Projeto obriga instalação de hidrômetros em apartamentos
Projeto obriga instalação de hidrômetros em apartamentos
A Câmara dos Deputados começa a analisar projeto do deputado Jorge Tadeu Mudalen (PMDB-SP), que obriga a utilização de hidrômetros em apartamentos. A reivindicação é antiga entre os técnicos preocupados com a preservação da água e foi uma das propostas levantadas a partir do seminário do Projeto Água, promovido pela Gazeta Mercantil em Campinas.
A proposta visa a ampliação de uma lei semelhante que já vigora na cidade de São Paulo. A idéia é inserir na obrigatoriedade os prédios residenciais, comerciais ou quaisquer outros sujeitos a administração em condomínio. O PL 5.777/01exige a colocação de instalações hidráulicas que possibilitem a medição individualizada do consumo de água de cada imóvel. Desta forma, acredita o deputado, é possível evitar o desperdício e estabelecer um consumo mais racional da água.
O projeto determina prazo de 120 dias da aprovação para a entrada em vigor. A partir desse período, os órgãos municipais só poderão aprovar projetos de edificações que tiverem condições técnicas para a instalação de hidrômetros individuais. Em relação aos prédios já existentes, o período de adaptação dependerá de uma regulamentação posterior a ser definida. A proposta prevê ainda a aplicação de multa no valor de R$ 300,00 por unidade integrante do prédio em construções que não atenderem às exigências.
Petrobras concentra pesquisas no litoral de Santa Catarina
A Petrobras está fazendo levantamentos sísmicos na área da Bacia de Santos-Sul, que compreende o litoral catarinense em busca de novos poços de petróleo. Em setembro do ano passado, a empresa anunciou a descoberta de petróleo no litoral de Santa Catarina. As atuais operações se concentram nesta mesma área, num bloco com extensão de 2.058 quilômetros quadrados. Dentro deste bloco, os levantamentos, em Santa Catarina, vão concentrar-se numa área de 351 quilômetros quadrados, "onde se imagina que exista petróleo", diz o gerente da Petrobras em Itajaí, Fernando Assumpção Borges. Segundo ele, os trabalhos em curso têm o objetivo de detalhar as estruturas geológicas eventualmente existentes.
A nova área pesquisada fica muito próximo do campo marítimo de petróleo encontrado em 1991 na divisa entre Santa Catarina e Paraná e que gerou uma disputa judicial sobre o direito dos royalties que se estende até hoje.
O geofísico Vagner Beraldo, da Exploração e Produção do Sul, afirma que após a fase de processamento e interpretação dos dados serão conhecidas as potencialidades e indicadas futuras perfurações nos próximos dois anos. A confirmação dos volumes de petróleo existentes no litoral catarinense, no poço descoberto no ano passado, ainda depende da realização de novos testes, mas as estimativas preliminares da empresa indicam um volume de 500 milhões de barris, dos quais o óleo recuperável soma cerca de 40 milhões. O petróleo foi encontrado no poço pioneiro 1-BRSA-60-SCS (1-SCS-10), situado a 175 quilômetros da costa da cidade de Itajaí, no litoral catarinense. O consórcio que explora o local é formado pela Petrobras (35%), Queiroz Galvão (30%), Coplex (27,5%) e Starfish S.A. (7,5%). A lâmina d'água no local da descoberta é de 199 metros, e a presença de hidrocarbonetos foi detectada em três horizontes distintos, em profundidades que variam entre 4,7 mil e 5,1 mil metros.
No começo dos anos 90, a Petrobras encontrou petróleo há 80 quilômetros em linha reta da costa de Itajaí. O local, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fica em mar territorial paranaense. Tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) uma ação movida pelo governo catarinense que tenta redefinir os limites do mar territorial para provar que o poço está em área pertencente à Santa Catarina. Os levantamentos estão sendo realizados pelo navio sísmico "Ramfor Explorer", da companhia norte-americana PGS, que está atuando no Bloco Exploratório BMS-12, na costa de Santa Catarina, e no Bloco Exploratório BMS-17que em São Paulo. O Ramfor Explorer foi adquirido em junho de 2001, junto com o Bloco Exploratório BMS-17 no estado de São Paulo, durante leilão realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Segundo Vagner Beraldo, o navio realiza o levantamento de dados sísmicos de acordo com o Plano de Avaliação de Descoberta da Área. "A expectativa é de que o levantamento indique onde deve ser o poço de delimitação do campo, para comprovar sua comercialidade", comenta. Os trabalhos de aquisição, processamento e interpretação transcorrerão ao longo deste ano.
