PPB e PSDB não farão coligação



PPB e PSDB não farão coligação A dobradinha entre o PPB e o PSDB, que já foi selada para a composição da chapa federal de 2002, não deve ser reeditada para a disputa das vagas da Assembléia Legislativa. Ontem, o deputado Manoel Ferreira (PPB) confirmou as informações que circulavam na Casa, relatando a falta de condições dessa aliança. "Temos muito mais a oferecer do que qualquer partido", comentou o pepebista. Ele refere-se aos 10 minutos de tempo de guia de rádio e televisão. De acordo com Manoel Ferreira, na semana passada, o assunto entrou na pauta de conversas dos caciques da legenda no Estado. Representantes importantes da legenda, como o deputado federal Severino Cavalcanti e Pedro Corrêa, segundo relata o deputado, deram total apoio à decisão da bancada da Assembléia de fazer uma chapa própria, se assim lhe convier. "Nos demos conta que precisamos nos reeleger", comentou Ferreira. A rejeição de coligar com o PSDB se deve à dificuldade de reeleger os pepebistas, frente aos pesos-pesados do PSDB. Jarbas avalia candidatura a presidente Direção do PMDB convoca governador de Pernambuco para outra reunião em Brasília, na próxima semana O governador Jarbas Vasconcelos reúne-se na próxima semana com a direção do PMDB nacional para tratar de sua possível candidatura à Presidência da República. O encontro será em Brasília e foi convocado pela direção do partido. O dia ainda não foi marcado. O novo presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), é o principal defensor da candidatura de Jarbas. Se o governador aceitar, o partido pode utilizar as inserções a que tem direito na TV e no rádio para tentar consolidar o nome dele nacionalmente. Tática semelhante foi utilizada pelo PFL com a governadora do Maranhão, Roseana Sarney - hoje apontada como uma possível presidenciável pefelista. Disputam a indicação do partido também o senador Pedro Simon (RS) e o governador de Minas Gerais, Itamar Franco - a postulação de Itamar, porém, está praticamente inviabilizada, desde que os seus partidários foram derrotados na convenção nacional do partido, no último domingo. A nova direção do PMDB prefere Jarbas. A escolha acontecerá em 20 de janeiro, em uma prévia cujos detalhes ainda não estão definidos. A candidatura própria teria o efeito de aumentar o poder do partido para as negociações dentro da aliança governista. Michel Temer cancelou reunião que teria ontem com os presidentes do PSDB (José Aníbal) e do PFL (Jorge Bornhausen) e chegou a utilizar a expressão "divórcio amigável" do governo - o gesto, segundo o jornal Folha de São Paulo, faria parte de uma articulação destinada a favorecer uma eventual candidatura de Jarbas. EXECUTIVA - Nenhum partidário de Itamar Franco e do ex-presidente do partido, senador Maguito Vilela (GO), faz parte da nova executiva do PMDB, escolhida ontem pelo diretório nacional, em Brasília. "Foi uma reunião difícil", disse Jarbas Vasconcelos, que participou do encontro. Michel Temer ofereceu a terceira vice-presidência para que Maguito indicasse o nome para ocupá-la, mas ele não aceitou a proposta. Maguito defendia que a chapa tivesse composição mista, com base no critério de proporcionalidade - assim, seus partidários teriamdireito a 38% (percentual da votação obtida por eles na convenção nacional) dos cargos. Presidente do PMDB pernambucano, Dorany Sampaio integra a executiva (composta de 18 cargos), como um dos cinco vogais. Os principais cargos foram assim ocupados: presidente, Michel Temer; 1º vice-presidente, José Alencar (MG); 2º vice-presidente, César Schirmer (RS); 3º vice-presidente, Ana Catarina (RN), e secretário-geral, José Henrique de Almeida (PI). Aliado de Jader Barbalho ameaça boicotar relatório Senador João Alberto pediu vista do documento, adiando sua leitura BRASILIA - O relatório que indica a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o presidente licenciado do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), será lido ao meio-dia e meia de hoje em reunião do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A informação foi dada pelo senador Romeu Tuma, que coordena os trabalhos da subcomissão encarregada de investigar denúncias contra Jader. A leitura do relatório estava prevista para ontem, mas o senador João Alberto (PMDB-MA), que também faz parte da comissão, solicitou 24 horas para