Plenário estende reajuste aos demais funcionários



Plenário estende reajuste aos demais funcionários O plenário da Assembléia Legislativa estendeu a todas as categorias funcionais de servidores públicos estaduais, civis e militares, em votação realizada ontem à tarde, o mesmo índice de reajuste proposto pelo poder Executivo ao magistério gaúcho e nas mesmas datas previstas no projeto original: 25% em quatro parcelas semestrais. A garantia foi dada após a derrubada do veto do governador Olívio Dutra à emenda de autoria do líder da bancada do PPB, deputado Vilson Covatti. "A alteração corrigiu o erro proposital cometido pelo governo do PT que, além de desrespeitar o princípio estabelecido pela Constituição Federal, o qual impede reajustes de percentuais e em datas diferenciadas entre categorias funcionais, também promove exclusão de determinadas classes de trabalhadores, tão combatidas nos discursos do PT", justificou. O pepebista lembrou que a arrecadação de ICMS, principal tributo do Estado, cresceu mais de 60% desde janeiro de 1999 e que o Executivo gaúcho propôs reajuste inferior a 50% da inflação acumulada no mesmo período. "E apenas para algumas categorias, numa clara medida excludente", avaliou. Também foi mantida a emenda de Vieira da Cunha (PDT), segundo a qual o governo tem prazo de 90 dias para encaminhar novo projeto de lei dispondo sobre uma política que complemente o índice de 190% de defasagem salarial do magistério, buscando a valorização do ensino e dos profissionais que atuam na área de educação. A bancada petista reagiu ao comportamento da oposição, classificando-o de demagógico e oportunista. "Os oposicionistas, na ânsia de engessar a ação do Executivo, aprovam medidas descabidas, esquecendo que a defasagem salarial do magistério não começou no governo de Olívio Dutra", afirmou José Gomes. Para o vice-presidente da Comissão de Educação, Edson Portilho, os deputados "precisam aceitar que há iniciativas que não cabem ao Legislativo", como a aprovação de projetos que gerem despesa para o Executivo. Pedetistas formalizam convite a Fortunati A executiva regional do PDT, liderada pelo presidente em exercício, Pedro Ruas, visitou, ontem, ao meio dia, o vereador José Fortunati (sem partido) para convidá-lo oficialmente a ingressar na legenda trabalhista. O encontro foi respaldado pelo líder nacional da sigla Leonel Brizola, que recentemente esteve com Fortunati no Rio de Janeiro. Estiveram presentes toda a bancada estadual do partido: Vieira da Cunha, Adroaldo Loureiro, Kalil Shebe, Paulo Azeredo, Ciro Simoni, Giovani Cherini e João Luiz Vargas. Também a unanimidade da bancada municipal, formada por Nereu D’Ávila, Isaac Ainhorn, Humberto Goulart, João Bosco Vaz e Ervino Besson, prestigiou o convite à Fortunati. Os deputados federais gaúchos estiveram ausentes em razão de sessão no Congresso Federal. O coordenador da bancada estadual Eron de Oliveira, o ex-deputado federal Ney Ortiz Borges e diversos militantes do PDT prestigiaram o encontro realizado no salão nobre da presidência da Câmara Municipal. A formalização do convite ficou à cargo de Vieira da Cunha, que é o atual presidente do diretório metropolitano, que entregou à Fortunati um Estatuto do PDT e um cartaz da Internacional Socialista. Adroaldo Loureiro presenteou Fortunati com um botom da legenda, para que seja usado caso a opção do ex-petista seja o PDT. Sobre a possibilidade do ingresso de Fortunati no partido, o líder da bancada municipal, Nereu D’Ávila, disparou: “Certeza em política é uma coisa muito difícil, já dizia o presidente Vargas. Eu pessoalmente tenho uma convicção íntima muito forte”. Pedro Ruas afirmou que a atitude dos pedetistas garantiu a manutenção da coerência entre o discurso e a prática política do trabalhismo. “Só resolvemos efetuar um convite oficial à Fortunati após a sua decisão pessoal de sair do PT. Jamais, adotaríamos outra postura”, salientou o vice-presidente, interinamente no comando do partido. Ele ainda destacou que as conversas anteriores com Fortunati trataram apenas das conjunturas nacional, estadual e municipal, e que será um orgulho para o PDT ter Fortunati entre os seus militantes. Vereador anuncia decisão depois de 20 de setembro O líder do PDT na Assembléia, Adroaldo Loureiro, disse que vai aguardar com otimismo a decisão de filiação partidária de José Fortunati. “Trata-se de