Jarbas avalia candidatura a vice de Serra









Jarbas avalia candidatura a vice de Serra
Governador viaja a Brasília para discutir com PMDB convite para compor chapa tucana

O governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) desembarca hoje em Brasília para cumprir uma agenda especificamente política, leia-se, para resolver se aceita ou não o convite para ser candidato a vice na chapa presidencial do senador tucano José Serra (SP). Ele discutirá com o PMDB o convite feito pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para que o seu partido integre a chapa presidencial tucana, encabeçada pelo ex-ministro da Saúde. E também para que o PMDB tenha uma participação maior no seu Governo, ocupando o espaço que cabia ao PFL durante quase oito anos.

Em Brasília, comenta-se que essas conversas podem ser conclusivas ao ponto de Jarbas se antecipar ao prazo estabelecido por ele mesmo para o anúncio oficial sobre o seu futuro político. O governador tem reiterado que até o dia 5 de abril - data prevista pela Justiça Eleitoral para a desincompatibilização - não só decidirá se deixa o cargo, como dirá se concorrerá a um mandato nesta eleição e qual será ele.

Jarbas vai passar dois dias em Brasília. Retorna na quarta-feira, mas o horário da volta não foi divulgado. A brecha na agenda oferece ainda mais possibilidade de o governador participar de encontros extra-oficiais. Até o fechamento desta edição, a agenda dele ainda não havia sido fechada. Oficialmente, estavam previstos apenas um encontro com o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), hoje, e uma audiência com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, na quarta-feira.

Espera-se que Jarbas se encontre também com o presidenciável José Serra e com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Esta reunião deve ser intermediada por Temer, um dos maiores incentivadores da dobradinha Jarbas/Serra. Segundo o DIARIO apurou, Jarbas, que não vinha mostrando mais interesse em disputar a vice-presidência, teria se animado após um recente telefonema de Temer.

Foi após um encontro com Temer na terça-feira, no Palácio da Alvorada, que FHC propôs a aproximação. Seria uma saída tucana para driblar a crise provocada no Governo com o rompimento do PFL. Nesse contexto, o PMDB é apenas o primeiro dos partidos assediados. O PPB e o PTB também estão na mira do Palácio do Planalto. O governador Jarbas Vasconcelos também deverá manter contatos políticos com o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Geddel Vieira Lima.


Locadora ABS atende Costa e Prefeitura
Humberto faz campanha em carro de empresa contratada pela PCR sem licitação

O secretário de saúde do Recife, Humberto Costa (PT), iniciou sua campanha a governador, neste final de semana, em Garanhuns e Caetés, viajando num automóvel Blazer, que pertence à empresa ABS Transportes e Turismo LTDA. A ABS presta serviço de locação de veículos à Secretaria Municipal de Saúde e foi contratada com dispensa de licitação. O contrato de aluguel do veículo usado pelo petista está em nome do advogado Fábio Henrique de Araújo Urbano, amigo pessoal de Humberto.

O secretário viajou acompanhado de seu motorista particular, da namorada Luciana Félix, do presidente da Câmara de Vereadores do Recife, Dilson Peixoto e de sua esposa, Tércia Lemos. O secretário de finanças do PT estadual, Francisco Lima, também participou do roteiro, mas viajou em outro veículo, um Fiat Uno, na cor branca.

A Blazer chamava a atenção pelo design arrojado, pelo vidro fumê e os bancos de luxo, em couro. O carro é considerado top de linha pelas revendedoras de automóveis. O preço de um veículo semelhante, que é de 1998(modelo 99) e já fora de linha, gira em torno dos R$ 57 mil. O carro da ABS utilizado no final de semana é verde com placas MUP - 7479.