se inteirar do seu teor antes de decidir se assina ou não o documento a ser apresentado aos demais membros do Conselho. Durante toda a manhã de ontem foram realizadas conversações entre os senadores da comissão para acertar a condução dos trabalhos. Isso porque o senador João Alberto já adiantou que não irá assinar o relatório se não houver a constatação de provas que evidenciem a participação de Jader em desvios de recursos do Banco do Estado do Pará. O caso Banpará foi o principalponto de investigação dos membros da comissão e, de acordo com Tuma e o senador Jefferson Péres (PDT-AM) que também integra o grupo, existem documentos e testemunhos que indicam o envolvimento de Jader nas irregularidades. João Alberto solicitou vista do relatório por cinco dias antes mesmo deste ser apresentado ao Conselho. Porém o presidente interino do órgão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC) negou essa possibilidade. Também o senador Tuma discordou do pedido, observando que João Alberto poderia participar e foi comunicado de todas as ações e diligências que estavam sendo empreendidas pela subcomissão. Althoff lembrou ainda que o Regimento Interno só prevê o pedido de vista após a leitura do documento em reunião do Conselho. Althoff também informou que caso o senador João Alberto, mesmo após esse prazo de 24 horas, não concorde com o relatório da comissão, poderá apresentar um voto em separado. Ambos os documentos - o relatório assinado por Tuma e Péres e o de João Alberto - seriam então apreciados pelos membros do Conselho de Ética. Emenda das MPs é promulgada BRASÍLIA - Em uma sessão esvaziada, com as atenções voltadas para os atos terroristas nos Estados Unidos, o Congresso promulgou ontem a emenda constitucional que restringe o uso de medidas provisórias pelo Governo e estabelece prazo para que sejam votadas pelo Legislativo. Representando o presidente Fernando Henrique, o secretário-geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, com certo constrangimento, ouviu dos dirigentes do Congresso discursos sobre o uso abusivo das MPs nos últimos anos. "Esta emenda restitui ao Legislativo prerrogativas que a prática da governança no País foi, aos poucos, corroendo. Como bem enunciaram autoridades do Judiciário as medidas provisórias geraram uma grande instabilidade normativa no País", disse o presidente interino do Congresso, deputado Efraim Morais (PFL-PB), ao lembrar que só Fernando Henrique editou e reeditou mais de 5,2 mil medidas provisórias. O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que trabalhou pela aprovação da emenda depois de mais de seis anos de discussão, disse que era um dia histórico para o Congresso: "Estamos recuperando a essência do Poder Legislativo. A partir de agora teremos uma relação de independência, altivez e equilíbrio entre os Poderes." O presidente interino do Senado, Edison Lobão (PFL-MA), também falou sobre a recuperação do equilíbrio entre os Poderes e cobrou do Governo mais acuidade no uso de MPs. "Nossa confiança é de que, de parte do Poder Executivo, estabelecer-se-á um novo juízo de reais urgência e relevância para o uso desse instrumento", disse Lobão. Sem direito a discurso, o ministro Aloysio Nunes Ferreira distribuiu um histórico em que a Presidência aponta que as reedições promovidas pelo Governo FHC ocorreram porque o Congresso diminuiu o ritmo de votação. De acordo com o estudo, em 1989 o Congresso levava em média 31 dias para aprovar uma MP. Em 2000 essa média subiu para 472 dias. Mas o mesmo estudo confirma que FHC foi o presidente que mais editou medidas originais: só no primeiro mandato foram 160, contra 125 do Governo Sarney e 142 do Governo Itamar. Pela emenda constitucional, as MPs editadas e não votadas até hoje, um total de 66, ganharão força de lei sem a necessidade de serem votadas pelo Congresso. Ciro Gomes faz ataque a adversários FORTALEZA - O ex-ministro da Fazenda e atual presidenciável pelo PPS, Ciro Gomes, classificou ontem, a eventual candidatura da governadora Roseana Sarney (PFL-MA) à Presidência da República de "pseudofato". Na avaliação dele a política brasileira virou "um grande teatro". "Eu, francamente, não raciocino com a candidatura Roseana Sarney", disse Ciro. Ele aproveitou também para defender o amigo Tasso Jereissati (PSDB), governador do Ceará, batendo no pré-candidato petista, Luís Inácio