Já no Bloco BMS-17, em São Paulo, onde a Petrobras é operadora majoritária com 50%, associada com as empresas Enterprise e Statoil, com 25% cada uma de participação, está sendo iniciado levantamento sísmico pelo navio "Alizé", da companhia francesa de geofísica CGG. A área de aquisição engloba cerca de 2.150 quilômetros quadrados no Bloco, na busca de estruturas geológicas favoráveis à ocorrência de petróleo. No litoral paulista, os trabalhos concentram-se em 216 quilômetros quadrados. Essa fase de aquisição vai demorar cerca de três meses, e as fases de processamento e interpretação deverão se prolongar até o final do próximo ano, quando serão programados os passos seguintes. As perfurações de poços só deverão ocorrer na segunda fase da concessão, após 2003.
A chegada do navio sísmico em Santa Catarina consolida o desempenho positivo da Exploração e Produção do Sul em 2001. A aquisição de duas novas concessões exploratórias (Blocos BMS-12 e BMS-17), em junho, e a descoberta de novo campo de petróleo através do poço SCS-10 (Santa Catarina 10), foram apoiadas por investimentos de cerca de R$ 85 milhões.
Outro investimento significativo foi a implantação da nona unidade do Centro de Defesa Ambiental, localizada em Itajaí (SC) e projetada para atender os três estados da região Sul em qualquer situação de emergência. Na área de patrocínios, os investimentos totalizaram R$ 700 mil em projetos em áreas como educação ambiental, música, dança, artes plásticas, memória história, saúde, bem-estar social, entre outras, que beneficiaram entidades de Itajaí, Navegantes, Balneário Camboriú, Blumenau, Gaspar e outros municípios da região do Vale do Itajaí.
Maçã tem a melhor safra em 15 anos
A Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) espera este ano bater o recorde de exportação da fruta. A melhor marca alcançada até hoje foi a registrada na safra de 2000, quando o país comercializou 64 mil toneladas com o exterior. Agora, segundo o presidente da ABPM, Luiz Borges Júnior, a previsão é de exportar 70 mil toneladas, um volume avaliado em aproximadamente US$ 35 milhões de dólares.
A expectativa está alicerçada na qualidade da fruta que está sendo obtida nos pomares gaúchos e catarinenses. "Essa é a melhor safra dos últimos 15 anos, desde que se começou a explorar a maçã comercialmente no Sul do Brasil. A fruta tem uma coloração boa e uma ótima pressão (rigidez). Temos tudo para um grande volume de exportações", garante o presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã, Ademar José Kurmann.
O resultado esperado, entretanto, ainda depende das condições climáticas até o final da colheita da variedade gala, deflagrada no início do mês e prevista para se encerrar em março. O maior temor dos produtores é a ocorrência de granizo enquanto a maçã ainda está na árvore. Da fruta destinada à exportação, cerca de 95% é da variedade gala e, o restante, fuji. O principal mercado é a Europa, que absorve mais de 90% da maçã negociada com outros países. O restante vai para os Estados Unidos e Ásia.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina são responsáveis por cerca de 90 % da produção nacional, que este ano deve chegar a 750 mil toneladas. Os dois estados obtêm a cada ano praticamente a mesma quantidade da fruta, com uma pequena vantagem de até três pontos percentuais para os catarinenses. A situação pode se inverter em algumas safras, quando as condições climáticas favorecem mais os gaúchos. O excesso de chuvas em outubro de 2000 prejudicou a produção em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O alto índice pluviométrico em meio ao período de floração fez com que muitas flores caíssem, atrapalhando o trabalho de polenização, a cargo de insetos como as abelhas. O resultado foi uma quebra de 43% na safra nacional. As exportações ficaram em torno de 35 mil toneladas, chegando a um valor de apenas US$ 17 milhões. "A safra deste ano é do tamanho do nosso mercado e de ótima qualidade", festeja o presidente da ABPM.
