Privatização da CTU vira briga política







Privatização da CTU vira briga política
Segundo vereadores, deputados José Mendonça e José Chaves travam guerra surda em torno da companhia

Por trás de todo conflito em torno da privatização da Companhia de Transportes Urbanos (CTU) e da CPI que investiga irregularidades no contrato de venda da ex-estatal pode estar a disputa entre dois grupos políticos de Pernambuco. A briga estaria ocorrendo nos bastidores entre os deputados federais José Chaves (PMDB) e José Mendonça (PFL) por motivos distintos, segundo vereadores do Recife. Mendonça estaria empenhado na permanência da Cidade do Recife Transporte (CRT), enquanto José Chaves teria interesse na quebra do contrato por conta das linhas. Quem poderá sair perdendo é o contribuinte municipal que corre o risco de assumir uma dívida de cerca de R$ 46 milhões junto ao INSS.

Segundo fontes, o deputado José Mendonça foi o responsável pela vinda de Ronan Pinto para o Recife e continuaria com o propósito de que o contrato fique em nome da CRT. Já José Chaves estaria do lado oposto, uma vez que a família do parlamentar é dona da Rodoviária Metropolitana. A disputa é comentada por representativos vereadoresdo Recife, mas ninguém assume publicamente as informações.

Os comentários de bastidores também dão conta de que outros políticos estariam empenhados em defender Ronan Pinto. Alguns, inclusive, teriam tentado intermediar contatos junto a atual administração municipal. "No dia em que ele (Ronan) esteve no Recife para depor na CPI da CTU, o que não faltou foi gente ligando para ele", revelou um fonte ao DIARIO. A polêmica de que grupos políticos estariam por trás da privatização da CTU voltou à tona por conta da proposta do vereador Sílvio Costa (PSD), que pediu a quebra do sigilo telefônico do empresário Ronan Pinto. "Meu objetivo é saber quais são os políticos que defendem o dono da CRT no Recife", declarou o parlamentar no plenário da Câmara Municipal do Recife.

A atitude do vereador provocou um certo mal-estar entre os demais parlamentares. "Essa iniciativa é uma agressão à Casa. Todos nós temos ligações com grupos políticos. Mas isso não nos obriga a defender seus interesses na Câmara", defendeu JorgeChacrinha (PSC). O parlamentar disse fazer parte do grupo do deputado federal José Múcio Monteiro (PSDB). Ao fazer o pedido Sílvio Costa disse ter conhecimento de quem são os "defensores da CRT", mas não quis revelar os nomes. "Vou fazer a denúncia por etapas", desconversou. O vereador, que faz parte do grupo do deputado José Chaves, é uma dos maiores críticos da CRT. "Esse rapaz (Ronan Pinto) só veio para Recife ganhar dinheiro. Ele nunca investiu um centavo na cidade". Costa defende a quebra do contrato da CRT e a licitação das linhas de ônibus exploradas pela empresa.

Na avaliação do vereador Luiz Helvécio (sem partido), autor do requerimento que deu origem a CPI da CTU, a privatização da ex-estatal aconteceu em meio a uma cortina de fumaça. "Eu previa que isso ia acontecer antes da CPI. Com as investigações a minha previsão está vindo à tona", disse. Segundo Helvécio, os problemas da privatização da CTU remontam de um descuido da gestão passada.


Governistas insatisfeitos com Duere
Aliancistas questionam a atuação da líder do Governo na Assembléia e deflagram um processo de fritura

Cresce a insatisfação da bancada de Governo na Assembléia quanto à atuação da líder do bloco, Tereza Duere (PFL). As críticas, antes limitadas a uma ou outra conversa tímida, ganharam força. Na tentativa de desgastá-la no cargo, foi deflagrado um processo de fritura que pode colocar Duere numa situação ainda mais desconfortável perante os liderados. Há quem cogite, inclusive, a substituição dela.