Lula da Silva. Na semana passada, em visita ao Ceará, Lula criticou o Governo mudancista - como é conhecido o Governo tucano do Estado - de ter feito os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. "O Lula é incoerente. Virou um político desses tradicionais e fala as coisas conforme a conveniência e a conjuntura", atacou Ciro, revelando em seguida que Lula teria dito a ele, "outro dia", que tinha que pedir desculpas ao Tasso por "ter dito uma bobagem contra ele". Ciro acusou Lula de "atacar no público e pedir desculpas no particular". MP investiga 70 viagens de petistas SÃO PAULO - O Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo vai investigar as 70 viagens para 17 países realizadas por membros da administração Marta Suplicy (PT) nos seis primeiros meses de gestão na Prefeitura de São Paulo. Cinqüenta e seis funcionários - incluindo onze secretários e a prefeita - passaram 497 dias no exterior, somadas as estadias. Só a prefeita Marta Suplicy (PT) gastou R$ 31.476,37 dos cofres públicos em passagens e hospedagem na Argentina, na França e na Suíça. O líder do PSDB na Câmara Municipal, Gilberto Natalini, está conversando com seus advogados para determinar a melhor forma de repassar aos promotores as informações prestadas pelo Executivo sobre as viagens. Segundo o parlamentar, a Prefeitura sonegou dados sobre o total gasto e os resultados das viagens. "É preciso esclarecer quem pagou, quanto e o que a cidade está ganhando." Promotores da Cidadania, especialistas em investigar atos de improbidade administrativa (mau uso de dinheiro público) decidiram aguardar a representação dos vereadores contra a prefeita por uma semana. Caso isso não ocorra, eles vão instaurar diretamente a investigação. CRÍTICAS - O secretário de Relações Internacionais, Jorge Mattoso, defendeu a prefeita afirmando que ela viajou pouco, considerando-se as necessidades de uma cidade como São Paulo. Mattoso qualificou as críticas do PSDB de "mesquinhas". O vereador Gilberto Natalini rebateu as acusações do secretário. "Não somos mesquinhos. Queremos apenas saber o que o Executivo está fazendo com o dinheiro público e essa é a lei", disse o vereador, referindo-se à Lei Orgânica do Município, que obriga a Prefeitura a dar explicações aos vereadores quando solicitadas. O líder tucano na Câmara Municipal de São Paulo afirmou ainda que vai fazer um pronunciamento sobre o caso na sessão de hoje em plenário. Segundo Natalini, os dados enviados pela Prefeitura informam que, das 70 viagens feitas para quatro continentes, 16 não teriam sido pagas pelos cofres públicos. VIAGENS - Os secretários de Marta Suplicy fizeram 22 viagens e funcionários do terceiro escalão, outras 45. Eles estiveram na Argentina (16 viagens); nos Estados Unidos (13 viagens); em Cuba e na Turquia (10 viagens a cada um); na França (5 viagens); na Suíça, na Espanha, na Índia e no Chile (2 viagens a cada país); e no México, na Inglaterra, no Uruguai, em Moçambique, no Japão, no Paraguai, na Holanda e na Venezuela (1 viagem a cada país). Além destes questionamentos do PSDB, a prefeita Marta Suplicy abriu uma crise no PT desde que se separou do marido, o senador Eduardo Suplicy para assumir seu romance com o franco-argentino Luís Favre. Ainda hoje, Eduardo Suplicy responsabiliza a cúpula do PT pelo romance da mulher. Artigos Por uma economia menos vulnerável Abelardo Baltar da Rocha A economia brasileira é, nos dias de hoje, extremamente vulnerável às oscilações que ocorrem na economia internacional. Seu déficit em conta corrente já anda em torno dos 5% do PIB, sendo, portanto, bastante superior aos 3% a 4% do PIB aceitáveis para que um sistema econômico tenha o mínimo de autonomia. O principal problema das contas externas brasileiras, pós abertura econômica, é que a balança comercial, antes da abertura positiva, passou a ser negativa até o ano passado. No ano em curso, em função da grande desvalorização do real, será positiva, mas muito modestamente positiva. Desse modo, o imenso déficit que ocorre, e sempre ocorreu, na conta de serviços não pode mais ser compensado com os ganhos que estão sendo obtidos na balança comercial, pois os mesmos são diminutos. Ora, para manter um nível de divisas "decente", que inspire confiança à comunidade financeira internacional, o Brasil precisa ter uma conta de capitais fortemente superavitária, nascendo daí