A cultura ocupa uma área de 32 mil hectares no Brasil, dividida em cerca de 2,3 mil produtores. Em Santa Catarina, as regiões de maior produção são as de Fraiburgo e São Joaquim. No Rio Grande do Sul, os pomares se concentram nos Campos de Cima da Serra, na região de Vacaria, no Nordeste do Estado. Conforme estimativas da ABPM, cerca de 40% da colheita já foi concluída nas regiões de Vacaria e Fraiburgo, município que sedia a entidade que reúne os produtores de maçã do Brasil. Em São Joaquim e arredores, o percentual seria de apenas 10%. As remessas este ano para o exterior, porém, ainda são consideradas incipientes. De acordo com Borges Júnior, até agora não teriam ultrapassado 180 mil caixas de 18 quilos. Cada caixa pode valer de US$ 7 a US$ 14, de acordo com a qualidade da fruta.
Os produtores estão recebendo de R$ 20 a R$ 25 por caixa. As exportações brasileiras se encerram normalmente em maio, quando começa a safra européia. O continente costuma aceitar, anualmente, apenas 600 mil toneladas da fruta originárias do hemisfério Sul.
No Rio Grande do Sul, a Agapomi prevê uma produção superior a 30 mil toneladas de maçã voltada para a exportação. Os primeiros embarques para a Europa aconteceram há cerca de duas semanas. O recorde ainda é de 2000, quando os gaúchos enviaram 27 mil toneladas da fruta ao mercado externo e, no total, a safra alcançou 427 mil toneladas. Ano passado, devido ao excesso de chuvas, o Rio Grande do Sul colheu apenas 212 mil toneladas e exportou 16 mil toneladas.
O Paraná é o terceiro produtor nacional. Em 2001, colheu 22 mil toneladas. Dados de 1998 da ABPM mostram que o Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial da produção de maçã. Das variedades cultivadas no País, 46% é gala e 45% é fuji. Mas apenas a primeira tem uma boa aceitação no mercado internacional. "A fuji é difícil de exportar. A Europa tem um preconceito com a variedade porque as frutas deles são de uma qualidade baixa", explica o presidente da ABPM.
A safra também proporciona uma ocupação temporária para milhares de trabalhadores. Conforme dados do presidente da Agapomi, a colheita emprega, em média, quatro pessoas em cada três hectares. Somente no Rio Grande do Sul, a cultura ocupa mais de 11 mil hectares. Durante a primavera, na época do raleio (retirada do excesso de frutas das árvores), a média é de 0,9 trabalhador por hectare.
Se o momento é bom para os produtores de maçã, o mesmo não se pode dizer em relação à indústria do suco da fruta. O produto beneficiado, que ingressava principalmente no mercado norte-americano, começou a enfrentar nos últimos três anos a concorrência da China, que lançou-se no mercado mundial com preços mais baratos. Segundo ainda o dirigente da ABPM, o Brasil chegava a embarcar anualmente até US$ 8 milhões em suco, valor que caiu pela metade. O produto vale hoje cerca de US$ 700 a tonelada.
Coamo apresenta desempenho 34% maior que anterior
A Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda. (Coamo) faturou R$ 1,6 bilhão no ano passado, resultado 34% maior que o desempenho do exercício anterior, segundo o balanço anual aprovado ontem em assembléia realizada em Campo Mourão, Noroeste do Paraná, sede da empresa. É a maior receita já obtida pela Coamo, que vem faturando acima da casa de R$ 1 bilhão desde 1999. As sobras líquidas alcançaram R$ 96,25 milhões, um aumento de 140% sobre a movimentação de 2000.
"O aumento do volume de recebimento, as vendas de insumos e as exportações foram fundamentais para essa expansão", explica José Aroldo Gallassini, presidente da cooperativa. Ele prefere não revelar o total comercializado de insumos, mas lembra que as 77 unidades da Coamo receberam 3,35 milhões de toneladas (principalmente soja, milho, trigo e algodão), quantidade 26,2% maior que o registrado no ano anterior.