Pelo menos seis parlamentares - do PFL, PMDB e PSDB - afirmaram que o prestígio e poder de Duere vêm se reduzindo. O assunto, segundo informações extraoficiais, teria pautado uma reunião do PSDB, chegando, inclusive, ao conhecimento do governador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Ela negou-se a comentar os atritos internos através da Imprensa. Publicamente, três deputados confirmaram que a postura dela em fatos recentes causaram instabilidade no grupo: o líder do PSDB, Antônio Morais, Marcantônio Dourado (PMDB) e Fernando Lupa (PSDB).

Um entrevero entre Tereza Duere e o deputado Fernando Lupa, ocorrido na semana passada, foi o estopim para a crise, de acordo com informações obtidas no plenário da Casa. Lupa se sentiu desmoralizado, depois de uma entrevista concedida por ela na Rádio Agreste FM. No Agreste, Lupa e Duere são adversários. E chegou a dizer que não a reconhecia mais como líder. Como Tereza não colocou panos mornos na situação, retratando-se, a bancada do PSDB tomou para si as ofensas. Outros deputados aliados também reforçaram o coro, sob a justificativa de que este não é um "comportamento adequado para quem tem a responsabilidade de agregar".

A ausência de Tereza Duere nas sessões plenárias da Assembléia Legislativa durante a votação do projeto que mudava as regras para promoção de oficiais da PM, ao longo da semana, reforçou a tese dos deputados rebelados. "Ganhamos por 26 votos. Foi um placar apertado porque precisávamos de 25 para aprovar a matéria", argumentou. Outro lembrou que coube ao vice-líder, Roberto Liberato (PFL), um deputado menos articulado que Tereza, a movimentação para que os governistas retirassem a assinatura para tramitação de uma emenda de Sérgio leite (PT), que contrariava os interesses do Palácio.

O temor, revela um peemedebista, é que o comportamento dela com o deputado Fernando Lupa se repita com outros da mesma bancada. Os atritos dela com o deputado Marcantônio Dourado (PMDB) também foram lembrados. Dourado reconhece que se sentiu prejudicado com atitudes de Tereza Duere. Se recusou a dar detalhes, mas afirma que a situação requer uma atitude mais drástica. "As lideranças devem se reunir para tomar uma decisão sobre o assunto. O presidente da AL, Romário Dias admitiu que o ocorrido entre a deputada e Lupa seria investigado a partir do código de ética da AL, caso ele já estivesse em vigor.


PT quer conduzir o jogo da oposição
Petistas têm pressa para fechar palanque estadual com Humberto Costa candidato a governador e pressionam partidos aliados, principalmente o PSB de Arraes, a colocar suas cartas na mesa

O PT mudou de estratégia e está tentando assumir o comando da oposição ao governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) na eleição de 2002. Nos últimos dias, intensificou as articulações para formação de uma chapa com os demais partidos de esquerda. Começou a pressionar os aliados, principalmente o PSB de Miguel Arraes, para que estes mudem de estratégia e tratem logo da composição do palanque. Os socialistas têm tentado adiar as costuras da chapa. Mas os petistas têm pressa. Querem avançar na consolidação do nome do secretário de Saúde do Recife, Humberto Costa (PT), como candidato a governador.

Numa mesma semana os petistas fizeram um acordo com o senador Carlos Wilson (PTB) para concorrer à reeleição e convidaram o deputado estadual José Queiroz (PDT) para a outra vaga do Senado. Os dois disputariam o pleito em 2002 ao lado de Humberto Costa (PT). A articulaçãoo de uma chapa agora pode ser traduzida como uma forma de pressão para que os partidos aliados coloquem as cartas na mesa e não protelem a discussão do processo eleitoral.

Na avaliação do cientista político Robinson Cavalcanti, a movimentação do PT no sentido de ampliar as alianças, desde que eles mantenham a condução do processo sucessório, tem se repetido em todo o País. Para a cúpula petista, a definição de nomes um ano antes da eleição pode trazer dividendos, uma vez que haveria mais tempo para traçar o rumo da campanha e para consolida r o nome de seus candidatos diante do eleitor.

