PMDB rebelde junta forças para reverter decisão








PMDB rebelde junta forças para reverter decisão
O diretório paulista apoiará a articulação de um pré-candidato para disputar a convenção do partido, em junho, como forma de manter uma posição favorável à candidatura própria

Líderes do grupo dissidente do PMDB se reúnem hoje, às 11h, no Rio, para discutir e anunciar as próximas medidas a serem tomadas diante da decisão que cancelou a prévia presidencial do partido, marcada para o próximo domingo. Participam da reunião o senador gaúcho Pedro Simon e o governador de Minas, Itamar Franco, pré-candidatos à Presidência pelo partido. Os dois, junto com o ministro Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário), estavam inscritos na prévia. O presidente do diretório paulista do PMDB, ex-governador Orestes Quércia, também estará presente.

O diretório paulista apoiará a articulação de um pré-candidato para disputar a convenção do partido, em junho, como forma de manter uma posição favorável à candidatura própria do PMDB e fazer oposição à política de aliança a ser posta em prática pela cúpula. A direção nacional do partido articula a formação de aliança em torno do candidato do PSDB, José Serra. O grupo ligado ao senador José Sarney (PMDB-AM), pai da candidata pefelista, Roseana Sarney, defende aproximação com o PFL.

A Executiva paulista irá apoiar a realização da prévia, mesmo à revelia da decisão de sexta-feira, caso os dois pré-candidatos optem pela realização. Neste caso, a validade da prévia teria de ser disputada na Justiça. A possível ação judicial para anular a decisão da convenção deve ser discutida hoje, na reunião no Rio.


Candidato estadual só em abril
O PMDB gaúcho define no dia 7 de abril o nome do candidato ao governo do Estado. O anúncio da data foi feito ontem, depois de reunião da direção estadual com prefeitos e parlamentares federais e estaduais do partido. Conforme o presidente peemedebista, deputado Cézar Schirmer, "não há como ficar a mercê das indefinições políticas nacionais". Schirmer relembrou que o "PMDB gaúchos não abre mão da candidatura própria à Presidência da República e apóia o senador Pedro Simon ao cargo".

O nome do deputado Germano Rigotto, pré-candidato a senador, não entusiasma o presidente do PMDB para concorrer ao Palácio Piratini. Schirmer prefere Simon, caso não dispute a Presidência. "Nós temos dois nomes para governador: Simon e Rigotto. Na verdade, Rigotto é candidato a senador e se dispõe a concorrer ao governo".

FHC - Schirmer não poupa críticas ao posicionamento do PSDB e do governo federal, para ele "incompatível com a democracia e com a condução séria da política brasileira. Os tucanos fazem de tudo para desestabilizar os outros partidos para ficarem sozinhos na disputa presidencial com o PT".

Na avaliação dele, "isso ocorreu com Ciro Gomes, do PPS, com Pedro Simon e com o governador Itamar Franco. Recentemente, com a governadora Roseana Sarney". Schirmer projeta: "Isso também acontecerá com o PTB, pode esperar".


Caxias e capital podem não votar nas prévias do PT
Dois dos maiores partido só terão participação garantida nas prévias de domingo mediante o pagamento de 30% da dívida com a direção estadual

As contribuições partidárias da militância, incluindo prefeitos e vereadores de Porto Alegre e de Caxias do Sul, estão retidas pelos diretórios municipais há mais de um ano. O PT de Porto Alegre, que arrecada cerca de R$ 15 mil por mês, não enviou um tostão nos últimos 20 meses, acumulando uma dívida calculada pelo presidente municipal, Valdir Bohn Gass, em R$ 300 mil.

A dívida do PT de Caxias é menor, cerca de R$ 50 mil. Antônio Pozenato, que assumiu a presidência do PT local no ano passado, não quis falar sobre a dívida, alegando não ter conhecimento dos números do diretório. O tesoureiro Cândido Teles disse que o assunto é de interesse interno do partido e também não quis se manifestar. Se não houver um acerto até quinta-feira, os dois diretórios não participarão da prévia", assegura Marcel Frison, coordenador de comunicação do PT estadual. Se isso acontecer, mais de 5 mil militantes da capital e 600 da Serra não terão direito a voto para escolher o candidato do partido às eleições estaduais. Mais de 90% dos 437 municípios onde o PT está organizado já estão aptos a participar da prévia de domingo.


Dinheiro seria usado na campanha de Roseana
O valor foi doado por empresários para apoio à candidatura, que ainda não é oficial. Por isso, não pode ser regularizado

A origem do dinheiro encontrado no cofre da empresa Lunus, em São Luís, ganhou ontem uma nova versão. De acordo com o jornal Correio Braziliense, o valor R$ 1,34 milhão - era destinado à campanha da governadora maranhense Roseana Sarney à Presidência.

Sua candidatura ainda não é oficial - portanto, o dinheiro da campanha não estava regularizado. O jornal revela que o valor foi doado por empresários que apóiam a candidatura Roseana. Três integrantes da direção do PFL e um antigo colaborador confirmaram a informação.

As contas de campanha devem ser declaradas à Justiça Eleitoral, mas isso ainda não é possível - Roseana não é candidata formal do PFL e, portanto, não tem como prestar contas. Mesmo assim, o dinheiro não é ilegal. Pré-candidatos que recebem dinheiro antes da confirmação da candidatura não são punidos.