uma liderança cuja trajetória política e pessoal orgulha e dignifica a vida pública do nosso Estado”, destacou o parlamentar. O deputado Adroaldo Loureiro adiantou ao vereador o apoio do Comitê Eleitoral, do qual é coordenador, para respaldar sua candidatura na chapa majoritária do partido, tanto ao Senado quanto ao governo do Estado. “A aceitação de Fortunati é unânime nas bases, por sua afinidade ideológica e postura política de centro-esquerda afinada com o trabalhismo”, afirmou o parlamentar. Fortunati afirmou que ficou lisonjeado com o convite dos pedetistas, principalmente, pela relação de amizade que mantém com diversas lideranças trabalhistas. Ele, no entanto, alegou que ainda deverá avaliar o resultado de encontros com representantes de outras legendas que o estão procurando. No dia onze pela manhã ele reuniu-se com o presidente do Partido Humanista da Solidariedade, o ex-deputado federal Roberto Argenta. Hoje à noite Fortunati estará reunido com o presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire. Durante essa e a próxima semana o vereador deverá manter novos contatos com os demais partidos. Fortunati disse que a sua decisão deverá ser anunciada após o feriado de 20 de setembro Funcionários abraçam o prédio do Dmae em protesto Pelo menos mil pessoas entre funcionários municipais e políticos participaram ontem do ato público pela não privatização do serviço de abastecimento de água. Os servidores realizaram um abraço à Hidráulica Moinhos de Vento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), na rua 24 de Outubro. A manifestação ocorreu em repúdio ao projeto de lei 4.147 do governo federal, que prevê a retirada da titularidade dos municípios na prestação dos serviços de saneamento e abre as portas à privatização do setor. Ontem, o presidente da Câmara de Deputados, Aécio Neves (PSBD-MG) anunciou a retirada da votação em caráter de urgência do Projeto de Lei 4.147 que dispõe sobre a regulação dos serviços de saneamento no País. A nova data para a votação do projeto está prevista para o dia 17 de outubro, sendo que no dia 3 de outubro o novo relatório será apresentado aos integrantes da Comissão Especial de Saneamento através do relator Adolfo Marinho (PSDB-CE). O superintendente administrativo do Dmae, Ricardo Collar, informou que 99,5% da Capital é abastecida com água tratada, 84% de esgotos coletados com uma média anual de investimentos próprios (sem contar financiamentos) de R$ 30 milhões. Segundo ele, a meta da Prefeitura é ampliar os investimentos, prioritariamente em áreas mais carentes da Capital. Duas obras já foram entregues no primeiro semestre de 2001: as ampliações dos subsistemas São José e Nonoai. Desde o dia 30 de agosto, quando o substitutivo do deputado federal Adolfo Marinho (PSDB-CE) foi apresentado, a Frente Nacional de Saneamento estuda a proposta, buscando formas de criar uma política nacional de saneamento de caráter público e universal. A data da manifestação na Hidráulica Moinhos de Vento foi escolhida porque ontem estava marcada a votação no Congresso do Projeto de Lei 4.147, que retira a titularidade dos municípios e abre as portas para a privatização do setor. A mobilização em defesa do saneamento público está sendo marcada, desde 27 de agosto, por uma vigília em Brasília. O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, participou ontem em Brasília do ato público em defesa da titularidade dos municípios no setor de saneamento Bush classifica atentados como "atos de guerra" "Será uma luta monumental do bem contra o mal. Mas o bem irá prevalecer". Esta foi a declaração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em seu terceiro pronunciamento à população americana após os atentados de terça-feira no país. Ele afirmou que iria pedir ao Congresso verbas para ajudar na recuperação e para reforçar a segurança do País classificou os atentados contra os prédios do World Trade Center, em Nova Iorque, e do Pentágono, em Washington, como "atos de guerra". O presidente ainda disse que haverá uma caçada frenética pelos responsáveis pela tragédia ocorrida. Ontem foi divulgado que a Casa Branca era um dos alvos do ataque, em Washington. Uma pesquisa do jornal The Washington Post e da rede de tevê ABC revela que 94% dos americanos são favoráveis à represália. A sensação de insegurança persistia ontem nos Estados Unidos. O prédio do