Após inaugurar mais uma unidade do Projeto Academia da Cidade, em Boa Viagem, no Recife, Humberto Costa seguiu, no sábado pela manhã, para Garanhuns. O projeto da PCR prevê a transformação de praças públicas do Recife em academias de ginástica ao ar livre. A viagem de Humberto ao Interior do Estado foi na prática o lançamento de sua campanha no Interior. A primeira parada do roteiro político petista foi no restaurante Chalé, em Garanhuns. Acompanhado do prefeito de Caetés, Zé da Luz (PT), Humberto se encontrou com presidentes de diretórios petistas da região.

À noite, a Blazer circulou pela cidade em direção à casa do prefeito de Caetés, que reside em Garanhuns. Zé da Luz ofereceu um jantar de boas-vindas aos correligionários. No domingo, Humberto e a comitiva saíram logo cedo para Caetés, terra natal do pré-candidato do PT à presidência da República, Luis Inácio Lula da Silva. Acompanhado de Zé da Luz, Costa visitou o hospital municipal da cidade e o centro de Saúde do munício.

De lá, a comitiva seguiu para a Câmara de Vereadores de Caetés. Eles participaram da abertura das prévias nacionais do PT, que decidirá quem será o candidato oficial do partido à presidência da República. Após uma rápida parada no Legislativo, Humberto fez um discurso de campanha e seguiu viagem para votar no Recife.


PFL apressa votação de lei da mordaça
O PFL tentará aprovar amanhã, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o projeto conhecido como Lei da Mordaça, que proíbe a publicação de informações sobre investigações feitas pelo Ministério Público ou a Justiça, por exemplo. O assunto está parado no Senado desde 1999 e a decisão de incluí-lo na pauta, no auge das investigações envolvendo a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o marido, Jorge Murad, foi criticado ontem pelos procuradores e juízes envolvidos na apuração das fraudes da extinta Sudam. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Marco Aurélio, engrossou o coro de protestos afirmando: "é proibido proibir".


Lula lidera prévia do PT com 84%
Eduardo Suplicy obteve apenas 15,7% dos votos contados ontem

SÃO PAULO - O primeiro resultado parcial divulgado pelo PT sobre as prévias que o partido realizou domingo para definir o nome do candidato da legenda à Presidência da República mostra que Luiz Inácio Lula da Silva lidera a disputa, com 84,3% dos votos válidos. Lula disputa a indicação petista com o senador Eduardo Suplicy, de São Paulo. Os resultados finais das prévias devem ser divulgados amanhã.

Apesar de não contar com apoio da cúpula do partido, Suplicy insistiu na realização das prévias. Pelo resultado parcial, o senador está com 15,7% dos votos. Até o final da tarde de ontem, a Secretaria Nacional de Organização do PT já havia apurado cerca de 60% dos votos válidos. Lula já conta com 99.956 votos e Suplicy, 18.556. Houve ainda 1.950 votos em branco e 955 votos nulos.

Suplicy reconheceu ontem a derrota nas prévias e voltou a reafirmar seu apoio ao vencedor, o presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva. "É um resultado por todos respeitado. Eu respeito a decisão, e de pronto me coloco... para ajudar o Lula a vencer as eleições para presidente", disse Suplicy.

"O resultado para mim de 16 a 17 mil é muito positivo, de um total de 200 mil cerca de 30 mil votaram em mim. Se não tivesse havido as prévias, eles teriam ficado muito frustrados, significa que um contingente importante do partido avaliou as minhas idéias significativas", disse Suplicy.

Ele aproveitou para elogiar novamente o partido pela realização das prévias, mas não quis comentar a possibilidade de concorrer como vice-presidente ao lado de Lula. "Não estou me colocando no posto ou reivindicando um posto, me coloco à disposição do partido e vou fazer o que o partido me pedir."

O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, será o candidato do PT ao Governo gaúcho. Ele venceu por uma pequena margem de votos a prévia petista disputada dom ingo contra o atual governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra. Tarso, segundo informações do PT, obteve 18.076 dos 35.572 votos válidos - 51,4%. O atual governador, Olívio Dutra, ficou com 48,6%dos votos (17.093). De acordo com o partido, foram registrados 198 votos em branco e 205 nulos. Os números apresentados serão oficializados na sede do partido hoje. O anúncio foi feito pelo presidente do PT-RS, David Stival.