essa enorme dependência da entrada de capitais de fora para que as contas externas, consideradas no seu todo, possam fechar, sem maiores problemas. A economia brasileira é vulnerável, exatamente, porque depende, bastante, do que vai acontecer extra-fronteiras. O volume dos capitais externos aplicados aqui é uma função, basicamente, do que ocorre fora do País. Em síntese, dependemos para sobreviver, no contexto da economia mundial, de fatores sobre os quais não exercemos quase nenhuma influência. Romper com essa extrema dependência atual, em relação ao setor externo, deve se constituir num dos principais objetivos da sociedade brasileira dos dias de hoje. Não podemos é continuar completamente "amarrados" às injunções da economia internacional. O caminho mais viável para, pelo menos, diminuir essa extrema vulnerabilidade em relação ao setor externo, é conseguir obter saldos significativos na balança comercial. Para tal, é necessário estabelecer uma política de exportações bem definida,pois apenas a existência de um câmbio favorável, como ocorre atualmente, não é suficiente para garantir um forte e persistente crescimento das mesmas. As exportações devem ser incentivadas, devem ter regalias, em termos de taxas, impostos etc. Os produtos brasileiros exportados necessitam ser muito competitivos. Por outro lado, bons saldos na balança comercial vão depender, também, de possíveis diminuições no ritmo das importações. Em tempos de abertura e integração da economia mundial não faz sentido radicalizar nesse campo. Mas dificultar, através de impostos e taxas, as importações de supérfluos é legítimo. No final das contas não se pode prejudicar a todos em função do luxo de uns poucos. É preciso que as maiorias, sobretudo os mais pobres, sejam beneficiadas pelas políticas governamentais existentes, sobretudo no campo econômico. A maior dificuldade para ampliar as exportações , além da questão da competitividade dos nossos produtos, é a questão do "sentido" do movimento dos mercados. Atualmente, por exemplo, a situação dos principais parceiros comerciais brasileiros não é boa: os EUA vêm crescendo cada vez menos, a Argentina encontra-se quase falida e na Europa o ritmo do crescimento é pequeno. Portanto, recai-se na questão da dependência dos outros, aliás uma constante num mundo de economia cada vez mais integrada, mais globalizada. Entretanto, não há saídas. É preciso fazer nossa parte. Isso significa que é necessário tomar todas as providências para que se possa ter contas externas "decentes". E a primeira providência a ser tomada é tentar melhorar bastante a situação da balança comercial. Se os resultados vão ser bons não há condições de garantir, pois dependem de fatores que, muitas vezes, fogem ao nosso controle. Esse é um dos "preços" pagos devido à aceleração da globalização. A falácia das reflexões Rafael Rocha "A melhor alternativa é mudar a legislação penal para agravar as penas e punições aos que cometerem esse tipo de crime". "Para esses crimes hediondos só vale a pena de morte". "Tudo isso acontece porque as leis não são cumpridas". Estas foram as principais reflexões de alguns parlamentares brasileiros, logo que tomaram conhecimento do seqüestro da filha do apresentador de TV, Sílvio Santos. Não são reflexões novas. Mas nenhum deles se lembrou de analisar a situação socioeconômica do País nos últimos anos, quando os que vivem na faixa de pobreza absoluta não têm nenhuma idéia de como será seu futuro. Os que pretendem aumentar a segurança, refletem o pensamento dos mais ricos, e não levam em conta que o País está um caos no campo educacional, no poço mais fundo da saúde, sem perspectiva de melhorar o nível de vida da maioria do seu povo. Pelas imagens da televisão uma grande parte da população busca se inserir num conceito mágico: elevado padrão de riqueza, beleza física e poder, apesar dessas imagens veiculadas pela TV serem apenas um retrato, e não um estímulo. Alimentam as mentes das pessoas simples, as quais desejam alcançar tais coisas. Os que nada têm pretendem ter e como não podem alcançar isso com facilidade, buscam o crime. Forçar o cumprimento das leis no País é outra falácia. Se as leis não são cumpridas por alguns representantes do povo, que passam por cima delas como se fossem areia, como desejar que o grosso de uma população deseducada e pobre possa cumpri-las? Como