Departamento de Agricultura, em Washington, foi evacuado na manhã de ontem, mas os funcionários tiveram permissão de retornar horas depois. O edifício de 39 andares da ONU, em Nova Iorque, também foi evacuado por causa de uma ameaça, que não foi não foi informado qual seria. Durante a tarde, mais de 20 agentes do FBI fortemente armados perseguiram suspeitos dos ataques terrorista até o Westin Hotel, em Boston. O hotel foi esvaziado e os agentes detiveram três pessoas em todos os Estados Unidos, de acordo com as autoridades. Elas teriam origem árabe e podem dar pistas sobre o mandante dos atentados. O FBI já recebeu mais de 700 pistas em um Web site especialmente criado para coletar informações sobre os ataques Realidades do Brasil O Grupo Lume, de Campinas (SP), é um dos 67 grupos de teatro que participam do 8º Porto Alegre em Cena. Mas seus integrantes chegaram a Porto Alegre um pouco antes do começo do festival, para mostrar um outro espetáculo de seu repertório. Hoje, a trupe estréia Café com Queijo, às 21h, no 5º andar da Cia. de Arte, no espaço em que funciona a Usina do Trabalho do Ator. Café com Queijo, como conta a atriz Raquel Scotti Hirson, partiu de uma longa pesquisa da companhia, ligada desde sua fundação - em 1985 - à Unicamp, onde mantém sua sede e tem estrutura para trabalhar. O Lume é um centro de pesquisa teatral e um dos grupos mais reconhecidos do País. Suas atividades são dirigidas para a arte do ator. Em Café com Queijo, que estreou em 1999, eles estudaram a "mímesis corpórea", termo criado pelo fundador do grupo Luís Otávio Burnier (que morreu em 1995). Como conta Raquel, trata-se de uma técnica em que o ator se torna capaz de imitar ações, vozes e maneiras de falar de uma pessoa observada. Como o cenário, o espetáculo é uma colcha de retalhos. É um musical, repleto de sanfonas, violas e foles, em que dezenas de personagens demonstram as diversas realidades contidas num mesmo Brasil. As histórias são contadas ao público da maneira como os atores ouviram. Raquel lembra que a pesquisa começou em 1993, quando o grupo começou a coletar histórias de lendas brasileiras. "As pessoas que estavam dispostas a nos receber, sempre eram os mais velhos". A segunda pesquisa, em 1997, levou o Lume à Amazônia, para um trablho de 40 dias. Eles estavam atrás do cenário do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez. Novamente foram os velhos do interior do País que se dispuseram a falar. Depois de muitas viagens de barco chegaram à conclusão de que queriam contar as histórias destas pessoas. Entre as personagens, estão Seu Mata-Onça (Renato Ferracini), um grande conhecedor da terra. Ele inventou uma receita caseira para curar a malária e sonha com alguém que possa ajudá-lo a desenvolver seu talento. Há também Dona Maria, interpretada por Raquel, "uma índia que se sente triste por ter sido roubada da cultura dela". Seu Teotônio (Jesser de Souza) é um homem de 99 anos de idade, que morreu dois meses depois de ser entrevistado. Agrônomo, que vivia há 67 anos na Amazônia, sempre buscou a felicidade e sonhava construir algo. Há ainda Dona Maroquinha (Ana Cristina Colla), uma mulher que vive fechada num casulo, perdeu todos os filhos antes do nascimento e se diz médium de boto, morre de medo de ser levada para o fundo do rio. Entre todos, algo em comum: falam muito de solidão. Café com Queijo tem apresentação hoje a amanhã, às 21h, na Cia. de Arte (Andradas, 1780). Ingressos a R$ 5,00 O errado se transforma no certo A invasão de espaços não-convencionais é a proposta de Parada de Rua, outro espetáculo dos sete que fazem parte do repertório do Lume e uma das nove peças que integram o segmento de teatro de rua do 8º Porto Alegre em Cena. Na estrada desde 1995, foi apresentada em lugares como estações de metrô e plataformas de petróleo, como conta a atriz Raquel Scotti Hirson. A peça reúne uma banda de coreto, com músicas conhecidas, outras não, outras de origeem espanhola, hebraica, canadense ou armênia, músicas que trazem recordações que as pessoas trazem consigo. Em forma de cortejo, a encenação faz literalmente o público se mexer para acompanhar o que está acontecendo. Por mobilizar o espaço em que se deseja interferir, Parada de Rua pretende provocar impacto e ser provocativo ao "invadir o lugar errado para transformá-lo no certo". Embora realize criações coletivas, o Lume desta vez