"O PT saiu de uma política de isolamento. Eles perceberam que se tivesse incluído Ulisses Guimarães no palanque nacional, em 1989, teriam vencido a eleição presidencial. O problema é que os políticos mais conservadores do partido dificultam esse alinhamento", afirmou.

Por ter se consolidado como um partido de grande dimensão no País e peso político respeitável após a última eleição, os fatos revelam que os petistas só aceitam cargos secundários quando estão numa situação de inferioridade. "Foi assim em Alagoas. O PT compôs com o PSB como a segunda maior força e depoisrompe. Para o PT é importante definir as escolhas agora enquanto outros partidos prefererm estendê-lo para mais adiante", afirmou Cavalcanti.

A insistência dos partidos em não ceder a cabeça de chapa tem como principal responsável a eleição presidencial. "Os partidos ficam obrigados a ter um palanque próprio para seu candidato subir. Para preservar sua liderança eles não vão transigir para que outros tomem esse lugar", comentou o cientista política Michel Zaidan.

FASES - Para Zaidan, a melhor solução seria cada partido manter sua candidatura na primeira fase da campanha e o mais votado receber o apoio dos demais no segundo turno para derrotar o inimigo comum, o candidato da aliança PMDB/PFL/PSDB. "Essa história de se juntar e não discutir nomes é uma política hipócrita. Subestima a capacidade de entender o que se passa. Todo mundo já vai para os encontros armados com os nomes de seus candidatos e ninguém vai abrir mão disso", afirmou.

Um dos grandes problemas da oposição é a resistência em ceder e abrir mão de seus candidatos. "É uma prática comum na esquerda em defender que vamos nos unir, desde que sob minha liderança. Isso atrapalha a unidade interna e atropela o crescimento. Todos querem ser cabeça dentro de um movimento só. Isso é um modelo remanescente da política leninista que precisa ser revisto". comentou.

Zaidan fez uma previsão pessimista para a Frente de Esquerda se permanecer adotando a mesma tática. "Se continuar a brigar uns com os outros a derrota é certa. O ideal é cada um lançar suas propostas e seu candidato sem se agredir", afirmou.


Artigos

Patrimônio, Évora, Olinda
Clóvis Cavalcanti

Com as mudanças que estão ocorrendo no mundo após os atentados de 11 de setembro, possibilidades novas devem se abrir para o turismo em áreas supostamente afastadas de conflitos. É o caso do Brasil e, especialmente, do Nordeste. A hora parece oportuna, portanto, para se pensar inteligentemente em como trazer para cá visitantes com dinheiro no bolso, que contribuam para fortalecer nossos atrativos - e não para destruí-los.
Graças a minhas viagens freqüentes, tenho tido o privilégio de observar em muitos lugares de sucesso entre turistas alguns fatores que parecem servir de chamariz a visitantes. No mês de outubro passado, visitei Évora, importante e linda cidade histórica de Portugal, a uma distância de Lisboa como a de Caruaru ao Recife (que se percorre em excelente rodovia, ao contrário da nossa enferma BR-232, que o governo estadual se esforça para retirar da UTI). Fui a um encontro de economistas de língua portuguesa e aproveitei para andar diversas vezes pelo gostoso sítio histórico de lá, cujas dimensões territoriais são semelhantes ao de Olinda, com uma população (de 9 mil pessoas) equivalente. Pois bem, a sensação é de tristeza quanto ao abandono em que se encontram nossas cidades em relação a um lugar como Évora. Esta, inclusive, tão antiga que tem até belas ruínas romanas - coisa rara em Portugal -, só em 1986 é que foi considerada pela Unesco cidade-patrimônio da humanidade. Olinda, a despeito dos descuidos de que sempre foi vítima, obteve esse galardão já em 1982 (graças a Aloísio Magalhães e Marcos Vilaça).