Roseana garante que mantém candidatura
CANTANHEDE (MA) - A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), atribuiu ontem a operação da Polícia Federal em sua empresa Lunus, onde foi descoberto R$ 1,34 milhão, ao fato de não fazer parte da "corriola do Planalto". Ao discursar para mil moradores na inauguração de uma estrada em Cantanhede, a 150 quilômetros de São Luís, ela novamente recusou-se a falar sobre a origem do dinheiro e reafirmou a disposição de concorrer à Presidência.

"Uma governadora de um Estado do Nordeste, uma governadora mulher, uma governadora que não tem grupos econômicos fortes atrás dela, uma governadora que não faz parte da corriola do Planalto, uma governadora que só trabalha e tem mais de 80% de aprovação no seu Estado, evidentemente que o poder se sentiu atingido. Então tinham de fazer uma grande armação, digo até uma armação ilimitada", afirmou ela.

discursos - Numa tentativa de reagir ao impacto negativo da descoberta de R$ 1,34 milhão na sede Lunus, empresa da qual é sócia majoritária, Roseana percorreu quatro municípios no interior do Maranhão, onde inaugurou uma estrada, visitou uma escola e discursou duas vezes. "Meu Governo não teve e não tem corrupção", afirmou ela em Pirapemas, a 180 quilômetros de São Luís. Ela se disse vítima de uma "trama" e cobrou isenção dos jornalistas em relação às denúncias apresentadas contra ela.

Apesar de ter tentado barrar a investigação da Lunus na Justiça, sem sucesso, Roseana reafirmou que quer o esclarecimento dos fatos. "Quero sim que eles me dêem um atestado da minha honestidade. Porque aí sim, com esse atestado, eu vou dizer: sou a única candidata à Presidência da República que tem a vida vasculhada, olhada de cima para baixo, de baixo para frente, por todos. Portanto, sou a única que pode assumir a Presidência da República", discursou, vestindo camisa colorida e tênis vermelhos.

A governadora Roseana Sarney evitou comentar sua situação dentro do PFL e repetiu que será candidata à Presidência da República se o partido assim quiser. "Aceitaria com todo o prazer", disse. Ela lembrou ter sido convocada no ano passado, pelo presidente do PFL, senador licenciado Jorge Bornhausen (SC), para estrelar os comerciais partidários na TV, o que a fez superar a marca de 20% da preferência nas pesquisas eleitorais.

O deputado estadual Aderson Lago (PSDB) apresentará amanhã na Assembléia Legislativa pedido de impeachment contra a governadora, que já anunciou sua disposição de deixar o cargo em 5 de abril para concorrer nas eleições de outubro - só falta definir se a presidente ou senadora. Lago acusa Roseana Sarney de omissão diante da atuação de seu marido e ex-gerente de Planejamento do Estado, Jorge Murad.


ONU compara Brasil à África do Sul
Itamaraty considera "desequilibradas" declarações de Jean Zigler e contesta conclusões de relatório

RIO - Relator especial da Comissão de Direitos Humanos da ONU para o Direito à Alimentação, Jean Ziegler disse ontem que o Brasil e a África do Sul são os países das Nações Unidas onde ocorrem as maiores desigualdades de classes sociais. Ziegler, que voltou ontem para Genebra depois de passar 18 dias no Brasil, disse que nesse País coexistem uma França, uma Alemanha e uma Somália.

Ele disse que no Brasil o direito à alimentação não é respeitado e todos os direitos dos presos são violados. Ziegler apresentará à ONU, no dia 1º de julho, um relatório no qual criticará os latifúndios brasileiros, o racismo que, segundo ele, põe os negros daqui num patamar 20% inferior à linha de pobreza. Ele classificou como um inferno os xadrezes de São Paulo e vai recomendar, no seu relatório, que seja criado no Brasil uma instituição de controle nacional da aplicação dos direitos humanos, cujos membros sejam escolhidos pelo Poder Legislativo. Ziegler acha que os assassinatos de sem-terra devem ser considerados crimes federais, para evitar a impunidade.