trabalhou com o diretor dinamarquês Kai Bredholt, do Odin Teatret. Além dos atores de Café com Queijo, os outros integrantes do grupo - Carlos Roberto Simioni, Ricardo Puccetti e Naomi Silman - participam do elenco. A peça vai ser mostrada este domingo (às 12h) no Parque Farroupilha, além de segunda e terça (15h) na Andradas. Projeto que prevê aumento de velocidade provoca reações A derrubada do veto do governador Olívio Dutra pelos deputados estaduais ao projeto de lei que amplia a limite de velocidade nas rodovias com pedágios sob administração do Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens (Daer) provocou reações entre as autoridades. O resultado da votação no plenário da Assembléia Legislativa foi de 28 votos contra 13 e manteve a lei, aprovada em maio deste ano. A proposta estabelece limite de 110 km/h para carros de passeio e caminhonetes, de 90 km/h para ônibus e microônibus e de 80 km/h para os demais veículos nas estradas gaúchas. O autor do projeto, deputado Jair Foscarini (PMDB), avalia que a aprovação da proposta foi uma reação contra a máquina de multar do governo do Estado. Ele disse que a lei está em perfeita adequação ao Código Brasileiro de Trânsito. "Não queremos correrias nas estradas", salienta. "O governo deve deixar de esconder pardais entre árvores de locais remotos só com a intenção de meter a mão no bolso dos motoristas". De acordo com Foscarini, o Palácio Piratini faturou R$ 532 milhões em multas em 1999 e 2000 e já multou 60 mil motoristas entre janeiro e março de 2001. O deputado afirma que o próprio governo tem estudo recomendando o aumento dos limites em várias estradas, mas não o faz para não abrir mão deste faturamento que massacra os gaúchos. O diretor-presidente do Daer, Hideraldo Caron, disse que a derrubada do veto foi uma decisão irresponsável. Segundo ele, o limite de velocidade nas estradas não é determinado pelo governador, pelo secretário de Transportes nem pelo Daer, mas pelos engenheiros de tráfego. A deputada Luciana Genro (PT) condenou a aprovação da ampliação do limite de velocidade nas rodovias gaúchas. Ela classificou a atitude de contraditória, porque a derrubada do veto ocorreu um mês depois que o Legislativo patrocinou uma campanha de marketing pela pacificação nas estradas, intitulada Dia Zero de Acidente de Trânsito. "A medida aprovada coloca em risco a vida de milhares de pessoas", destaca Luciana. Além da BR-290, no trecho Porto Alegre-Osório (Freeway), onde o limite é de 100 km/h, já existe uma estrada estadual com limite de velocidade superior a 80 km/h, a RST-101, entre os municípios de Capivari e Tavares. Governo e empresários mais perto do acordo A mudança do regime tributário para micro e pequenas empresas está próxima de ser implementada. As entidades proponentes (Federasul, Fecomercio, FCDL, CRC/RS, Sebrae/RS e Fiergs) e a Secretaria da Fazenda do Estado já entraram em consenso nas linhas gerais da proposta, que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 2003. Alguns pontos ainda estão em discussão, como a não implicação de perda do benefício de parcelamento no caso de atraso no pagamento, o percentual de desconto por número de funcionários e o pagamento antecipado das diferenças de alíquota do imposto nas compras fora do Estado. O debate aconteceu ontem na sede do Sindilojas, com a presença do secretário estadual da fazenda, Arno Augustin, representantes de associações e sindicatos e lojistas. As entidades defendem que o programa seja implementado como mais uma alternativa, além do regime geral e da lei atual. Mas a proposta é contestada pelo secretário. "Como a proposta é simplificar, tanto para quem paga quanto para quem cobra, a vigência de três sistemas é contraditória", diz. No entanto, Augustin afirmou que os técnicos da secretaria irão estudar a mudança na norma de perda do benefício por atraso, defendido pelos empresários. O vice-presidente da Fecomércio e vice-presidente do Sescon/RS, Luiz Carlos Bohn, diz que a proposta pode onerar mais algumas microempresas que a lei anterior, pois não há destaque para a geração de crédito. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), José Alceu Marconato, entregou a nova proposta ao secretário. Segundo ele, há necessidade de aumento de prazos e revisão dos critérios de parcelamentos das dívidas. Em relação ao desconto no imposto por empregado, o secretário explicou que o número mínimo foi proposto inicialmente pelas próprias associações. "Como as entidades mudaram o número mínimo de seis para três na nova proposta, temos que reavaliar o impacto desta medida." Visando combater a sonegação e o comércio informal, as reformas tributárias também buscam estimular o emprego, defende o secretário. Acrescenta que o pagamento antecipado da diferença do imposto para produtos de fora do Estado servem para proteger a economia gaúcha, de estímulo à produção e ao emprego. Artigos Solidariedade ao povo norte-americano Jussara Cony Os acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos devem levar aos que têm compromisso com uma ordem mundial justa e solidária a uma profunda e necessária reflexão. Em primeiro lugar, nada justifica ações terroristas que estarrecem a humanidade pelas suas conseqüências dolorosas para os povos, atingem, principalmente, à população indefesa e matam milhares de inocentes. A par dessa postura contra o terrorismo, é preciso refletir sobre um ato como este no contexto em que vive o mundo: o de uma ordem política, econômica e social injusta que despreza a solidariedade entre os povos e cujo centro é a potência norte-americana. Sobre ela, face às contradições irreconciliáveis do sistema, inclusive as interimperialistas, se acirram as contestações do mundo inteiro; hoje, o penalizado foi o povo americano! A reflexão nos remete à necessidade de construir uma verdadeira nova ordem mundial que garanta o equilíbrio do mundo, o fortalecimento dos estados-nações e seu desenvolvimento soberano, sem a hegemonia dos que se arvoram de donos do planeta e, assim, impõem sua Política de Segurança Nacional para justificar os investimentos na indústria armamentista, às custas da fome de milhões; agridem, política e militarmente, outros povos. Um exemplo é o Plano Colômbia que, sob a falácia de combater o narcotráfico, na realidade, intervém na autodeterminação do povo colombiano e busca se apossar da Amazônia e de sua biodiversidade. Acontecimentos no mundo nos mostram que aumenta o intervencionismo do governo norte-americano o que impede a paz, a segurança, a independência das nações e a liberdade e direitos dos povos. Agora mesmo, nesse lamentável episódio, o presidente George Bush já ameaça com retaliações! A construção da paz no mundo passa, hoje, pelo repúdio ao ato terrorista e pela solidariedade ao povo norte-americano mas pressupõe o compromisso com um novo mundo, a ser conquistado com a luta libertária dos povos para que inocentes não continuem sendo vítimas de atentados terroristas, bem como da espoliação das nações, da polarização social, da ameaça de devastação ambiental e da hegemonia política, econômica e bélica de uma potência. Em solidariedade ao povo norte-americano e aos povos do mundo, devemos nos comprometer não com a paz dos cemitérios mas com aquela que se fundamenta na esperança e na certeza de que a humanidade vencerá, um dia, a barbárie e construirá uma verdadeira e perene civilização! Colunistas Cenário Político - Carlos Bastos Boataria sobre troca de partidos Há uma onda de boatos na Assembléia Legislativa e na Câmara Municipal de Porto Alegre sobre a possibilidade de deputados estaduais e vereadores mudarem de partido até o dia 5 de outubro, prazo fatal para transferência de legendas. Na Assembléia, o comentário mais forte é sobre a saída de três a cinco parlamentares do PMDB, que poderiam se destinar ao PPS ou ao PTB. Os nomes em evidência para esta debandada são os deputados Mário Bernd, Berfran Rosado e Elmar Schneider. Mas a transferência, se ocorrer, será na undécima hora, ou seja, nas vésperas do dia 5 próximo. Também há rumores sobre a saída do PMDB do vereador Sebastião Melo, que estaria sendo assediado pelo PTB, PDT e PPS. Ele está muito desconfortável no partido com a eleição do governista Michel Temer para a presidência nacional do partido. Diversas O ex-governador Antônio Britto não está fora desta articulação e, em se confirmando sua saída, cresceria o número de parlamentares que deixariam o PMDB. Mas qualquer decisão só será tomada depois de 1º de outubro. Já o vereador Pedro Américo Leal tem negado sua possível saída do PPB e tem sustentado que, se ocorrer, ele não irá para nenhum outro partido e, sim, deixará a vida política. Dirigentes do PDT que formalizaram ontem o convite para o vereador José Fortunati saíram entusiasmados do encontro e estão convencidos de que o ex-vice-prefeito de Porto Alegre ingressa no partido de Brizola nas próximas horas. O deputado Kalil Sehbe quer Fortunati concorrendo ao governo do Estado. Gaúcho Roberto Portanova, atualmente radicado em Santa Catarina, é um dos dois nomes cogitados pelo PV para concorrer à Presidência da República. Ele esteve ontem visitando os vereadores Beto Moesch (PPB) e José Fortunati. O vice-governador Miguel Rossetto está conclamando seus companheiros petistas e da tendência Democracia Socialista a votarem para presidente do PT gaúcho em David Stival. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Padre Roque Grazziotin (PT), estará entregando hoje ao presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, as cartas coletadas em todo o Estado que pedem a tramitação do projeto de plebiscito sobre a dívida externa brasileira. O deputado Luís Augusto Lara (PTB) entregou ontem, em Brasília, ao ministro da Integração Nacional, Ramez Tebet, uma lista com pleitos de municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Última O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire, estará em Porto Alegre hoje. Às 14h, junto com o deputado Bernardo de Souza, visita o presidente da Assembléia Legislativa, Sérgio Zambiasi (PTB). Às 15h, concede entrevista coletiva na sala da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia e terá um encontro com o vereador José Fortunati que acaba de deixar as fileiras do PT. Começo de Conversa - Fernando Albrecht O ponto dos mendigos Até a Cúria Metropolitana está por aqui com os mendigos que dormem na escadaria da catedral - em certas horas chegam a 30. Entidades que ajudam este pessoal já estiveram no Tribunal de Justiça conversando com a Corregedoria e agora apelam para o comércio para que se adquira uma casa para abrigá-los. Uma das queixas é que os mendigos usam a Espírito Santo para fazer suas necessidades, deixando as calçadas em petição de miséria e os moradores revoltados. O problema é que os comerciantes já tem problemas de sobra com os camelôs, pirataria e contrabando. Vão ter que bancar mais essa? Caderno dos bons Com uma edição primorosa e assuntos idem, o Caderno de Literatura da Ajuris faz o que muitos pensam que fazem. O número 9 traz uma matéria antológica com fotos idem de Tom Jobim e depoimento de Helena, sua irmã. A revista também publica poemas do gaúcho de São Gabriel, Jorge de Oliveira Jobim, pai de Tom. Lotéricas na mira Mais uma divisão de posições na Câmara Municipal. O vereador Sebastião Melo reuniu-se com o sindicato das lotéricas para tratar de projeto na casa que pretende cassar os alvarás de todas as lojas da Capital, tirando da população a possibilidade de pagar diversas contas. Melo quer audiência pública para o assunto. O fracasso da segurança Não é a CIA o organismo de inteligência mais importante dos Estados Unidos, até porque a legislação proíbe a agência de agir internamente. A National Security Agency (NSA) é o órgão máximo na área. Com mais verbas e equipamentos, a NSA vive às turras com a CIA, uma briga histórica que já conta com embaraços hilariantes para ambos. Por uma série de motivos, a NSA não atrai tanto os ficcionistas e a mídia, talvez por causa do passado da CIA em ações no exterior. Alhos por bugalhos O radialista Fernando Veronezi paga seguido a conta de ser parecido com o vereador Pedro Américo Leal (PPB). Estava ele posto em sossego com a costumeira roda de jornalistas no Café Chaves, da Galeria Chaves, quando um cidadão se acercou e fez uma inflamada peroração, dizendo que ele deveria asssumir o lugar do secretário Bisol. Estava tão convicto que era o coronel-vereador que Veronezi até se olhou no espelho. O problema é que a patente máxima da sua carreira militar foi cabo. Contra ou a favor Vamos definir de uma vez por todas esse negócio de dar uma voltinha ideológica para depois condenar os atentados terroristas. Ou se é contra ou a favor. Não venham com outra conversa tipo “mas...” Dois erros não fazem um acerto, como se diz. Terrorismo é uma barbaridade e estamos conversados. Chega de hipocrisia de meia-gravidez. Aliás, ponto para Olívio Dutra, único governador a enviar mensagem ao presidente Fernando Henrique repudiando o terror. Zorra total A Rua da Praia estava uma gracinha ontem. Já de manhã cedo os camelôs ocuparam a área a