Presidente do TSE está disposto a combater corrupção, diz Alvaro Dias



O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) observou em Plenário, nesta sexta-feira (5), que o novo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio, revelou em seu discurso de posse, nesta quinta-feira (4), disposição para conter a corrupção, tanto nos processos eleitorais como nos procedimentos do próprio tribunal. Na opinião do senador, o ministro não exagerou ao afirmar que notícias sobre envolvimento de pessoas públicas em corrupção tornaram-se banais.

O senador pediu que o discurso do ministro conste, na íntegra, dos anais do Senado em razão de sua importância e também porque significa uma esperança de que o próprio TSE ofereça instrumentos necessários para conter a corrupção no processo eleitoral.

- Acreditamos que a disposição do ministro signifique mudança de rumo. Não basta condenar prefeitos de pequenos municípios por abuso de poder econômico, por daremóculos a quem precisa. É preciso julgar ações que dizem respeito a governadores de estados importantes, e isso nem sempre acontece. A presença de Marco Aurélio no TSE será um desestímulo à corrupção - disse.

O senador Heráclito Fortes (PFL-PI), em aparte, salientou que a posse do ministro Marco Aurélio tranqüiliza a população brasileira. Fortes disse que, com Aurélio na presidência do TSE, a lei será cumprida porque o ministro não permitirá que o princípio da moralidade seja desconsiderado.

Em seu pronunciamento, Alvaro Dias destacou ainda que não está havendo sintonia entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e seus auxiliares. Citou como exemplo as declarações divergentes do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito da situação da Petrobras na Bolívia - após a nacionalização das reservas de petróleo e gás naquele país. Gabrielli declarou que a estatal não continuaria investindo naquele país e Lula afirmou que o Brasil continuará a investir na Bolívia - a declaração de Lula ocorreu depois do encontro com os presidentes da Bolívia, Evo Morales, da Argentina, Néstor Kirchner, e da Venezuela, Hugo Chávez, em Puerto Iguazú (Argentina), na quinta-feira (4).

Para o senador, o presidente Lula não conseguiu nenhuma concessão do presidente boliviano e ainda desautorizou o presidente da Petrobras.

- Como acreditar que estamos prestes a solucionar esse impasse? O presidente, omisso, perdeu a oportunidade de se entender com o presidente boliviano e evitar a conflagração que se iniciou com uma ação truculenta ao colocar o Exército para tomar posse de um patrimônio construído com o dinheiro do povo brasileiro, de mais de R$ 1,5 bilhões - disse Alvaro Dias.



05/05/2006

Agência Senado


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