Vale salientar como é vibrante no caso da cidade portuguesa, a consciência da comunidade e poderes públicos quanto ao significado do legado de história, patrimônio e cultura do local. Basta dizer que, mesmo fora do sítio tombado, que é envolvido por enorme muralha, em bom estado, construída na Idade Média, de 5km de perímetro, não se permite a construção de edifícios. Há hotéis em grande número na nova Évora (onde moram umas 45 mil pessoas), sem que nenhum possua mais de três andares. Isso é resultado de posturas municipais rigorosas, como nos relatou o presidente da Câmara Municipal da “Mui Nobre e Sempre Leal Cidade de Évora”, como a chamam. Não se usa ali a explicação cavilosa de que prédios altos devam ser construídos para gerar mais empregos (temporários). Interessa, antes de tudo, o zelo com respeito ao patrimônio, única riqueza que pode levar para Évora, todos os anos, o número apreciável de um milhão de turistas que a visita, com gastos totais, no município, que, numa avaliação por baixo, não devem ficar aquém dos 50 milhões de dólares anuais.
Interessante é que Évora se situa em uma da regiões mais pobres da Europa. Entretanto, lá não se vêem mendigos, trombadinhas, meninos de rua. Pode-se andar tranqüilamente, qualquer hora da noite, pelos inúmeros becos de traçado irregular da cidade, sem nenhum temor, como fizemos minha mulher, Vera, e eu - e também amigos que lá se encontravam como Isabel e Ivo Pedrosa. Os evorenses sabem como é precioso para o turista encontrar um ambiente de hábitos civilizados confiáveis.
Neste particular, Évora agrada pelo silêncio. Os bares não fazem barulho, limitando-se a promover alegria sem incômodo à população (bem diferente de Pernambuco!). Em outubro, havia em Évora importante festival de música erudita. Nas imediações do conservatório - que o abrigava e que ocupa simpático prédio de antiga construção -, só ali e em horas adequadas, aliás, podia-se escutar o som agradável de instrumentos suaves, bem diferente das matracas eletrônicas que emitem todo tipo de ruído demolidor e a qualquer hora da madrugada na Olinda que ainda tem muito de incivilizada. Para sua tristeza, o pessoal do Hotel 7 Colinas de nossa Marim tem ouvido reclamações de turistas, alguns até já tendo fugido de lá, por conta da insuportável má qualidade do som que alguns chamados “produtores culturais” impõem, mesmo de madrugada, a quem vai atrás dos encantos olindenses. Tais encantos são indiscutíveis, apesar de ainda ser preciso um esforço vigoroso para, por exemplo, diminuir-se o trânsito e o estacionamento de carros no sítio histórico, ou para se conferir ao Alto da Sé a condição de lugar completamente limpo de barracas e lojinhas, como as que ocupam irregularmente a calçada que dá para o Horto del Rey. Uma coisa assim, em Évora, simplesmente, é inconcebível. Como são inconcebíveis os mal-denominados outdoors ou qualquer outra intervenção que retire o brilho dos monumentos, do casario, do desenho das ruas.

Faz gosto ver calçadas e meios-fios de muito bom gosto em Évora, sem nada fora do lugar, com carros que respeitam todas as proibições do trânsito e a fiação elétrica embutida. Dessa maneira, as igrejas, os conventos, os arcos, as fachadas das residências, tudo pode ser visto, apreciado e fotografado sem estorvos visuais. Muito diferente de Olinda e muito diferente do Recife também, onde, felizmente, a prefeitura começa a disciplinar - e deve fazê-lo sem contemplação - a poluição que os insuportáveis outdoors, perigosos também para o trânsito, causam. O efeito em Évora do modelo de cidade que lá vigora é uma economia pujante, alimentada pelo turismo de fluxo contínuo, em qualquer época do ano.
Imaginem se houvesse ali também belas praias como as que a revista Veja de duas semanas atrás mostrou (três delas de Fernando de Noronha, entre as vinte mais bonitas do Brasil, nenhuma tendo que ver com as hoje deformadas Porto de Galinhas e Muro Alto). A cidade de Cuenca, no Equador , contém lições de proteção ao patrimônio parecidas com as de Évora. E não está na Europa. Não há, por conseguinte, qualquer justificativa para a maneira descuidada, imprópria e lamentável com que a riqueza de patrimônio tem sido tratada em Pernambuco.