Em meio às críticas ao Governo brasileiro, Ziegler elogiou as ações das comissões pastorais da Igreja Católica e também do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O representante da ONU ficou chocado com os dados apresentados pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), sobre os 23 milhões de brasileiros que passam fome no País.

O Governo brasileiro contestou ontem as críticas feitas pelo relator especial da ONU sobre o Direito à Alimentação. "O Governo brasileiro lamenta profundamente o tom pouco construtivo e a tônica desequilibrada das declarações do professor Jean Ziegler à Imprensa ao final de sua visita, que, sobretudo, colocam em risco a objetividade de sua missão", diz trecho da nota divulgada pelo Itamaraty ontem.

"Ao receber o Relator Especial sobre o Direito à Alimentação, o Governo brasileiro, como é de hábito, usou de total transparência e fidedignidade, facilitando estudos, dados e informações que pudessem ser-lhe úteis para, com imparcialidade, avaliar o tema do direito à alimentação no País. Assegurou, ainda, ao Relator Especial, acesso pleno a todas as autoridades federais, estaduais e municipais, bem como a todos os locais que quisesse visitar, ademais de lhe garantir diálogo livre e desimpedido com os interlocutores que considerasse relevantes no âmbito da sociedade civil", acrescenta a nota.

O Itamaraty esclarece ainda que desde meados da década de 90 o Brasil recebe relatores especiais da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas. O Governo alega ainda que a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos visitou o Brasil em 2000 e em 2002 e, na ocasião, reconheceu os esforços do País. "O Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso tem um firme compromisso ético com a superação do déficit social brasileiro.


Artigos

Pernambuco: rubro veio?
Edson Mororó Moura

EMPRESÁRIO
Existe, realmente, alguma idiossincrasia, como sugere o título, para caracterizar os nascidos em nosso Estado? Os fatos que se desenrolaram na Restauração Pernambucana e os conseqüentes acontecimentos da primeira metade do Século XIX, predominantemente a Revolução de 1817, autorizam orgulharmo-nos, sem sombra de dúvida, nesse passado histórico glorioso que, se por um lado nos orgulha, tem causado um dano muito forte ao desenvolvimento econômico e social do Estado tendo em vista as constantes desavenças entre as suas lideranças políticas, que se tem traduzido no menor dinamismo econômico em relação a estados como a Bahia e Ceará.

Sob o ponto de vista da política nacional, considerada como um conjunto, desde a nossa Independência temos ficado por fora. De fato o Grito do Ipiranga aconteceu como esforço das elites políticas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas, centradas em dom Pedro I, e nele tivemos pouquíssima influência, já devido às feridas de 1817, com sua radicalização republicana, inteiramente incompatível para a posição histórica da época, já porque a distância geográfica que nos separava dos centros de decisão, deixou Pernambuco isolado.

O mesmo se diga em relação a 1964, quando o movimento revolucionário que instituiu os governos militares foi resolvido com a decisão das tropas e do poder civil do Rio de Janeiro e de Minas, e com o tácito consentimento do general Kruel, em São Paulo. Aqui, o equilibrista, general Justino Bastos mandou entregar ao governador Arraes a minuta de uma carta que deveria ser assinada por ele, dirigida à Assembléia Legislativa do Estado, pedindo sua renúncia. O coronel Dutra de Castilho, que comandava o cerco do Palácio das Princesas e a quem foi entregue a carta dirigida ao governador Arraes, leu-a, devolveu-a ao capitão que a conduzira e mandou que ela fosse retornada ao general Justino, dizendo que o governador estava preso e deposto e que portanto a carta não tinha qualquer sentido. Foi, assim, aqui, mostrado que não éramos sequer umgato, quanto mais o Leão do Norte. Narro o fato apenas para deixá-lo consignado conforme me foi dito pelo capitão mensageiro, hoje coronel da Reserva do Exército.

