PMDB avalia lançamento de Jarbas à Presidência



PMDB avalia lançamento de Jarbas à Presidência Governador vai a Brasília para encontro com líderes do partido O governador Jarbas Vasconcelos encontra-se hoje em Brasília com o presidente do PMDB, Michel Temer, e com o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima, para tratar de sucessão presidencial. A cúpula peemedebista estaria interessada em que ele aceitasse ser um dos pré-candidatos do partido à Presidência da República. Dois nomes já estão na disputa: o do senador Pedro Simon (RS) e o do governador de Minas Gerais, Itamar Franco. Nenhum dos dois conta, atualmente, com o apoio da direção do PMDB. A escolha do candidato do partido acontecerá por meio de eleição prévia, marcada para o próximo 20 de janeiro. Jarbas admite entrar na disputa, mas quer primeiro que haja uma discussão entre os partidos governistas, em busca de unidade. Considera que, fragmentada, será "complicado" para a aliança derrotar a Oposição. "Se o partido encampar sua candidatura, fazendo com ele o que o PFL fez com Roseana (Sarney, governadora do Maranhão), Jarbas é um nome que pode ganhar força na sucessão", disse o secretário estadualda Saúde, Guilherme Robalinho, um dos mais próximos auxiliares do governador, com quem trabalha há quase 10 anos. O que "o PFL fez com Roseana" foi conceder-lhe as inserções gratuitas a que o partido teve direito no rádio e na televisão, mês passado. Depois disso o nome dela apareceu nas pesquisas com cerca de 15% das intenções de voto. Na próxima rodada da propaganda política, o PMDB terá direito a 57 dessas inserções, de 30 segundos cada uma delas. No sentido específico da utilização desses programas, segundo Robalinho, "Jarbas é um produto tão bom quanto Roseana, e com uma história política melhor". Itamar - O PMDB nacional que Jarbas Vasconcelos encontra hoje estará às voltas, também, com a escolha de um nome para substituir Jáder Barbalho na presidência do Senado e com a notícia de que Itamar Franco - diferentemente do que era esperado, após seguidas reuniões com Leonel Brizola - resolveu não ir para o PDT. "Nenhuma atitude do Itamar me surpreende. Nenhuma, nenhuma. Ele é imprevisível, como continuasendo imprevisível esta notícia de que ele vai continuar no PMDB. Ele pode, a qualquer momento, deixar o PMDB", disse Jarbas ontem, durante entrevista no Palácio do Campo das Princesas. Quanto ao Senado, afirmou que os senadores peemedebistas devem "escolher o que for melhor não para o partido, mas para a instituição". Tribunal julga reinício da obra O julgamento do termo aditivo da duplicação da BR-232 pelo Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) vai ocorrer hoje. O TCE deve decidir pela aprovação. Com isso, o Governo do Estado ganhará a permissão para retomar as obras do túnel na Serra das Russas. Porém, novos contratempos estão por vir para o Executivo estadual. É que a indefinição sobre o termo consumiu 21 dias, gerando, para a empreiteira, um prejuízo de R$ 1,890 milhão. E este valor será cobrado do Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco. O diretor de contrato da Norberto Odebrecht, Eduardo Bonfim, diz que o consórcio - formado junto com a Queiroz Galvão - não pode assumir os prejuízos. "Acho que o DER deve tomar providências para solucionar o problemas. Alguém vai ter bancar isso", declara. As três semanas em que as obras de abertura do túnel ficaram interrompidas - o pagamento foi suspenso por recomendação do TCE - provocaram um prejuízo diário de R$ 90 mil. Bonfim conta que a empreiteira paralisou a construção do túnel atendendo a um comunicado do DER. "Não houve pedido para desmobilizar o contingente de mão-de-obra contratado. Portanto, estas pessoas não foram demitidas. Isso significa gastos". Ele informou que 255 trabalhadores contratados e 65 máquinas ficaram parados. Mas a intenção da Odebrecht vai encontrar resistência. O diretor do DER, Teógenes Leitão, disse que o Estado não se responsabilizará pelas perdas das empreiteiras. "Vamos sentar e conversar para encontrar alternativas. Mas não vamos pagar pelo prejuízo da decisão do TCE", afirmou. O termo