Projeto de ONGs vai criar banco de dados sobre políticos



Representantes das Organizações não-Governamentais (ONGs) Transparência Brasil e Contas Abertas se reuniram, na tarde desta terça-feira (25), com membros da CPI dos Sanguessugas. O objetivo do encontro foi firmar uma parceria para fornecer subsídios para o projeto SOS Eleitor, de iniciativa das organizações, que visa contribuir para a criação de um sistema eleitoral mais depurado.

Segundo Fernando Antunes, membro do Conselho Nacional da ONG Transparência Brasil, a idéia é montar uma base de dados onde constem informações sobre candidatos a cargos eletivos no Brasil. Ele explicou que, inicialmente, a equipe vai trabalhar com os candidatos ao Congresso Nacional, selecionando os cinco maiores colégios eleitorais. A restrição seria uma forma de agilizar o processo, para que o banco de dados esteja pronto até o dia 1o de outubro e possa ser utilizado já nas próximas eleições.

Essa base de dados conterá informações de relatórios de CPIs e processos que estão em andamento no Supremo Tribunal Federal. No caso dos que ainda não detêm mandatos, serão feitas pesquisas junto à Justiça Eleitoral para saber se correm contra eles processos relacionados a desvios ou a mau uso de recursos públicos.

- No caso da CPI das Sanguessugas, trabalharemos com as informações que a comissão apurar - explicou Fernando Antunes.

Ele acredita que já existe muita informação disponível no Brasil, acrescentando que as ONGs simplesmente irão juntar essas informações num único espaço, que será, inicialmente, uma página na Internet.

- Se conseguirmos parceiros, vamos também criar um 0800: o eleitor liga, informa o nome do candidato e seu CPF e o atendente lhe diz se há, no banco de dados, alguma menção que o desabone. Caberá ao próprio eleitor o julgamento final. Seria uma espécie de Serasa dos políticos - brincou Antunes.

Nova visita à PF

Em nova visita à sede da Polícia Federal, membros da CPI dos Sanguessugas solicitaram informações a respeito de outras empresas, instituições e organizações que podem ter participado do mercado criminoso das emendas como intermediárias entre parlamentares e prefeituras. Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a lista é grande e "pode chegar a uma centena".

O deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), sub-relator, informou que grande parte dessas entidades se concentram no chamado "terceiro setor" e são controladas, muitas vezes, por parentes de parlamentares.

De acordo com Jungmann, a CPI também quer saber como a PF pode contribuir com a coleta de elementos que possam incriminar aqueles parlamentares que teriam recebido propina em dinheiro da Planam, empresa que chefiava a "máfia das ambulâncias".

25/07/2006

Agência Senado


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