Temos entretanto que reconhecer hoje uma realidade bastante diferente, para melhor, na área do entendimento entre o vice-presidente Marco Maciel e o governador Jarbas Vasconcelos. Continuo achando que Marco Maciel está entre os homens públicos mais corretos, íntegros e capazes deste País, se bem que os políticos pernambucanos, de um modo geral, muito mais lamentavelmente dentro do PFL, não têm conferido a Marco o reconhecimento de suas excepcionais qualidades de homem público. Devemos enfatizar que o governador Jarbas, ao que me parece, tem reconhecido o valor de Marco e formado com ele um conjunto muito forte na defesa dos interesses de Pernambuco. Considerando-se ser o governador, no momento, o político mais forte do Estado e com muito prestígio junto ao presidente da República, temos que render-lhe a homenagem da sua liderança e do seu esforçopara não esgarçar as forças políticas de Pernambuco.

Na realidade, desde que se tornou clara a disposição do PFL de romper com o governo Fernando Henrique, ficou evidente o descontentamento do governador com os males que isso poderia trazer ao Estado. Porque uma coisa é ser rubro veio, ser a nova Roma de bravos guerreiros, mas profundamente anêmico, e outra coisa é poder rugir e ser ouvido, como estão perseguindo, com extrema sabedoria, o governador e Marco Maciel. Oxalá cheguemos a um bom porto com a promessa do governador de que, em Pernambuco, a Aliança será mantida com ou sem as amarras recém formuladas pelo TSE.


Colunistas

DIARIO POLÍTICO - Divane Carvalho

Os caminhos do governador
A viagem de Jarbas Vasconcelos a Brasília, hoje, ajudará na decisão que ele terá de tomar sobre seu futuro político. Com encontros agendados no PMDB e no PSDB, o governador certamente será pressionado, mais uma vez, para ser o vice do presidenciável José Serra (PSDB-SP), mesmo que o partido do presidente FHC tenha começado a se movimentar em busca de alternativas. Porque se ele não aceitar, a legenda terá outros nomes para análise do pré-candidato. Nos últimos dias, em Brasília, as especulações giravam em torno de Rita Camata, deputada pelo Espírito Santo, que apesar de não ser nordestina é mulher. E peemedebista como o governador de Pernambuco, o que permitiria manter o casamento com o PMDB, já acertado, aguardando-se apenas que os noivos marquem a data da cerimônia oficial. Faltando 17 dias para o prazo de desincompatibilização, é grande a expectativa no Palácio do Campo das Princesas e nem os assessores mais próximos do governador sabem o que vai acontecer. Há quem diga que, se dependesse só de Jarbas Vasconcelos, ele gostaria de disputar o Senado, ao lado de Marco Maciel, que concorreria à outra vaga. Mas só em pensar na possibilidade de ser eleito e o vice-presidente não, ele estaria descartando essa opção porque não gostaria de passar por tão grande constrangimento. Assim, se não aceitar ser vice de Serra, dos quatro caminhos que poderia seguir restariam dois: disputar a reeleição ou terminar o mandato e ir pra casa.

Sérgio Guerra (PSDB) dedica-se dia e noite a uma missão que recebeu Jarbas Vasconcelos: acalmar os pefelistas e tentar manter a aliança PFL/PMDB/PSDB em Pernambuco, mesmo que ela tenha implodido no momento que o PFL rompeu com o governo FHC

Campanha Romário Dias (PFL) passou o final de semana pra baixo e pra cima visitando as bases eleitorais do Agreste. Ontem, em Garanhuns, reuniu vereadores, prefeitos e líderes comunitários no café da manhã para tratar da eleição de outubro.

Discurso José Sarney (PMDB-AP) ameaça subir à tribuna do Senado, hoje, para fazer um discurso contra o Governo e o candidato do PSDB, José Serra. A novidade é que, desta vez, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, não pretende interferir na decisão do ex-presidente e pai da governadora do Maranhão, Roseana Sarney.