aditivo engloba um "acréscimo" de obras que representa R$ 21 milhões a mais no orçamento original da duplicação, que é R$ 276 milhões. PT espera vitória de Santana e Dirceu Mesmo sem o resultado oficial, contagem paralela dos petistas diz que prefeito de Camaragibe foi reeleito A eleição interna do PT foi realizada no último domingo, mas a contagem dos votos do Recife só teve início às 20h de ontem e a expectativa era que a apuração se prolongasse durante toda a madrugada. Pela contagem paralela realizada por um grupo de petistas, o prefeito de Camaragibe, Paulo Santana, da Unidade na Luta (UL), foi eleito presidente estadual do partido e o deputado federal José Dirceu reeleito para a direção nacional. Os petistas receberam anteontem à noite o aval da direção nacional para começar a apuração dos votos. O recurso impetrado pelas tendências Coletivo Florestan Fernandes, Tendência Marxista (TM) e O Trabalho (OT) foi aceito. Eles solicitaram que a lista complementar contendo 447 nomes que foi acrescida à lista oficial fosse desconsiderada pelo diretório nacional. Com a anulação da lista complementar, o fantasma da eleição ser suspensa por falta de quorum foi afastado definitivamente. É que se a lista paralela fosse aceita, aumentaria o coeficiente eleitoral. Como a mobilização do PTesse ano foi abaixo do esperado, não haveria número de votantes suficientes para dar início a apuração. Na votação das urnas do Recife, os petistas não quiseram opinar se teria ou não um segundo turno para escolha do novo dirigente municipal. "Tudo é possível quando abrir as urnas. Não dá para dar uma previsão antes de contar os votos", disse o secretário de comunicação do PT, Odilon Lima. Das 96 cidades onde o PT realizou eleição, até às 19h30 de ontem a direção estadual do PT só faltava contabilizar quatro cidades na votação paralela. Pela listagem extra-oficial, o prefeito de Camaragibe obteve 58,39%, o sindicalista José Alberto ficou com 13,97% e o deputado Paulo Rubem em terceiro lugar com 12,3% dos votos. A vitória do prefeito de Camaragibe fortalece a campanha do secretário municipal de Saúde, Humberto Costa, para a campanha de 2002. Os dois são do mesmo grupo político e Santana era o candidato indicado por Humberto para a presidência do diretório estadual. Sessões são suspensas Encerrar a sessão por falta de quorum está se tornando uma prática comum na Câmara Municipal do Recife. A iniciativa é um mecanismo legal que pode ser acionado pelo presidência da Mesa Diretora, quando o número de vereadores é insuficiente para reunião plenária. A freqüência com que isso vem ocorrendo, no entanto, demonstra que os parlamentares não estão muito preocupados com o andamento dos trabalhos legislativos. Na manhã de ontem, a sessão foi novamente cancelada. Dos 41 vereadores apenas oito parlamentares estavam no plenário. Em conseqüência disso, dois projetos de autoria do prefeito do Recife, João Paulo (PT) não foram votados. Estavam na pauta as propostas de criação do Fundo Municipal de Defesa do Consumidor (Fundec) e do Conselho Municipal de Defesa do Consumidor. Também seria votado o projeto que institui normas de funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos Humanos, Cidadania e Defesa Social. A reunião na Câmara deveria começar às 9h. Muita vezes os vereadores ficam conversando no buraco frio e esquecem o horário da sessão. Outros alegam compromissos externos para justificar a ausência. Na manhã de ontem, o presidente da Câmara, vereador Dilson Peixoto (PT), também estava ausente. "Fui intermediar uma negociação com os servidores da DRT", explicou. O petista foi substituído pelo vereador José Antônio (PPB), que cancelou a sessão que só poderia acontecer com um número mínimo de 14 vereadores. Na última quinta-feira a sessão também foi cancelada pelo mesmo motivo. Os trabalhos na Câmara terminam hoje. Amanhã haverá uma comemoração solene e na sexta-feira não tem sessão. Dispensa de licitação é questionada Depois de ser obrigada a revogar o edital de licitação para contratação de empresas que farão o recolhimento de lixo urbano, a Prefeitura do Recife começa encarar um contratempo