Projeto na pauta da CAE destina mais dinheiro para habitação popular



Está na pauta da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) desta terça-feira (6) uma proposta que pode ajudar o país a reduzir o déficit de habitação da população de baixa renda, estimado em 5,5 milhões de moradias apenas nas áreas urbanas. Trata-se da destinação ao Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social de metade dos dividendos que a Caixa Econômica Federal repassa anualmente à União.

Para se ter uma idéia do volume dos recursos que podem reforçar esse fundo, a Caixa teve em 2008 um lucro de R$ 3,9 bilhões, repassando ao Tesouro R$ 1,6 bilhão. Se a norma estivesse valendo, a habitação popular teria sido contemplada com R$ 800 milhões, o que daria para construir 20 mil casas populares de R$ 40 mil.

De autoria do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), o projeto (PLS 2/06) recebeu parecer favorável do relator, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), lido na última reunião da CAE, no dia 29 de junho. No entanto, Crivella considerou elevado o repasse ao fundo de 50% dos dividendos e propôs, em emenda substitutiva, a redução para um terço dos dividendos.

Seguro obrigatório

Também está na pauta da CAE projeto que destina aos estados e municípios recursos do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores terrestres (DPVAT). Hoje, as seguradoras repassam à União 50% dos valores recolhidos com o seguro. A proposta em exame na CAE destina à União apenas 15% desses recursos e divide os 35% restantes com os estados (15%) e os municípios (20%).

Conforme substitutivo do senador João Vicente Claudino (PTB-PI) apresentado ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 16/08, de autoria do senador Marconi Perillo (PSDB-GO), os recursos devem ser usados exclusivamente no custeio da assistência médico-hospitalar de vítimas de acidentes de trânsito.

Gastos

Na defesa da proposta, Marconi Perillo argumenta que os gastos hospitalares com atendimento e tratamento das vítimas de acidentes de trânsito recaem, em sua maior parte, sobre estados e municípios que dispõem de unidades de saúde destinadas a urgência e emergência.

O autor da proposta observa que, para os estados e municípios, esses recursos representariam contribuição importante ao provimento dos serviços, enquanto que, na esfera da União, constituiriam apenas parcela do custeio da atividade.

Números

No ano de 2008, a arrecadação do seguro DPVAT, que abrange todas as categorias de veículos - de passeio, de transporte coletivo, motos, táxis, caminhões, camionetas, máquinas de terraplenagem e equipamentos móveis em geral (quando licenciados) - foi de R$ 4,646 bilhões, valor correspondente a 39,8 milhões de veículos segurados.

Do total arrecadado, 45% foram destinados ao Fundo Nacional de Saúde (FNS), do Ministério da Saúde, e 5% ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O FNS recebeu R$ 2,091 bilhões e o Denatran, R$ 232,3 milhões.



02/07/2010

Agência Senado


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