querer que um jovem sem condições de estudar, sem trabalho digno e passando fome obedeça às leis do País se, diariamente, é bombardeado com notícias, mostrando o patrimônio público sendo dilapidado? Como o jovem vai cumprir as leis do País, se os poderosos também a ignoram? Outra falácia é a defesa da pena de morte para os seqüestradores. Sabemos que os ricos, no Brasil, nunca são condenados. Salvo exceções, o colonialismo interno continua muito mais vivo agora do que antes. Os ricos ficam cada vez mais ricos. Os pobres cada vez mais pobres. Os ricos se encastelam em feudos, cercados por altos muros, guaritas, segurança contra os que ficam na planície sem nada, e que, tentando possuir alguma coisa, vão buscar em qual lugar? Só existe um lugar onde eles podem realizar seus sonhos: nos cofres daqueles que amealham dinheiro e mais dinheiro. Estamos praticamente sentados em um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento. Os presídios são, hoje, as novas Bastilhas. Repletos de miseráveis que ali se forjam cada vez mais no crime. Nossas polícias convivem lado a lado com marginais. Policiais moram em favelas de braços dados com a miséria. Mas quem vive na miséria não está ali porque assim deseja, e sim, porque não lhes oferecem nada melhor. A nata da sociedade vive sempre em festas, em capas de revista com belas mulheres ao lado, desfilando elevado padrão de riqueza como se à esquerda de seus palácios a miséria fosse uma ilusão. Os que nada têm a tudo vêem, a tudo desejam e para satisfazer esses desejos saem em busca da arma para torná-los reais. A arma é o dinheiro. E eles sabem muito bem o lugar exato onde o dinheiro se encontra disponível. Colunistas DIARIO POLÍTICO Separação nada amigável O PSB de Arraes rompeu oficialmente, ontem, com o PT de Luiz Inácio Lula da Silva, no Rio de Janeiro, e isso vai alterar bastante a situação dos dois partidos no Brasil inteiro porque eles sempre pregaram a unidade das oposições na disputa pela presidência da República e governos estaduais. Apesar de o rompimento ter como motivo principal a crise entre Anthony Garotinho e os petistas cariocas, certamente será muito difícil, a partir de agora, manter o discurso de união das esquerdas, o que vai beneficiar as legendas governistas que se fortalecem com essa separação, nada amigável, dos dois maiores partidos que fazem oposição no País. Os socialistas decidiram romper com o PT porque os petistas divulgaram, na sua propaganda, gravações telefônicas de Garotinho que, supostamente, falava sobre o suborno de um fiscal, em 1995, quando ele não ocupava nenhum cargo público. Revoltados, os socialistas acharam que os petistas romperam com " todos os princípios de conveniência que devem nortear a convivência com um partido co-irmão" e acusaram a legenda de utilizar " métodos fascistas para fazer política". O divórcio das duas legendas, faltando ainda um ano para as eleições de 2002, prova que, apesar de falar grosso de vez em quando, gritar muito e até espernear, a oposição não conseguiu amadurecer para se unir. Único caminho para enfrentar os governistas e quem sabe, ganhar uma eleição para presidente da República. Dilson Peixoto (PT) diz que Jarbas Vasconcelos presidente da República "é a garantia de um sucessor que dará continuidade ao governo de FHC, já. Isso explica o apoio da ala governista do PMDB" Campanha Quem liga para o celular de Henrique Queiroz (PPB) descobre que ele já está em plena campanha, ao ouvir a seguinte mensagem :" Aqui é o deputado Henrique Queiroz, lembro que sou candidato à reeleição com o número 11160". Bastante apressado, o parlamentar. Encontro 1 Tereza Duere (PFL) tenta agendar, hoje, um encontro entre as lideranças médicas do Estado e o secretário da Fazenda, Jorge Jatobá, na tentativa de evitar uma greve da categoria a partir do dia 20. Encontro 2 Os médicos ameaçam paralisar a rede estadual de Saúde se o Governo não atender suas reivindicações, entre elas um reajuste salarial de 20%. Guilherme Robalinho, pelo jeito, não consegue dialogar com os colegas. Referência No alto de uma das torres do World Trade Center, destruídas na tragédia que matou milhares de pessoas, ontem, nos Estados Unidos, havia uma referência ao Recife: na homenagem aos judeus que deixaram a capital pernambucana depois da expulsão dos holandeses e foram viver em Nova Iorque. Fatais Se no Brasil 24 de