PRESIDENTE DO IBAMA CITA RECORDES DE APREENSÃO DE MADEIRA



O presidente do Ibama, Eduardo de Souza Martins, relacionou hoje (dia 3) comocausas do desflorestamento na Amazônia, de acordo com estudos do instituto, a produção agropecuária, a segurança alimentar, a desvalorização do preço da terra, a exploração da madeira e as invasões de terra. Em palestra na Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), ele defendeu a necessidade de ser alterada "a lógica de conversão da floresta de natureza predatória", como acontece na região.

Martins destacou que, em 1997, foi registrado um recorde de apreensão de madeira - 710 mil metros cúbicos de madeira em tora e 22 mil metros cúbicos de madeira cerrada - e foram aplicadas multas no valor total de R$ 11,29 milhões. As empresas de capital estrangeiro foram multadas em cerca de R$ 1 milhão, e tiveram 80 mil metros cúbicos de madeira apreendidos - madeira que pôde ser formalmente vinculada às empresas estrangeiras.

Segundo o presidente do Ibama, a produção agropecuária requer o desflorestamento devido à necessidade de incidência direta de luz solar sobre culturas ou pastagens, de limpeza da terra e de aproveitamento dos nutrientes da floresta.

O presidente do Ibama informou que houve um crescimento do rebanho bovino de 16 para 20 milhões de cabeças, entre 1992 e 1996,que a produção de grãos aumentou de 5.500 toneladas para 9.150 toneladas no mesmo período, e que a população na região cresce na ordem de 4% ao ano, contra uma média nacional de 2,7%.

- Vinte milhões de pessoas dependem, em parte, da produção de alimentos daquela região - acentuou

Eduardo Martins referiu-se ainda à cultura de subsistência, que depende do ciclo corte raso - das queimadas -, e à pressão que as invasões de terra exercem para o desmatamento- somente em 1997, informou, as áreas invadidas ou destinadas a assentamentos somaram 1 milhão e 240 mil hectares. Quanto à exploração da madeira, o presidente do Ibama afirmou que ela não produz diretamente o desflorestamento, sendo indutora do processo, como financiadora desse desflorestamento. E informou que 90% da madeira de lei consumida no país vem da Amazônia.



03/03/1998

Agência Senado


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