PRESIDENTE DO SENADO AUTORIZA QUEBRA DO SEU SIGILO BANCÁRIO



O presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães, entregou nesta quarta-feira (dia 5) à Mesa do Senado vários documentos, entre eles autorizações para quebra do seu sigilo bancário em todos os bancos onde tem conta. Ele pediu ao primeiro vice-presidente da Casa, senador Geraldo Melo (PSDB-RN), que decida como fará a apuração dos fatos concernentes às "denúncias infundadas" feitas contra ele pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O senador entregou também pastas com acusações contra Jader, afirmando que o essencial é que o assunto seja esclarecido. Depois de ouvir a resposta do líder do PMDB ao seu discurso, Antonio Carlos disse que o senador paraense mentiu e não falou nada a respeito de também quebrar o sigilo de suas contas bancárias. O discurso de Antonio Carlos foi aplaudido.Observando que só se pode quebrar o sigilo bancário autorizando o gerente da instituição financeira a fazê-lo, o presidente do Senado ofereceu à Casa autorizações para esse procedimento, assim como declarações de bens, Imposto de Renda e todos os dados relativos ao seu patrimônio e à sua vida financeira e fiscal. Na parte referente a acusações contra Jader Barbalho, o presidente do Senado relacionou processos criminais referentes às suas gestões como governador do Pará e ministro da Reforma Agrária e da Previdência, assim como matérias jornalísticas sobre desmandos administrativos.Antonio Carlos observou que essas acusações não serão motivo de luta, mas de esclarecimento. Ele disse que, se a Câmara já tivesse aprovado o projeto do senador Pedro Simon (PMDB-RS) que quebra o sigilo bancário de ocupantes de cargos públicos, isso agora não estaria sendo discutido. "Homem público não pode ter sigilo bancário. Tem que ser aberto para todos", afirmou.O presidente do Senado esclareceu que seu propósito é unicamente o de examinar vidas. "Se fui acusado, tenho o dever de defender-me. Do contrário, não mereceria o respeito de V.Exas e do povo da Bahia, que me estimula e que me sustenta para fazer a vida pública que tenho feito". Quanto às acusações de Jader, considerou importante que ele as faça, para desmentir todas como tem feito em todos os episódios de sua longa vida pública. Observando que seu acusador preside um partido que tem pretensões à presidência do Senado, Antonio Carlos Magalhães pediu que Jader Barbalho também esclareça o que contra ele foi apontado. "Nós, tenho certeza, vamos sair engrandecidos desse debate, se ele for feito. Ele não pode é ser protelado, nem jogado para o canto e não ser realizado", afirmou. Na opinião do parlamentar, o Senado precisa engrandecer-se nesse episódio e não se amesquinhar. "Sofri acusações injustas e certamente virão outras que serão devidamente respondidas e esclarecidas, numa vida de quase 50 anos de atividade pública". Ele também disse que o exercício da presidência do Senado exige correção absoluta do seu titular. Por isso, considerou importante narrar que, 48 horas depois de contestar as afirmações feitas contra ele por Nicéia Pitta, o líder do PMDB o acusou de ser corretor da OAS e sócio do ex-senador Gilberto Miranda. Antonio Carlos informou ter uma filha casada com o presidente da OAS e esclareceu não ter nenhuma sociedade com Gilberto Miranda. "O senador Jader Barbalho sabe, melhor do que ninguém, que sou honesto", afirmou ele. Também observou que essa discussão não depõe contra o Senado. "Acho que o que depõe contra o Senado são acusações graves contra senadores ficarem sem o devido esclarecimento".

05/04/2000

Agência Senado


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