similar. O termo de dispensa de licitação para a construção de 200 casas populares corre o risco de ser revogado também. O Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) pode determinar que a contratação da empresa que construirá as habitações - Lecon Projetos e Instalações Ltda. - deva ser submetida à licitação. O conselheiro Carlos Porto, que sugeriu que o TCE solicitasse informações à PCR, revelou que será aberto um processo para analisar o termo de dispensa. O Tribunal enviou o pedido ontem ao Executivo municipal. Segundo ele, caso sejam encontradas irregularidades no procedimento seguido pela PCR, o processo terá que ser refeito. Ele ressaltou que não pode antecipar sua opinião sobre o processo, uma vez que o TCE ainda não recebeu as informações da PCR. Os questionamentos iniciais sobre a dispensa da licitação surgiram entre vereadores de oposição ao prefeito João Paulo (PT). Roberto Andrade (PFL), juntamente com outros parlamentares, enviou à PCR, através da Mesa Diretora da Câmara, um pedido de esclarecimento. "O prefeito tem 30 dias para fornecer os dados. Não estamos fazendo acusação e sim pedindo informações". O grupo informou que já trabalha para requerer também esclarecimentos sobre outras duas dispensas de licitação oriundas da Secretaria de Saneamento. Uma é referente à contratação de imóveis para a descentralização das atividades do órgão. A outra é relacionada ao fornecimento de tíquetes-combustíveis. A PCR alega que a construção das casas - destinadas a famílias desabrigadas pelas enchentes de 2000 - tem caráter urgente. Segundo o secretário-adjunto de Assuntos Jurídicos, Bruno Ariosto, o processo seguiu todos os preceitos estabelecidos pela Lei das Licitações (866/93). "Estamos tranqüilos. Existe um parecer que determina que estado de calamidade não é válido somente durante uma tragédia, mas também engloba seus efeitos", disse. Artigos Terror mundial Edson Mororó Moura Minha solidariedade ao povo dos EUA pelo pavoroso sofrimento que lhe foi imposto por mãos assassinas. Não poderia ser outra minha atitude quando reconhecemos a multiplicidade de virtudes de seu povo, mas é necessário que no compreensível choque que acomete o Mundo ocidental, não deixemos de atentar para alguns fatos históricos que talvez justifiquem às vezes o ódio e, quase sempre a antipatia existente contra os EUA, mesmo entre povos que pertencem a mesma cultura. No começo dos anos 70, um engenheiro inglês, passou um ano em Belo Jardim assistindo nossa fábrica, relatou-me, para justificar sua antipatia pelos EUA, que uma pequena força tarefa naval norte-americana cruzara com uma força naval inglesa e pela sinalização ótica transmitira que a Marinha americana era a maior do Mundo. O engenheiro inglês perguntava a justificativa daquela criancice. Na minha opinião isso se deve ao extraordinário crescimento dos EUA desde a independência, levando-os no fim do Século XIX, a quererem experimentar a expansão territorial e o imperialismo e o livro do comodoro A. T. Mahan, The Influence of Sea Power on History foi decisivo naquele cenário. Barbara Tuchman assinala que em 1890, o Serviço do Censo declarou que não havia mais fronteiras terrestres nos EUA porquanto os últimos índios tinham sido dizimados por heróis do tipo general Custer e o capitão A. T. Mahan anunciava "quer quisessem ou não os americanos tinham agora que começar a olhar para fora". E olharam: os canhões de suas frotas tomaram aos espanhóis Cuba, Porto Rico e as Filipinas. O ultimato à Espanha, votado na Câmara dos Deputados, por 311 a 6 votos, na realidade uma declaração de guerra, mostrou o clima de ululante belicosidade da sociedade americana instigada pelos jornais. A frota americana na bahia de Manila destruiu a esquadra espanhola, em poucas bombardas. Nunca o país sentira um tal frêmito de orgulho, diz Barbara Tuchman: "a maior batalha naval dos tempos modernos" diziam os jornais. Esses fatos foram o prelúdio da guerra entre o Japão e os EUAiniciada pelo ataque a Pearl Harbor, em 1941. No volume 18 da coleção La Guerra en el Pacifico, de Gabriel Cardoso e outros está escrito: "Hoje é quase universal a