partir da Doutor Flores, mas com uma inovação: em vez de disporem seus badulaques horizontalmente em relação ao meio-fio, agora colocam estandes na perpendicular, afunilando mais ainda os fluxo de pedestres. A fiscalização estava (mais) ausente, talvez ajudando os americanos a descobrir os terroristas. Para completar a zorra total, as meninas que entregam propaganda agora deram para espinafrar os passantes que não pegam o papelucho. A bronca de Adeli I O vereador Adeli Sell (PT), o mais combativo vereador da oposição, volta a bater duro no Conselhos Tutelares, especialmente o do Centro. Já denunciou conselheiros por “omissão, inoperância e conivência com o desrespeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente”. Repetiu que já mandou carta ao Ministério Público, à Corregedoria dos Conselhos Tutelares e à Comissão Eleitoral denunciando tudo isso. Adeli lembra que haverá eleições para os 40 conselheiros no dia 30. Por sinal, pagos pelo povo. A bronca de Adeli II E prossegue Adeli: “Crianças são obrigadas a vender flores em bares e sinaleiras da Cidade Baixa, outras tantas são obrigadas a praticar furtos e pedir esmolas no Centro em troca de loló, sob comando de gangues. Uma índia explora bebês de colo na frente do City Hotel; crianças se “chapam” na frente da Paquetá, a lista seria interminável”. Adeli tem razão na sua bronca: “Estes desrespeitos foram denunciados sistematicamente como outros tantos, e nada foi feito. Nada, absolutamente nada”, desabafa. TV Piratini Uma das empresas dos Diários e Emissoras Associadas, que já foi o maior grupo de comunicação do Brasil, ainda está viva. Trata-se da Rádio e Televisão Piratini S.A., que publicou o seu balanço consolidado de 1996 a 2000 dia 5 no Diário Oficial da Indústria e Comércio. Dia 14 será feita assembléia geral da emissora para tratar de vários assuntos, inclusive os honorários da diretoria. Existe um processo que se arrasta há anos na justiça em que o grupo pretende ser indenizado pelo seu desaparecimento. Miúdas O presidente do Banrisul, Túlio Zamin, é o autor do anúncio de hoje da campanha Doação de Órgãos do Jornal do Comércio VI Seminário de Atualidades em Tecnologia de Elastômeros começa amanhã às 8h45min na Fiergs. Médico espanhol Josep Brugada, especialista em arritmia cardíaca, fala às 19h na PUC. Conselho de Diretores da Justiça do Trabalho promove dia 14 o 1º Seminário de Aperfeiçoamento. A Credeal (cadernos, cadernetas, pastas, e impressos) já exportou R$ 10,6 milhões este ano. Loja La Femme faz caminho inverso e sai do bairro para ir ao Rua da Praia Shopping. Haroldo de Queiroz, presidente do IAB dá coletiva às 10h no Hotel Embaixador. Conexão Brasília - Adão Oliveira A reunião do Conselho de Ética foi interrompida por cinco minutos porque houve uma discussão entre os senadores da comissão de investigação. Durante a leitura de seu relatório, o senador João Alberto (PMDB-MA) disse que o parecer de Romeu Tuma (PFL-SP) e Jefferson Peres (PDT-AM) era um linchamento de Jáder Barbalho, sem provas. "Eu digo e provo: não existem provas contra Jáder", afirmou. Discussão Tuma e Peres se sentiram agredidos. No mesmo instante, Tuma levantou a voz e disse: "O senhor me respeite". Peres também afirmou que estava sendo desrespeitado. A reunião foi retomada. O clima foi tenso. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) reclamou que a reunião estava sendo partidarizada. Rapidez Calheiros reclamou também que Althoff foi rápido para conceder vista, mas nem tão rápido para marcar as eleições para escolher o presidente do conselho, que é indicado pelo PMDB. O senador Waldeck Ornélas (PFL-BA), afilhado do principal inimigo político de Jáder, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, defende que o fim da licença de Jáder requer pressa por parte do Conselho. "A volta de Jader é inadimissível", afirmou. Votos Quadro da posição dos integrantes da Comissão de Ética sobre o processo contra o presidente licenciado Jáder Barbalho: PMDB: Juvêncio da Fonseca, como presidente, se votar é contra, Carlos Bezerra - contra, Casildo Maldaner - contra, João Alberto - contra, Nabor Júnior - contra. PFL: Geraldo Althoff - a favor, Moreira Mendes - a favor, Bello Parga - a favor, Waldeck Ornélas - a favor, Romeu Tuma - a favor. Bloco PSDB/PPB: Antero Paes de Barros - indeciso, Ricardo Santos - a favor, Leomar Quintanilha - a favor. Bloco