Colunistas

DIARIO Político

Carisma é fundamental
Não adiante ter só boas propostas. Carisma é fundamental para qualquer candidato que pretende disputar um mandato. Quem sonha ser deputado governador, senador ou presidente da República, deve ter algo a mais que os simples mortais, um que, como se diz, um charme que prenda a atenção das pessoas, aquela capacidade de encantar, seduzir, que desperta de imediato a aprovação e a simpatia do povo. É exatamente isso que falta a todos os virtuais candidatos tucanos à Presidência da República, como se uma epidemia de apatia tivesse ocorrido no ninho do PSDB que não consegue produzir um carismático. A começar por José Serra, considerado o preferido do presidente FHC e que tem o trabalho reconhecido até por adversários, no Ministério da Saúde. Mas carisma que é bom, não tem. O governador do Ceará, Tasso Jereissati, é outro que não empolga. A farta experiência administrativa e os belos olhos azuis não o ajudaram a decolar e isso também acontece com o presidente da Câmara dos Deputados, Aécio Neves, o mais jovem do grupo, que apesar de ser o mais simpático, de bem com a vida, não foi abençoado com o dom de seduzir o eleitorado. Sem falar do governador de Mato Grosso do Sul, Dante de Oliveira, que um dia empolgou o País com a emenda das diretas, não tem habilidade para fascinar multidões, assim como Paulo Renato, ministro da Educação. Perde tempo o presidente FHC em insistir nesses nomes. Que não empolgam os brasileiros hoje nem em 2002.

Inocêncio Oliveira (PFL-PE) acha que Jarbas Vasconcelos já decidiu que vai disputar a reeleição, inclusive com Mendonça Filho na vice, mas não diz isso agora para colocar rédeas no jogo da sucessão

Força

Antônio Moraes (PSDB) está encantado com o presente que ganhou de um eleitor que deu a ele um objeto de estimação: um facão imenso, parecido com a espada de He Man, aquele que pode tudo porque tem a força. Na Assembléia, já viu, os colegas de Moraes fazem piada o tempo todo com essa história.

Morosidade 1

Casa de ferreiro, espeto de pau. A categoria que mais reclama da falta de juízes, como causa da morosidade do Judiciário, parece que não tem pressa em acabar ou pelo menos minimizar a situação.

Morosidade 2

Pois passados mais de três meses da aposentadoria do desembargador Arthur Pio dos Santos, a OAB-PE ainda não escolheu os nomes da lista sêxtupla da qual será nomeado o futuro desembargador do TJP.

Perfil

Romário Dias (PFL) lança mais quatro volumes da Coleção Perfil Parlamentar Século XX, segunda-feira, na Assembléia, a partir das 18h. De Antônio Souto Filho, Barreto Guimarães, Mário Mélo, Nilo Pereira e Oswaldo Lima Filho.

Eletrificação

Joel de Holanda (PFL-PE) apresentou emendas individuais ao OGU para que os municípios de Ibimirim e João Alfredo executem obras de eletrificação rural e para reformar e equipar o matadouro público de Saloá.

Campanha 1

Faltando onze meses para a eleição de 2002, os temas da campanha eleitoral já estão nas ruas. Ninguém duvida que os eleitores serão bombardeados, mais uma vez, pelos precatórios do Governo Arraes (PSB), a questão da violência, e o eterno discurso esquerda e direita.

