Presidente da AMA-BA pede pressa na melhoria do atendimento aos autistas



"Os nossos dirigentes se reuniram meses a fio para planejar, estruturar e trazer a Copa para o Brasil e, quando a gente vê uma criança ou um adulto autista encarcerado pela falta de saúde e educação, isso dói na alma de uma mãe". O desabafo foi feito pela presidente da Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA), Rita Valéria Brasil, durante audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Sociais que discutiu a criação de um sistema nacional para o atendimento das pessoas portadoras de autismo. Ela pediu pressa na melhoria das condições de vida dos autistas.

Rita Valéria Brasil disse que não existe no país tratamento real para a criança autista. Ela afirmou que os portadores do problema precisam de centros regionais de observação e orientação médico-psicopedagógica, berçários, diagnóstico precoce, psiquiatras e neuropediatras, professores especializados, terapeutas, orientação familiar e escola de qualidade.

- Orientação familiar é fundamental, porque nós nos desestruturamos. Eu me desestruturei. Imaginem uma mãe que não tenha poder aquisitivo nenhum e que, muitas vezes, o pai é ausente. A desestrutura é maior ainda. É preciso apoio terapêutico para essa família, para essa criança. Escola regular ou especial, não importa. Instituição também não importa, desde que seja feito um trabalho de qualidade, inclusive com psicólogos escolares - declarou Rita Valéria Brasil.

A presidente da AMA-BA relatou vários casos de crianças e adolescentes autistas que apresentaram melhorias na sua qualidade de vida depois de atendidas pela associação. Falou, por exemplo, do caso de Isadora. Aos 11 anos de idade, a criança vivia sob os cuidados da avó, já que os pais trabalhavam o dia todo. Ela passava o tempo todo em cima de uma cama, balançando para um lado e para o outro. Depois de muitas tentativas frustradas, os pais haviam desistido de buscar atendimento.

Rita Valéria contou que já nas primeiras intervenções com Isadora conseguiu que ela levantasse e respondesse de forma favorável. Hoje, aos 14 anos, a adolescente é atendida pela AMA-BA. Ela participa de trabalhos pedagógicos, já senta com naturalidade e se relaciona melhor com os outros, embora ainda utilize muito os gritos para se comunicar.



17/11/2010

Agência Senado


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