui na área econômica e sua ida para a Casa Civil é um ponto para o presidente Fernando Henrique".- Acho também que a assessoria política do governo, agora nas mãos do ministro Aloysio Nunes Ferreira, vai dar grandes passos no relacionamento com o Congresso e permitirá que o presidente não mais necessite tratar diretamente com a classe política e possa trabalhar com a intensidade que deseja nos problemas administrativos do país. Hoje, o tempo que a política toma do presidente é muito grande - opinou Antonio Carlos Magalhães.Sobre a ida de Clóvis Carvalho para o Ministério do Desenvolvimento, o presidente do Senado lembrou que o presidente da República "sempre confiou nele". "A escolha dos ministros é uma atribuição pessoal do presidente e, se der errado ou certo, a responsabilidade é do presidente". - Se o presidente acha que fez uma reforma ministerial do tamanho que ele julga necessário, é porque ele acha que assim terá êxito. Eu, pessoalmente, sempre achei que a reforma ia ser como efetivamente aconteceu. O fato é que não dei nenhum palpite sobre reforma e só conversei ontem (dia 19) com o presidente. Ficamos sem conversar por 17 dias - acrescentou.Para o presidente do Senado, a mudança ministerial não deveria influir na posição dos partidos aliados no Congresso. "Temos de ter consciência de que o importante é o país e não os partidos. É claro que partido também não tem de ser solidário se o governo estiver errado. Deve advertir o governo de que assim não vota."- Deve haver um tratamento respeitoso entre o governo e o Congresso. Que não se prejudique o país por desentendimentos desnecessários - observou.

21/07/1999

Agência Senado


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