PROCESSOS NO BC CONTRA CLUBES ENVOLVEM US$ 42,5 MILHÕES
Em virtude do sigilo legal que envolve estas investigações, o representante do Banco Central não pode detalhar as supostas irregularidades ocorridas nas transações de jogadores com clubes do exterior. Por este motivo, o final da reunião da CPI do Futebol ocorreu de forma secreta, sem o acesso da imprensa, com a participação apenas dos senadores.
Na sua exposição aos senadores, Ricardo Liao disse que desde 1995 o Banco Central vem investigando as supostas irregularidades na negociação de passes de atletas brasileiros para o exterior. Ele explicou que reportagens publicadas na imprensa motivaram a instituição a promover a apuração. Inicialmente, a Confederação Brasileira de Futebol foi acionada para esclarecer dúvidas levantadas pelos técnicos do BC.
Em resposta ao ofício do Banco Central solicitando informações, a CBF enviou a relação de atletas que teriam sido negociados com o exterior a partir de 1990, e sugeriu que a instituição pedisse os detalhes das transações diretamente aos clubes, já que a confederação, legalmente, não tinha competência para dispor de tais informações. Liao afirmou que a partir da análise da documentação recebida, foram detectadas evidências de algumas irregularidades. Ricardo Liao lembrou que somente após a regulamentação da Lei Pelé os clubes passaram a ser obrigados a informar à CBF detalhes sobre as negociações de passes de atletas com clubes do exterior. Entre as perguntas que fez ao representante do Banco Central, o relator da CPI, senador Geraldo Althoff (PFL-SC), procurou saber os tipos de irregularidades detectadas pela instituição na transferência de jogadores.
Respondendo ao senador, Ricardo Liao enumerou que os casos envolvem operações de câmbio ilegítimas na compra e venda de atletas, o pagamento da compra de atletas brasileiros através do envio de jogadores estrangeiros e o recebimento em reais do valor da negociação de atleta com o exterior, sem comprovar a origem da operação de câmbio da moeda estrangeira para a brasileira.
31/10/2000
Agência Senado
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