Campanha 2

O risco é as urnas registrarem os votos broncas, como ocorreu na Argentina, recentemente, na eleição para senadores e renovação de 2/3 dos deputados. Quando os eleitores anularam seus votos dominados pelo sentimento da impotência para mudar alguma coisa.

Paz

Os vereadores do Cabo de Santo Agostinho aprovaram, por unanimidade, um voto de aplauso para Nando Cordel, Dominguinhos e todos os envolvidos na Caminhada pela Paz que se realiza nesse domingo, na cidade.

Luciana Santos voltou dos Estados Unidos com uma boa notícia: a doação de equipamentos hospitalares no valor de US$ 2,5 milhões, doados por uma ONG e um hospital mantidos pela Igreja Batista. Sinal dos tempos, os protestantes ajudando a prefeita comunista de Olinda.


Editorial

Agenda social

O ministério da Assistência e Previdência Social, por intermédio da secretaria Nacional de Assistência Social, premiou o Estado de Pernambuco com recursos adicionais para programas de educação, saúde, treinamento e emprego. A premiação é decorrente do elevado desempenho do Governo pernambucano, coordenado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Social, na execução das ações voltadas para combater a pobreza e a exclusão social.

A Agenda Social, assim chamado o mencionado programa, foi idealizada em 1999 e, de lá para cá, foram sendo executados projetos relacionados com a criação de uma rede de proteção social. Entre eles destacam-se iniciativas destinadas à criança, ao adolescente e à família, como o de Erradicação do Trabalho Infantil na Zona Canavieira; o de Primeiro Emprego para colocar 1.500 jovens de 16 a 24 anos no mercado de trabalho; o Rumo à Universidade para capacitar 10 mil alunos da rede pública visando ingressar no ensino superior; e o Sentinela, que objetiva combater a exploração sexual de crianças e adolescentes de 7 a 14 anos.

De outra parte, foram também planejadas ações para enfrentar a pobreza e a exclusão social, ressaltando-se o de Fortalecimento da Agricultura Familiar; o de Crédito Fundiário destinado a possibilitar a aquisição de terra por parte de pequenos agricultores; o do Banco do Povo, buscando atender 21 mil pequenos e micro empreendedores do setor informal nas áreas urbanas; o de Qualificação Profissional, orientado para requalificar 100 mil trabalhadores em 150 municípios.

O referido programa envolve a participação de recursos das três esferas de Governo, cabendo descentralizadamente sua implantação ao Estado e aos municípios. É natural que, ao lado do compartilhamento de verbas orçamentárias, os projetos sejam executados por órgãos municipais e estaduais que se situam na ponta da comunidade. E a face mais eloqüente dessa responsabilidade executiva foram os depoimentos de crianças e jovens das comunidades do Interior sobre suas experiências no envolvimento com os projetos durante a solenidade. Um quadro de rara beleza humana a quem o assistiu.

Dois aspectos importantes ficaram claramente distinguidos na oportunidade: primeiro, a competência da Secretaria de Planejamento estadual na condução do programa, publicamente reconhecida no ato e recompensada com acréscimo de recursos federais. É justo assinalar o feito, porque sabe-se o quanto é difícil aplicar correta e agilmente dinheiro em projetos sociais.

Em segundo lugar, a apropriada afirmativa da secretária de Assistência Social, Wanda Engel. Disse ela que “ao observar a destruição das duas torres no dia 11 de setembro é oportuno considerar que não é possível mais manter ilhas de extrema riqueza cercadas de uma maré de extrema pobreza”. E, analisando a transformação econômica nos países pobres, acentuou que o processo de desenvolvimento sustentável neles instaurado só terá êxito se for acompanhado da criação de condições objetivas de proteção social. Sem o suporte socialmente estruturador apoiando a educação, a família, a saúde, o emprego, não há como falar em viabilidade do desenvolvimento.


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11/25/2001


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