A desvalorização do real frente ao dólar, principalmente no segundo semestre, impulsionou as exportações, que atingiram 1,79 milhão de toneladas e geraram uma receita de US$ 272 milhões, cerca de US$ 100 milhões a mais que o faturamento obtido com as vendas externas promovidas no exercício anterior. Esta performance alçou a Coamo à primeira posição no ranking de exportadores de commodities do Estado. O milho teve grande importância nessa evolução. A empresa exportou 750 mil toneladas do produto em 2001, ante praticamente nada na safra de 2000.
Gallassini lembra que a mudança no câmbio garantiu melhoria no preço das commodities, provocando um impacto de 65% da comercialização da soja e de 60% do milho. "Melhores preços, expressiva participação dos cooperados na entrega da produção e na aquisição de insumos e um clima favorável são fatores que explicam este excelente desempenho", resume.
Com 17 mil cooperados e considerada a maior cooperativa singular da América Latina, a Coamo também gerou mais impostos e taxas ao longo de 2001, atingindo a cifra de R$ 85,22 milhões, um aumento de 18% na comparação com o que foi gerado no exercício anterior, de acordo com números do balanço.
O desempenho econômico-financeiro, no entanto, foi também influenciado pela reestruturação promovida em 2001 e que vem sendo regularmente feita pela empresa a cada três anos, segundo revela Gallassini. "Reduzimos custos", afirma. Ao longo do período, a cooperativa reduziu cerca de 500 funcionários (14%) de seu quadro de pessoal de 3,6 mil funcionários, diminuiu o número de gerências, aumentou a informatização e, no final do ano, desativou sua destilaria de álcool que vinha operando desde a década de 80.
O presidente declarou que a unidade, que representava apenas 0,5% do faturamento da Coamo, estava se inviabilizando porque o cooperado vinha deixando de plantar cana-de-açúcar. Ele afirma que, para tornar a planta viável, a cooperativa teria ainda que investir na triplicação da capacidade de produção da fábrica de álcool.
Gallassini observa que os números de investimentos para este ano ainda não foram definidos, mas admite que a cooperativa continuará investindo, principalmente em armazenagem e recepção (que no exercício anterior receberam R$ 13 milhões em inversões), na indústria de óleos vegetais e na refinaria. A fábrica de óleo deverá ter sua produção duplicada de 1 mil toneladas para 2 mil toneladas, e a unidade de refino ampliada de 250 toneladas para 350 toneladas. O varejo, que gerou uma receita R$ 110 milhões, o equivalente a 6,8% do faturamento total, também será implementado, principalmente com ações voltadas para a margarina com a marca Primê, produto com baixo teor de gordura lançado em 2001.
STJ analisa aplicação de multa a banco por protelar decisão judicial
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) iniciou o julgamento de uma ação do Banco do Brasil (BB) que envolve a utilização de recursos com o objetivo de protelar decisões judiciais. A matéria coloca no centro da discussão os limites da utilização dos embargos de declaração - instrumento processual usado com objetivo de suprir dúvidas, om issão ou contradição numa decisão judicial e que interrompe o prazo para interposição de outros recursos.
Multado pela Justiça do Estado do Rio Grande do Sul por protelar decisões ao manejar os embargos de declaração numa ação de busca e apreensão, o banco ao STJ. No entanto, a Quarta Turma confirmou por unanimidade o entendimento da Justiça gaúcha.
No recurso à Corte Especial, o Banco do Brasil sustenta que “lançou mão dos embargos declaratórios não com intuito protelatório - ou intenção de adiar o desfecho de uma ação que lhe tem sido desfavorável”. O principal objetivo do banco, como alega, seria o pré-questionamento da questão federal, entendido como pressuposto ou exigência formal para que pudesse recorrer futuramente à instância superior, no caso o STJ.
O relator do processo na Corte Especial, ministro Milton Luiz Pereira, deu razão ao Banco do Brasil ao votar contra a multa de 1% do valor da causa aplicada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), e acolheu o recurso. A votação foi interrompida como pedido de vista pelo ministro José Delgado. Somente depois que o ministro apresentar o seu voto, o processo retornará à Corte.