agosto é uma data fatal, pela morte de Getúlio Vargas e a renúncia de Jânio Quadros, no mundo o 11 de setembro, que ficou marcado pela morte de Salvador Allende, no golpe militar do Chile, agora será lembrado também pelos atos terroristas contra os Estados Unidos. Violência 1 A sede do PDT foi assaltada no último feriadão e os trabalhistas perderam computadores, impressoras e fax. No mesmo período, o escritório político do ex-vereador Vicente André Gomes foi arrombado e de lá levaram equipamentos de um pequena gráfica. Violência 2 Indignado, José Queiroz (PDT) diz que a violência em Pernambuco está deixando toda sociedade em pânico, insegura, sem saber para quem apelar: "E o mais grave é que a insegurança, desde o primeiro dia de governo, continua desafiando Jarbas Vasconcelos". Jantar Wolney Queiroz (PDT-PE) reuniu a bancada do partido brizolista, ontem, no seu apartamento, para um jantar com Ciro Gomes (PPS). Há quem diga que esse pode ser o início das articulações para unir o pós-comunista com Itamar Franco (PMDB-MG), na corrida pela Presidência da República. Byron Sarinho garante que não faz parte do seu projeto político voltar a comandar o PPS em Pernambuco, porque já ocupou essa função durante oito anos. Pode ser, mas que tem gente trabalhando para isso, tem. Editorial Nova ordem A ordem política e econômica internacional está em xeque. Os acontecimentos de ontem em Nova Iorque eliminaram vidas e destruíram o que ainda restava do ordenamento mundial arquitetado no século passado. Uma nova era se abre ao espírito construtivo do homem. As bases em que ela vai ser erguida dependerá como sempre de uma escolha essencial: guerra ou paz, convergência ou divergência, diálogo ou intransigência. Até a queda do muro de Berlim, em 1989, e a revogação prática do comunismo como opção nacional, o poder mundial se bifurcava. Vivia-se uma bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, logo convertida numa hegemonia única: a norte-americana. De lá para cá, a supremacia americana na economia e na esfera militar tornou-se visível e consensual. A variação da taxa de juros da Reserva Federal é referência para as bolsas dos demais países. E o poderio bélico americano é incontrastável. A introdução do terrorismo, como recurso de convencimento, é inaceitável. Porque vitima inocentes. Configura regressão à barbárie. E, do ponto de vista de solução, inaugura o impasse. Bloqueia iniciativas. E não abre portas para entendimento. Com certeza, constitui a mais séria questão a ser enfrentada pelas sociedades civilizadas sob o aspecto da segurança civil neste século. Contra o terrorismo não pode haver descanso e complacência. Por outro lado, os Estados Unidos tornaram-se alvo por serem hegemônicos. Quando se detém parcela significativa de hegemonia carrega-se, ao mesmo tempo, fatia alargada de responsabilidade na distribuição de frutos e ônus. Essa qualificação política envolve a necessidade de se patrocinar iniciativas para distender socialmente o cenário. E melhorar a situação do contexto em que se assume tanta relevância. Com essa visão, o ex-presidente Bill Clinton terá dedicado tanto de seu tempo à busca de um acordo de paz entre palestinos e israelenses. O episódio de ontem pode, mas não deveria contribuir ao crescente isolamento americano. As posições assumidas pelo atual governo da Casa Branca nos casos do protocolo de Kioto sobre meio ambiente e da conferência de Durban sobre racismo talvez sejam indícios de uma introspecção mental em desacordo com a globalização. O presidente americano vai agir agora em movimento de reação numa instância de beligerância. Pena que não o tivesse feito proativamente numa escala de paz. O fato é que surge um divisor de águas após a tragédia de Nova Iorque. Antes e depois dessa terça-feira rubra de setembro. O Mundo não será mais o mesmo. Porque limites foram ultrapassados. Há um cheiro de derrota no ar. As nações civilizadas não foram capazes de encontrar mecanismos eficientes para extinguir iras e harmonizar desencontros. Não estão mostrando talento para forçar acertos que interessam a todos. É urgente tecer uma nova ordem internacional. Os termos pelos quais ela será construída passa pela redução da desigualdade. Os diferentes nunca serão iguais. Mas podem ser menos desiguais. Topo da página

09/12/2001


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