PT-PDT: Heloísa Helena - a favor, Jefferson Péres - a favor. PSB: Roberto Saturnino - a favor. Sarney A cinco dias do vencimento da licença do presidente do Congresso, senador Jáder Barbalho (PMDB-PA), o Palácio do Planalto e as cúpulas do PFL, PSDB e PMDB deram início a uma negociação que pode levar o senador José Sarney (PMDB-AP) de volta à presidência do Legislativo e do Senado. Sarney seria o nome de consenso, além de, na opinião dos negociadores, ter condição de tirar o Senado do lamaçal em que se encontra por causa das denúncias de supostos atos de corrupção praticados por Jáder. Antes, porém, o presidente licenciado teria de renunciar. Editorial Mundo à mercê do terrorismo desvairado Não terminou a contagem dos mortos e feridos nos atentados em Nova Iorque e Washington, porém o mundo dá-se conta, horrorizado, de que ninguém, em qualquer local, está a salvo das ações terroristas suicidas. Os Estados Unidos julgavam-se relativamente imunes, em seu território. No World Trade Center ou no Pentágono ficaram sabendo da trágica impotência diante do fanatismo tresloucado. Contra o ato extremo e suicida pouco ou quase nada pode ser feito, pois não há prevenção 100% e a surpresa conspira a favor do atacante, ainda mais usando aviões comerciais em vôos rotineiros, transformados em bombas mortíferas direcionadas. As lideranças mundiais compreenderam que existe sim o terror globalizado, preenchendo o vácuo deixado pelo fim da Guerra Fria. O Papa João Paulo II puxou o coro condenatório ao ato infame, vitimando centenas de pessoas. Vladimir Putin solidarizou-se, ao lado de Tony Blair, Jacques Chirac e Fernando Henrique Cardoso. Afinal, todos os povos ou mandatário poderão ser a próxima vítima. Além dos que morreram e estão feridos, o principal a lamentar, as dificuldades econômicas pioraram o panorama internacional. Bolsas despencando, dólar em alta nos países emergentes e em queda nos industrializados, petróleo disparando, misto de ansiedade e especulação, que ninguém perde a chance de forrar os bolsos. O Brasil sai mais chamuscado do episódio, estava mal desde junho e futurologistas vaticinam o pior. No entanto, igual aos Estados Unidos, que unem-se e são, exemplarmente, solidários na adversidade, desde a II Guerra Mundial, também nós devemos tirar lições da tragédia nova-iorquina. Aqui, onde não temos terremotos ou cataclismas naturais de monta, é fundamental implementar estruturas com planejamento, para diminuir os fossos socioeconômicos que ainda emperram a ampla justiça entre os brasileiros. Quanto aos EUA, têm tecnologia, pessoal, dinheiro e armamentos para descobrir quem, como e por quê motivo atacou sua principal cidade e o centro financeiro do planeta. Entretanto, o atentado de Oklahoma City, em 1995, ensina que é perigoso jogar a culpa em grupos étnicos dentro e fora do território norte-americano e, depois, constrangidos, saberem que foi um dos seus, ex-graduado que lutou pelo exército na Guerra do Golfo, o autor da chacina. Evidente que, a partir de 11 de setembro de 2001, a insegurança será a companhia dos anônimos habitantes das cidades e também de presidentes, reis e rainhas. O terror globalizou-se, de Jerusalém a Madri. Conforta saber da condenação unânime ao ato perverso, que foi bem planejado, certamente muitas pessoas participantes e apoio logístico de monta. Por isso é válido atacar a raiz de alguns problemas que, se não justificam jamais, no entanto podem explicar a explosão de loucura que vitimou tantas pessoas na metrópole ianque. Evitar tamanhas desigualdades, apelos consumistas exagerados, a opulência ao lado da miséria, os que têm muito importarem-se com os deserdados. Se o mundo sempre foi assim, devemos, pelo menos, diminuir a profundidade do fosso que separa uns e outros, mitigando a fome de um bilhão de nossos semelhantes, distribuindo melhor os recursos e permitindo vida digna da Patagônia à China, do Alasca à Sibéria, da Califórnia ao Kosovo. Temos ainda tempo de atender aos apelos em prol da liberdade com pão, da democracia com deveres e direitos e da paz com dignidade. A implosão dos gigantes edifícios deve ajudar não a piorar, mas a melhorar o futuro que, certamente, teve um marco nos ataques perpetrados no coração do capitalismo, crime hediondo e que, por si só, nada resolverá. Topo da página

09/13/2001


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