Contra a multa aplicada pela Justiça gaúcha e confirmada pela Turma do STJ, o BB argumenta, com base na Súmula 98 do STJ, que “os embargos declaratórios opostos para o fim de pré-questionamento não podem ser considerados protelatórios”. Para o Tribunal de Justiça gaúcho houve “desnecessidade da oposição de embargos declaratórios” apresentados pelo BB contra acórdão de sua autoria e, em conseqüência, aplicou a multa prevista no artigo 138 do Código de Processo Civil.
O Tribunal gaúcho havia decidido que há conexão e causas entre uma ação de busca e apreensão do BB e uma ação revisional de contrato apresentada por Mário Ferreira Coutinho, que assim “devem ser reunidas para decisão simultânea”.
Ao examinar o recurso especial do Banco do Brasil na Quarta Turma, o relator, ministro Aldir Passarinho, também considerou desnecessária a apresentação dos embargos de declaração, acrescentando que “a multa do artigo 538 foi bem aplicada”.
Ao propor os embargos de divergência à Corte Especial do STJ, a instituição financeira, além de citar a Súmula 98 do STJ, confronta o acórdão da Quarta Turma com um da Corte Especial, segundo o qual “não podem reputar-se protelatórios embargos declaratórios opostos para satisfazer exigência de pré-questionamento”.
SC reduz consumo de energia em 0,9% com horário de verão
A Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) divulgou ontem o levantamento sobre a economia de energia garantida pelo horário de verão, que termina amanhã. Segundo os técnicos da distribuidora de energia, durante os 126 dias em que os relógios estiveram adiantados por uma hora, os catarinenses reduziram o consumo em 0,9%. No total, deixaram de ser consumidos 42 milhões de quilowatts/hora, volume de energia suficiente para atender a cidade de Blumenau, segunda maior consumidora do estado, por 18 dias.
Também houve redução importante da utilização de energia no horário de maior demanda – das 17h às 22h. Esse período, que normalmente concentra os picos de demanda, costuma exigir que o sistema opere com grandes volumes de carga, o que aumenta os riscos de apagões causados por sobrecarga das linhas e subestações. Aí, mostram os dados da Celesc, a redução do consumo chegou a 3,2%. Ou seja: os clientes da distribuidora de energia deixaram de consumir 72 Megawatts (MW), energia suficiente para atender a demanda máxima de Jaraguá do Sul, cidade que abriga consumidores do porte da Weg e da Marisol.
Apesar do refresco proporcionado pelo horário de verão, o sistema da Celesc não tem deixado os empresários totalmente satisfeitos com a qualidade da energia fornecida. No início do mês, por exemplo, grandes consumidores de Joinville cobraram da estatal obras que acabem com a variação de tensão da energia distribuída na cidade. A solução do problema depende de uma subestação que não tem data para sair do papel.
Artigos
O desafio de implantar a ética corporativa
Elyseu Eduardo Ely*
Ética, do latim ethica. Estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto (Novo Dicionário Aurélio, Ed. Nova Fronteira, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira).
Cada vez mais o mundo corporativo irá utilizar essa palavra mágica na condução dos negócios e daí extrair uma vantagem competitiva importante para a saúde dos negócios. Falar em ética neste País parece soar estranho, principalmente quando assistimos diariamente a recheados exemplos de ações e atitudes anti-éticas praticadas por empresas, governos, entidades e por aí afora, causando prejuízo ao cliente e ao cidadão.
No ambiente dos negócios, as empresas precisam estar atentas à evolução do cliente que está cada vez mais exigindo transparência e correção de atitudes, a fim de adequar suas estratégias de ações que satisfaçam esse novo padrão de comportamento. A empresa precisa acompanhar essa evolução para não ficar à margem do processo. Ignorar isso é um erro estratégico que pode comprometer a sobrevivência do negócio a médio e longo prazo.
É necessário que as empresas conscientizem-se de que a ética gera resultados e precisa ser disciplinada para tornar-se a bíblia da conduta dos negócios. Por isso, a condução ética na gestão dos negócios é um caminho sem volta. Os dirigentes precisam ter claro em suas mentes que o tema irá absorver boa parte da agenda de trabalho daqui pra frente, preparando a empresa para focar suas ações neste ambiente ético exigido pelo mercado. Mas, para tanto, os empreendedores, dirigentes e colaboradores necessitam internalizar e convencerem-se de que a ética verdadeiramente praticada através de atitudes e ações diárias, junto aos atores corporativos, é um diferencial competitivo importante para o crescimento e a imagem do negócio.