opinião de que a guerra estava ganha para os EUA, o Japão iria se dobrar de fome e, portanto o massificante bombardeio imposto ao Japão poderia ter sido evitado e com ele a apocalíptica destruição de vidas. E, sem embargo, aquela destruição foi feita sob dois motivos: o temor e o ódio. Com respeito ao ódio, um autor insuspeito como o general britânico J.F.C. Fuller um dos mais prestigiosos comentadores militares do Século XX, refere-se a Roosevelt e Churchill nos seguintes termos: "Seus corações ficaram isolados de seus cérebros e transformaram a luta numa pugna maniqueísta entre Deus e o Diábo e, com o fim de arrastar seus cidadãos desencadearam uma venenosa publicidade contra o mal que invocavam". Aquele massacre aéreo produzido por 134 mil toneladas de bombas comuns e mais duas bombas atômicas entre 24 de novembro de 1944 e 9 de agosto de1945 causaram 470 mil mortos, 560 mil feridos e 10 milhões de desabrigados. É isso o que vai fazer o presidente Buch? Na realidade não podemos considerar diabos aquelas crianças palestinas que apareceram em foto de 12/Set/01, página 9, deste DIARIO, aplaudindo o brutal massacre, por mais repulsivo que ele tenha sido. O Mundo precisa urgente de mais tolerância, e os americanos têm que entender que não podem ficar com todo o poder militar e riqueza, ditando suas verdades. Colunistas DIARIO POLÍTICO Vai levar um tempo Iniciando os preparativos para mais uma campanha eleitoral, os políticos do Brasil inteiro já devem ter notado que não será fácil motivar os eleitores depois da tragédia que atingiu os Estados Unidos. Se há apenas uma semana o noticiário político vivia na maior efervescência por conta das informações sobre troca de partidos, pré-candidaturas presidenciais e possíveis coligações, agora, depois dos atentados terroristas que deixaram o mundo horrorizado, todos esses problemas parecem insignificantes. E não só por conta do que aconteceu mas pelo que ainda pode acontecer. De repente, os problemas dos governadores, deputados, senadores, vereadores e prefeitos ficaram pequenos diante de tudo que está o tempo todo na TV, hipnotizando o País. Nem a renúncia anunciada de Jader Barbalho (PMBD-PA), ontem, à presidência do Senado, conseguiu causar uma reação semelhante ao que se assistiu no dia em que Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), seu maior desafeto, renunciou perante o Conselho de Ética do Senado e diante das câmaras de televisão que transmitiram cada detalhe, provocando emoções de todos os tipos. Uma semana já passou mas ninguém faz outra coisa a não ser falar sobre aquele trágico 11 de setembro e aguardar o troco que os americanos estão prometendo. Aos políticos, só resta esperar e se preparar bastante. Porque ainda vai levar um tempo para que algum eleitor volte a se interessar por eles, suas promessas ou seus discursos. Roberto Freire (PPS-PE) acredita que o virtual candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, passou a ter um palanque definitivo em Pernambuco para 2002, com a consolidação da união PDT/PPS Acordo João Braga (PV) e Silvio Costa (PSD) andam trocando figurinhas sobre a eleição do ano que vem. Como acham que elegerão três deputados estaduais por cada partido, já estudam a possibilidade de fazer uma coligação se houver possibilidade de eleger mais um nessa composição. Candidato Carlos André Magalhães, pré-candidato a deputado estadual pelo PSDB, é o paraninfo da turma de Jornalismo da Universidade Católica que cola grau, hoje, na casa de recepções Rose Beltrão, de Apipucos. A festa começa às 20h. Legenda 1 Se depender de Paulo Rubem, o PT não faz coligação com nenhum outro partido na proporcional, porque os votos de legenda são tantos que esse será o melhor caminho para eleger mais deputados estaduais e federais. Legenda 2 O deputado lembra que em 94, 25 mil pessoas votaram só na legenda, na hora de escolher um deputado federal e em 98 foram 77 mil: " Em 2002 o número pode chegar a 100 mil o que ajudará todos os candidatos". Legenda 3 Atualmente, o PT de Pernambuco tem apenas um representante na Câmara dos Deputados, Fernando Ferro, e espera eleger Paulo Rubem que é deputado