Presidente da Síria: Brasil 'não precisa esperar pelos EUA' para agir em favor da paz
O presidente da Síria, Bashar Al-Assad, sugeriu nesta quarta-feira (30) que o Brasil faça propostas e gestões na tentativa de ajudar a diminuir os conflitos no Oriente Médio tendo como referência as resoluções das Nações Unidas, sem necessariamente esperar pelos Estados Unidos. Durante visita ao Congresso Nacional, ele elogiou a linha de ação do país, que, em parceria com a Turquia, tentou mediar uma saída para o caso do enriquecimento de urânio pelo Irã.
O presidente sírio informou que o auxílio do Brasil na busca da paz foi debatido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e que o ministro das Relações Exteriores de seu país permanecerá em Brasília, enquanto ele próprio segue para São Paulo, para tratar do assunto. Foi o próprio presidente do Senado, José Sarney, quem questionou Bashar Al-Assad sobre que ação prática o Brasil poderia adotar na busca da paz para a região.
Bashar Al-Assad protagoniza a primeira visita oficial de um presidente sírio ao Brasil e foi recebido por Sarney em audiência realizada na tarde desta quarta-feira. O chefe do governo sírio disse reconhecer a demora de seu país em distinguir a importância do papel do Brasil no campo internacional, a exemplo do que se deu na busca de uma solução para o conflito entre palestinos e israelenses, especialmente na Faixa de Gaza.
Bashar Al-Assad salientou a inclinação do Brasil para a convivência pacífica e o espírito caloroso do país. Ele agradeceu as manifestações do povo e de instituições brasileiras em apoio à causa palestina. E elogiou a acolhida aos imigrantes, além de saudar o modelo brasileiro e latino-americano, "aberto e sem conflitos".
Já Sarney mencionou a revolta dos cidadãos brasileiros com a violência a que são submetidos os palestinos nos conflitos no oriente médio; lembrou o apoio brasileiro à criação do Estado Palestino; e frisou que a maioria dos cidadãos do país tem estreita relação com descendentes de sírios, libaneses e de outros países árabes.
Turismo
O presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), lamentou a pouca visibilidade da Síria no Brasil, o que não permite o crescimento do turismo entre os dois países. Bashar Al-Assad disse ter pedido ao presidente Lula que apresse a execução de projetos para incrementar o transporte aéreo entre os dois países, assim como o marítimo, já visando o aumento das exportações e importações. O presidente sírio também pediu que o Congresso ajude a eliminar barreiras burocráticas.
A comitiva síria já esteve na Venezuela e em Cuba e assinou, no Brasil, acordos de cooperação jurídica em matéria penal e acordo de transferência de pessoas condenadas, assim como programa executivo de cooperação educacional e memorando de entendimento na área de saúde. A corrente bilateral de comércio passou de US$ 78 milhões, em 2003, para cerca de US$ 307 milhões, em 2009.
30/06/2010
Agência Senado
Artigos Relacionados
PARA ARTUR DA TÁVOLA, A SOCIEDADE PRECISA AGIR
Tuma: Banco Central precisa agir para diminuir impacto da crise financeira no país
Para Agripino, governo precisa agir rápido para proteger país da crise
Papaléo: governo precisa agir contra a venda de remédios falsificados
Denúncia de desaparecimento não precisa esperar 24h após o ocorrido
Acir Gurgacz: 'Quem precisa de atendimento médico não pode esperar'