Tuma: Banco Central precisa agir para diminuir impacto da crise financeira no país



Ao fazer uma análise da crise financeira internacional, identificando suas causas e principais conseqüências para a economia brasileira, o senador Romeu Tuma (PTB-SP) alertou para a necessidade de o Banco Central adotar uma postura de atuação antecipada na economia visando atenuar seus efeitos no país.

- No Brasil, em face das manifestações de empresas de que o crédito permanece travado, paralisando negócios, e de que os bancos tentam aumentar exageradamente o custo do crédito, cabe ao Banco Central importante papel de analisar de perto o mercado e, eventualmente, impor sanções aos que estejam contribuindo para o chamado "empoçamento" do crédito - disse.

Tuma considerou também fundamental a preservação das metas de equilíbrio fiscal pelo governo, de modo a assegurar a confiança dos investidores, e a manutenção dos investimentos programados, a fim de resguardar as expectativas do setor produtivo.

Na avaliação do senador, a atual crise de confiança reinante no mercado financeiro não advém, como aconteceu durante os períodos inflacionários, de um fenômeno de depreciação monetária. Segundo ele, os problemas do mercado financeiro são resultantes ou do abuso do crédito por parte dos tomadores de empréstimos ou da alimentação, pelos credores, da ciranda financeira com empréstimos sabidamente irrecuperáveis.

- A atual catástrofe econômica é conseqüente da mais pura ganância de quem financiou sonhos populares que se sabiam irrealizáveis, a não ser mediante um crédito insolúvel- afirmou.

O senador reconheceu, contudo, que a economia brasileira encontra-se em condições mais favoráveis para enfrentar a crise do que na década passada. Entre os pontos benignos no cenário econômico nacional, ele destacou o controle da inflação e do crescimento da dívida pública, o aumento do nível de reservas estrangeiras e a administração da taxa de câmbio.

Baseando-se em diagnóstico de Charles Collins, diretor-adjunto do Departamento de Pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tuma considerou oportuna a redução da taxa de juros pelas autoridades monetárias com o objetivo de melhorar o crédito, em razão da ausência de risco de geração de tendência inflacionária.



19/11/2008

Agência Senado


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