Eleição 1 Pedro Teixeira, vice-presidente estadual do PV, avisa que o partido não vai coligar com nenhuma outra legenda na eleição de outubro, a não ser para as vagas de senador, assim mesmo com siglas pequenas.

Eleição 2 Lembra que os verdes terão candidato próprio ao Governo do Estado, o economista Clóvis Cavalcanti, 44 candidatos a deputado estadual e 32 a deputado federal: "Cansamos de fazer cauda para os grandes".

Liberdade Inocêncio Oliveira (PFL-PE) diz que não está preocupado com a ameaça de Márcio Fortes (PSDB-RJ), que promete pedir a cassação do seu mandato por falta de decoro parlamentar, porque ele o chamou araponga: "A liberdade de expressão é sagrada e todo mundo sabe disso".

Manifestação Os servidores estaduais vão protestar em frente da Assembléia, hoje, às 10h, contra o reajuste de 4% concedido por Jarbas Vasconcelos. Prometem levar uma galinha para a manifestação, símbolo do que podem comprar com o aumento.

Reunião Roberto Freire (PPS-PE) retorna do México, hoje, onde participou da 12ªReunião do Fórum Interparlamentar das Américas, realizado no Senado mexicano. Pelo jeito, o senador continua despreocupado com a reeleição.

Investigação Sérgio Leite, do PT, solicitou e a Comissão de Defesa da Cidadania da Assembléia realiza audiência pública, quinta-feira, para investigar as novas denúncias de contaminação do soro, em Caruaru.


Editorial

PERIGO ORGANIZADO

O Primeiro Comando da Capital, mais conhecido pela sigla PCC, tornou-se talvez mais perigoso que os grupos territoristas internacionais. Um e outros são parecidos nos métodos, mas diferentes nos objetivos. O terror internacional tem pretensões políticas. É o caso do ETA, que atua no País Basco e prega a separação da Espanha. Já o PCC recorre à violência pela violência.

Há representantes do PCC em carceragens de todo o País. Integrar suas fileiras virou moda entre os presos. Reverenciar a sigla, nascida no começo dos anos 90 em São Paulo, transformou-se em status, em sinal de poder nas cadeias. Pior: o bando já não é apenas um sindicato de presos. Ganhou ramificações externas, com representantes fora das penitenciárias.

Nos últimos dias, o PCC, quintessência do crime organizado no Brasil, intensificou as semelhanças com o terror. Incorporou a seu arsenal novas armas e novos alvos. Ao ameaçar com bombas o Poder Judiciário, o PCC torna-se agente do terror. Torna o Estado refém do medo e tem ambições de conduzir o País a uma situação semelhante à vivida pela Colômbia. Na nação vizinha, metade do território é dominada por auto-intitulados guerrilheiros que, na realidade, são agentes do tráfico internacional. Ou seja, são bandidos comuns enrolados numa bandeira com cores políticas.

Permitir que o PCC espalhe bombas pela cidade de São Paulo é permitir que a violência mude de patamar. Grupos criminosos, como o PCC (com conexões com o tráfico internacional de drogas e armas), não podem acreditar que, com bombas, vão dobrar o Estado. Há que tratar a ameaça como prioridade, conectando as investigações da polícia paulista com a Polícia Federal. O Estado precisa rever sua estratégia.

Nos últimos meses, as autoridades de segurança pública de São Paulo, em atrapalhada tentativa de minar a influência do grupo, espalhou seus líde res por penitenciárias de todo o País. Resultado: a agremiação de marginais paulistas virou organização criminosa nacional.Impõe-se frear a expansão do PCC. Do contrário, o recurso continuadoao terror transformará a violência em ideologia. O terror pode ser elevado à condição de instrumento legítimo de luta e passará a se associar artificialmente a causas sociais quando, na realidade, o que move o PCC é o crime comum, a violência pela violência.


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03/19/2002


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