Lacrados- Desde que foram apreendidos, os documentos estavam lacrados no Maranhão por decisão do juiz Tourinho Neto, presidente do TRF (Tribunal Regional Federal), de Brasília. Na semana passada, o ministro Ruy Rosado de Aguiar, do STJ, concedeu uma liminar determinado que os documentos fossem encaminhados ao STJ, órgão competente para investigar governadores.

Os documentos serão analisados pela Procuradoria Geral da República, que irá decidir se pede abertura de inquérito policial contra os donos da empresa. A pedido de Roseana, o STJ determinou a suspensão das investigações pelo MP, já que, como governadora, ela tem foro privilegiado.


FHC: "Eu poderia ganhar sozinho"
O presidente Fernando Henrique afirmou ontem que os partidos que integram a base aliada, "sobretudo o PFL” se juntaram no passado não por interesses eleitorais, mas por um programa para o Brasil. "Eu podia ganhar a eleição s zinho", disse FHC. Ele pediu que os tidos parem de guerrear. "Em vez de se guerrearem, eles deveriam manter o compromisso com o país", disse o presidente. Perguntado se ainda avalia a crise com o PFL como uma tempestade em copo d'água, FHC reconheceu que minimizou o caso. "Foi produzida realmente uma tempestade, mas naquele momento achava que era em copo d'água. Mas, reitero que o governo não teve nada a ver com a ação da Polícia Federal na empresa da governadora Roseana Sarney. Foi uma decisão da justiça", afirmou.


Genéricos fazem laboratórios baixar preços
Os grandes laboratórios estão baixando o preço de seus remédios de uso contínuo. Para competir com os genéricos, alguns medicamentos tiveram preços cortados quase pela metade

No ano Passado, os valores pagos pelos medicamentos de uso contínuo caíram em até 50%. O principal motivo é que, há dois anos, os genéricos entraram no mercado com preço até 45% mais baixos.

Segundo o Grupo Pró-Genéricos - uma associação de 19 indústrias farmacêuticas-, até dezembro de 2001, dez medicamentos de marca tiveram seus valores de venda afetados pelos genéricos. São eles: Cataflan (antiinfiamatório), Capoten (anti-hipersivo), Keflex (antibiótico), Voltaren (antiinflamatório), Amoxicilina (antibiótico), Renitec (anti-hipertensivo), Antac (antiulceroso) e Novasc (anti-hipertensivo).

No Estado, a caixa do Renitec 20 mg, com 30 compr imidos, que em março de 2001 custava R$ 61,07, é vendida hoje a R$ 33,90 – uma queda de mais de 44%. Mesmo assim, o genético Inalapril é mais barato: R$ 28, 44.

O Capoten de 12,5 mg do laboratório Bristol custava R$ 17,42 e hoje está R$ 11,49. Seu genérico, o Captopril, custa até R$ 7,83, dependendo do laboratório. O Blopress de 8 mg, com 20 cápsulas, estava por R$ 45,67 e, agora , a R$ 40,06.

O diretor de assuntos corporativos do Bristol, Antonio Carlos Salles, explica que o Capoten teve prazo de sua patente expirado há cerca de dez anos. A entrada natural do genérico (Captopril) forçou a reavaliação do valor até então cobrado.


Editorial

ONDE FICA O ELEITOR?

Os eleitores brasileiros, que se preparam para eleger em outubro um novo presidente da República, deputados e senadores, têm assistido à insistente discussão entre partidos políticos e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre coligações. Os ministros do TSE - embora haja divergências entre eles sobre o assunto - querem obrigar as siglas que fizerem alianças para disputar a Presidência a se coligarem também com as mesmas legendas para concorrer nos outros níveis das eleições. A maioria dos partidos não concorda - pelo menos, não para estas eleições - e reivindica maior liberdade para se unir apenas onde achar mais conveniente.

Liberdade é uma palavra que não se pode perder de vista, mas no caso das coligações, particularmente, a maneira como sua defesa vem sendo feita está associada justamente à conveniência, e não ao seu verdadeiro significado.

O eleitor mais atento, que costuma escolher este o aquele partido baseado naquilo que ele propõe como idéias e soluções em seu programa, certamente se pergunta de que adianta sua fidelidade a uma sigla partidária se na hora de conquistar o voto o que pesa mais não são as convicções, mas os meios de levar vantagem. Para atrair a preferência da maioria nas urnas, o que se tem visto freqüentemente são candidatos deixando para trás, de uma hora para outra, divergências políticas e incompatibilidades ideológicas, com a única finalidade de somar votos a seu favor. Para justificar esse vale-tudo, muitos apelam para a palavra democracia, quando, na verdade, o que melhor define esses casamentos de interesse em época de eleições é "oportunismo".

A política de ocasião leva as pessoas à frustração e ao descrédito de que seu voto possa mudar alguma coisa. A convicção partidária deveria, antes de mais nada, ser um ato de respeito ao eleitor, que espera, ao digitar o número de um candidato na urna eletrônica, poder referendar sua confiança e sua identificação com propostas em que acredita. Para o eleitor, ainda mais desconcertante do que as alianças por conveniência é quando assiste à barganha, com promessas de cargos futuros em troca do apoio de siglas supostamente adversárias.


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03/12/2002


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