Pontes apela a FHC para interromper cortes de energia
Ele argumentou que os consumidores estão colaborando e cumprindo a meta na medida do possível. Basta observar, disse, os percentuais globais de redução do consumo nas diferentes regiões.
- No meu estado, o Ceará, o consumo caiu 21,54% em junho e, em julho, 18,9%, ou seja, na média os cearenses pouparam 20,44% de energia elétrica, certamente um esforço considerável, tendo em vista os custos de mobilização de pessoas, riscos de acidentes e incidentes, disse.
Para Luiz Pontes, o consumidor que ultrapassou a meta estabelecida deve ter tido motivos imperiosos para fazê-lo. O senador lembrou que houve dezenas de milhares de pedidos de revisão de meta, analisados por pequeno grupo de funcionários, e indagou: - Será que foi possível determinar com justiça? Há motivos variados para um consumo extra de energia elétrica, como doença na família, estudantes que precisam estudar à noite, pessoas que usam eletrodomésticos para trabalhar em casa - disse.
O senador comparou o corte de energia a um espécie de castigo corporal, diferenciado apenas no fato de não se usarem os instrumentos de tortura fisicamente, mas por meio de circunstâncias.
- Imaginem chegar em casa e encontrar comida estragada e a roupa indispensável para o compromisso do dia seguinte sem passar. Além de a pessoa ter o contato interrompido com o restante do mundo, por falta de rádio e TV - ponderou.
Ao finalizar seu pronunciamento, Luiz Pontes reivindicou o reconhecimento, por parte do governo, do esforço de economia de energia que está sendo feito no Brasil inteiro, bem como o cancelamento da política de cortes, que, ressaltou, tantos prejuízos está trazendo aos lares e às empresas do país.
31/08/2001
Agência Senado
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