Presidente do PFL: quem não deixar cargo é mau-caráter








- Presidente do PFL: quem não deixar cargo é mau-caráter

- Num tom mais duro do que o da véspera, quando rompeu com o Planalto, o presidente do PFL, Jorge Bornhausen, cobrou a saída dos pefelistas do Governo e disse que quem não entregar o cargo é mau-caráter.

Para ele, só o secretário da Receita, Everardo Maciel, poderia permanecer porque "não foi uma indicação política", mas pediu a saída do presidente da CEF, Emílio Carrazai. Em resposta, Carrazai disse que não é filiado ao PFL e não vai sair. Bornhausen voltou a defender a candidatura de Roseana Sarney e afirmou: "Ela não é a Joana d'Arc, não será queimada em praça pública".

Mas há setores do PFL desconfortáveis com as diferentes versões apresentadas até agora para a origem do R$ 1,3 milhão encontrado na empresa de Roseana e Jorge Murad. Os chalés que teriam sido vendidos à vista e com pagamento adiantado, o que justificaria a origem do dinheiro, sequer saíram do papel e são oferecidos a preço mais baixo do que o alegado. (pág. 1 e 3 a 10)

- O Rio entra hoje em guerra contra o mosquito do dengue, que já matou 27 pessoas no estado. Só entre voluntários, soldados e agentes de saúde, serão 500 mil pessoas combatendo o Aedes aegypti. O ministro da Saúde pede que a população participe da campanha, já que 90% dos focos estão dentro das casas: é preciso checar, por exemplo, pratos de vasos, caixas d'água e até mesmo terrenos baldios. (...) (pág. 1)

- Dois prédios da Justiça em São Paulo foram alvos de atentados a bomba atribuídos ao PCC. Na mala de um carro, no fórum de Barra Funda, foram achados 40 quilos de explosivos. Uma bomba foi lançada no fórum de Guaianazes. (pág. 1 e 12)

- A Varig vai aumentar seu capital e abrir o caminho para que novos investidores assumam o controle da empresa. A decisão foi tomada em assembléia ontem pelo Conselho da Fundação Ruben Berta. (pág. 1 e 25)

- Em convenção extraordinária ontem, o PMDB cancelou as prévias marcadas para o próximo dia 17 que deveriam escolher o candidato do partido à Presidência da República.

Com o resultado, a direção do PMDB se considera liberada para negociar uma aliança com o PSDB. O grupo ligado ao governador Itamar Franco garantiu que vai realizar a consulta assim mesmo. (pág. 2 e 4)

- O rompimento do PFL com o Governo já se refletiu no Congresso. O Senado conseguiu aprovar ontem urgência para a tramitação do projeto de decreto legislativo que questiona a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de restringir as coligações partidárias nos estados, com o apoio do PFL, do PMDB e da oposição. Contra a medida, o PSDB ficou isolado. (pág. 2 e 5)

- A arrecadação da Receita bateu um novo recorde no mês passado: R$ 17,5 bilhões. Segundo os técnicos, o resultado mostra a recuperação da produção do País.

Isso porque, descontadas as receitas atípicas, a arrecadação está próxima à obtida em fevereiro de 2001, quando a economia ainda estava aquecida, antes de desacelerar por causa do racionamento. (pág. 2 e 21)

- O Governo brasileiro baixou o tom das críticas às barreiras dos EUA ao aço. Segundo o Itamaraty, mesmo insatisfeito, o País não pode protestar como o Japão ou a União Européia, mais prejudicados.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, porém, defendeu que o Brasil use a escolha da tecnologia para a TV digital como forma de pressão contra as restrições. (pág. 2 e 27)


Colunistas

PANORAMA POLÍTICO - Tereza Cruvinel

Continuam pouco claros os limites do rompimento entre o PFL e o Governo. Algumas horas depois de anunciado o fim da coalizão, a permanência certa dos pefelistas nos escalões inferiores sugeria que a suposta tragédia estava para acabar em farsa. O discurso inflamado do presidente do partido, Jorge Bornhausen, no ato comandado por Roseana pelo Dia Internacional da Mulher, bem como sua cobrança pela devolução de todos os cargos federais, deixou no ar indagações sobre as razões do recrudescimento. (...) (pág. 2)

(Nhenhenhém - Jorge Bastos Moreno) - Com uma comovedora voz de pedinte, uma repórter tenta convencer FH a lhe dar um furo: o nome de um novo ministro.

O Presidente não se faz de rogado:
"Bota aí o nome de Gustavo Franco, só para enlouquecer o Serra". (pág. 3)

(Ancelmo Gois) - A decisão da Justiça de transferir o material apreendido na Lunus da Polícia Federal de São Luís para Brasília não desagrada aos adversários de Roseana Sarney.
É que na PF do Maranhão a família Sarney tem muito poder.

O secretário de Segurança de Roseana, Raimundo Cutrim, é um delegado da PF muito influente junto aos ex-colegas. (pág. 14)


Editorial

"ISENÇÃO ÚTIL"

- Pode aparecer um despropósito o Congresso aprovar isenção de CPMF para operações em bolsas de valores, já que a contribuição é cobrada em qualquer transação, até mesmo na compra de um quilo de feijão.

A CPMF é um tipo de tributo que fere a boa doutrina tributária, mas tem sido útil para reforçar os cofres públicos num País onde há tanto espaço para sonegação. Dela não há como escapar, pois em algum momento o dinheiro passará pelo sistema bancário, quando então será tributado. (...) (pág. 6)


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03/09/2002


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