estadual e Isaltino Nascimento, vereador do Recife. Fica José Chaves (PMDB-PE) não sabe de onde surgiram os boatos de que ele trocaria de partido. E é taxativo:" Definitivamente, eu vou ficar no PMDB, porque as divergências eu pretendo resolvê-las internamente". Dos seus próprios colegas, deputado, que espalharam essa história por toda parte. Trabalho 1 Os vereadores do Recife, que já não são tão chegados assim ao trabalho, depois da tragédia americana pioraram. Pois enquanto no mundo inteiro as pessoas tentam voltar à vida normal, na Câmara do Recife não teve sessão, ontem, por falta de quorum. Trabalho 2 Como amanhã a sessão é solene e na sexta-feira não tem sessão, a semana dos vereadores está terminando com muita antecedência, hoje. Até agora, os representantes do povo do Recife só trabalharam mesmo segunda-feira passada, quando compareceram à Câmara. "Em meu nome e em nome do povo pernambucano solidarizo-me com o povo norte-americano, vítima de atentados que chocaram toda a humanidade." Essa é a mensagem que Jarbas Vasconcelos deixou no livro de condolências do consulado dos Estados Unidos,ontem, ao visitar o cônsul americano no Recife, Javier Fernandez. Editorial Momento de reflexão Os Estados Unidos constituem um grande país de imigrantes. A nação foi construída pelo esforço anônimo de católicos, protestantes, judeus, árabes, asiáticos e latinos. Os africanos foram levados à força para o continente. Lá trabalharam muito, sofreram privações e humilhações antes de conquistar seus direitos civis. Todos os grupos étnicos ou religiosos auxiliaram no desenvolvimento da sociedade multirracional, democrática e hoje líder do mundo livre. O ataque terrorista a Nova Iorque e Washington teve uma perversa conseqüência paralela. Apagou a memória da convivência pacífica dos grupos de imigrantes que construíram o país. A onda de xenofobia mistura no imaginário popular todos os estrangeiros (ou filhos deles), mesmo os nascidos em território norte-americano. A insistência na demonização dos árabes provoca a irracionalidade da população. Já ocorreram atentados contra mesquitas. Raiva, emoção e desejo de vingança não são bons conselheiros. Sob violenta privação de sentidos, o indivíduo comete atos extremados. O ataque terrorista foi brutal, covarde e provocou a morte de milhares de pessoas. Atingiu profundamente a auto-estima do americano. Tudo isso é verdade. Mas retaliar contra o cidadão que, com seu trabalho, ajuda a grandeza da América não homenageia a inteligência de ninguém. O americano quer a guerra. As pesquisas de opinião são unânimes em apontar esse caminho para lavar a honra nacional. A população foi pega de surpresa. A maioria dos cidadãos daquele país não se interessa por relações internacionais e pouco sabe a respeito do conflito no Oriente Médio. É difícil entender como pessoas ou grupos podem odiar tanto o país a ponto de organizar ataques suicidas contra seus principais símbolos. As respostas não são simples. Nem fáceis. Mas simplificar a retaliação agredindo o vizinho muçulmano não resulta em nada de proveitoso. Agrava o círculo vicioso do ódio. Um dos aspectos mais perversos do terrorismo é a dificuldade de se proteger contra ele. Sua ação propaga o medo e esparge insegurança. Colocar um grupo religioso contra a parede, como sendo a origem de todo o mal, não ajuda a construir um futuro melhor. A solução defendida por políticos e jornalistas de relativizar os direitos civis termina a obra dos terroristas. Fere de morte a democracia norte-americana. A tragédia americana tem várias leituras e alguns ensinamentos. Se o governo permitir que o ódio e as agressões contra um grupo minoritário prosperem, estará destruindo um dos pilares do sistema político norte-americano. A hora é grave. Os desafios são muitos. Mas a democracia já enfrentou e venceu problemas igualmente difíceis. Reduzir os direitos políticos ou permitir que um grupo seja agredido em todos os cantos do território não contribui para a vitória final. Ao contrário, aduba o campo onde viceja o germe do terrorismo. Topo da página

09/19/2001


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