Presidente da CAS visita posto do INSS para avaliar greve dos médicos peritos
A senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) visitou nesta sexta-feira (30) a maior agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Goiânia. O objetivo foi conhecer de perto a situação provocada pela greve dos médicos peritos do sistema previdenciário.
Com a paralisação, a estimativa é de que 19 mil perícias deixaram de ser feitas na capital de Goiás. Em todo o país mais de cem mil perícias já deixaram de ser realizadas e, segundo Lúcia Vânia, o quadro é crítico. A senadora pretende fazer um relato da situação aos membros da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que ela preside.
Lúcia Vânia ouviu os relatos dos familiares de deficientes que esperavam para dar entrada no benefício da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), que garante um salário mínimo aos portadores de doenças incapacitantes.
- Há casos muitos tristes. A mãe de uma jovem que foi trazida de ônibus, com grande dificuldade, atada por um cinto à cadeira de rodas, não conseguiu dar entrada no benefício apesar de esperar horas para ser atendida. Ela terá de voltar, pois sem a perícia não pode dar entrada nos papéis. São situações que precisam ser resolvidas com rapidez - afirmou a senadora goiana.
Por conta da greve estão suspensos, somente em Goiânia, 450 atendimentos diários. A senadora já pediu informações ao Ministério da Previdência Social e apresentou requerimento convocando o ministro Amir Lando para expor a situação na CAS e debater o que pode ser feito em relação à falta de peritos.
Ela criticou a criação de vagas, anunciada recentemente pelo governo, quando a grande deficiência de servidores encontra-se "na ponta, para atender o cidadão. Há deficiência de funcionários públicos, não só nos escalões superiores, mas em funções que atendem diretamente a população, onde os salários são baixos e há acúmulo de trabalho exatamente por falta de pessoal", completou.
Lúcia Vânia lembrou que o médico perito tem um papel fundamental pois avalia se a doença tem implicações permanentes ou temporárias na capacidade para o trabalho.
- Ele decide se deve ou não conceder, prorrogar ou suspender um benefício. Por isso, precisa ter ótima qualificação e senso de responsabilidade social, pois não se podem ignorar as pressões para fraudar a Previdência - afirmou.
30/01/2004
Agência Senado
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