Pressão de Brizola radicalizou discurso de Jango



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Então deputado federal pelo PTB do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola foi um dos mais ardorosos defensores das reformas de base propostas pelo presidente João Goulart. Sua atuação, como governador do Rio Grande do Sul, na chamada "Campanha da Legalidade', que ajudou a garantir a posse de Jango, durante a crise da renúncia de Jânio Quadros, em 1961, deu a Brizola força política para pressionar o presidente (seu cunhado) pelas mudanças estruturais, principalmente na economia.

Durante os debates que antecederam o Golpe, Brizola era constantemente citado ora como incendiário e comunista, pelos representantes da UDN; ora como democrata e defensor da justiça social, pelos integrantes do PTB. Carismático e popular, era apontado como provável candidato do trabalhista à Presidência da República, nas eleições que deveriam ocorrer em 1965.

Foi um dos primeiros alvos da repressão política, tendo sido cassado pelo Ato Institucional nº1, na primeira leva de opositores. Conforme relato do senador Pedro Simon (PMDB-RS), Brizola acreditava ser possível resistir ao golpe de Estado, fiando-se no apoio das forças militares sediadas no Rio Grande do Sul. Ainda segundo Simon, o então deputado Brizola teve sua residência metralhada pelos militares golpistas no dia 2 de abril de 1964.

Leonel de Moura Brizola seguiu para o exílio no Uruguai, onde tentou organizar a resistência armada à Ditadura. Foi também para os Estados Unidos e Lisboa, de onde retornou ao Brasil 15 anos depois. Com a abertura, teve uma última derrota imposta pelos militares, ao ver negado o domínio do PTB – a legenda foi entregue a Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio. Brizola, então, organizou o Partido Democrático Trabalhista (PDT), pelo qual foi eleito duas vezes governador do Rio de Janeiro e pelo qual tentou por duas vezes – sem sucesso – chegar ao Planalto. Morreu em 21 de janeiro de 2004, aos 82 anos.



27/03/2014

Agência Senado


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