Não há resultados sadios sem atitude ética. O relacionamento das empresas com a sociedade como um todo está cada vez mais delicado e complexo, motivando que as mesmas passem a disciplinar suas condutas e assim evitar dores de cabeça que podem gerar custos significativos em termos de imagem e de produto. Custos, aliás, nunca quantificados.
As corporações precisam implantar seu código de atuação ética estabelecendo diretrizes claras junto aos seus colaboradores de como querem proceder junto aos fornecedores, clientes, governo, imprensa, meio-ambiente, parceiros internos, acionistas, Ong’s, legislação... É evidente que a empresa ao iniciar a elaboração de um código ético, irá mexer profundamente na sua cultura interna, fazendo a mesma virar de cabeça para baixo. Ou seja, jogar fora todos os vícios e padrões arraigados que norteavam a condução dos negócios até então. É oxigenar a cultura da empresa através da saudável prática da atitude ética.
Por isso, o envolvimento dos parceiros internos na elaboração do código de atuação ética é fundamental para criar, desde logo, o comprometimento de todos na sua aplicação correta e permanente dos princípios que ali estão esboçados. Isso acaba sendo também uma espécie de treinamento para que os parceiros passem a adotar novos padrões de comportamento junto ao mercado e ao cliente. Passa a ser uma quebra de paradigma fantástica e cria um novo clima organizacional onde todos passam a ver sentido verdadeiro naquilo que fazem. Sentem-se mais participantes e com sentido de contribuição efetiva para a satisfação integral do cliente e do mercado.
Os clientes querem apenas que o contexto empresarial seja verdadeiro e transparente com eles. É só i sso. E como as empresas têm dificuldade de lidar com o simples! O novo comportamento do mercado irá delimitar com clareza ao longo do tempo aquelas empresas que têm incorporado a aplicação de atitudes éticas no dia-a-dia dos negócios, daquelas que nem sequer deram conta de sua importância. O cliente irá também fazer essa separação, não tenho dúvida nenhuma. E quem irá sobreviver?
O cliente está mudando rapidamente em função de seu maior conhecimento, acesso maior à informação, valorização do seu dinheiro, busca de seus direitos... fazendo com que o mesmo não aceite mais ser ludibriado e receber tratamento anti-ético por parte das empresas. A título de exemplo, atitudes que recentemente estamparam os jornais e revistas a respeito da redução de pesos e quantidade dos produtos sem a correspondente redução de preços, as empresas tiveram manchadas sua imagem no mercado além de terem adotado uma atitude anti-ética que nada contribui para a melhoria do relacionamento e da credibilidade, além de abalar diretamente a confiança dos clientes.
De que adianta a empresa ter qualidade de produto se a mesma não tem conduta ética para gerenciar o relacionamento transparente com o cliente e o mercado? O futuro do consumo está diretamente ligado à atitude ética que o cliente terá da corporação. Pisar na bola, daqui pra frente, significa o fechamento do negócio. O consumo ficou mais esclarecido. As empresas precisam estar mentalizadas para isso pois do contrário estão agindo ainda de forma amadora a despeito de toda a evolução do cliente. Até um prazo de entrega não cumprido passa a ser considerado aos olhos do consumidor e demais atores corporativos como uma atitude pouco ética e desrespeitosa.
O desafio de elaborar e incorporar uma ética corporativa saudável, está baseado no que chamo de pilares de sustentação, a saber: importância da ética nos negócios, conscientização, envolvimento, comprometimento na aplicação, coerência, comunicação aberta, punição pelo descumprimento, revisão e atualização periódica e divulgação ao cliente.
O instrumento da boa conduta ética precisa ser bem elaborado, simples e de fácil compreensão por todos dentro da organização para que não haja imperfeições no seu cumprimento e pondo em risco a sua credibilidade. Credibilidade é o que o cliente espera das empresas através de atitudes simples mas com forte componente ético. O consumo agradece e os clientes também.
Colunistas
NOMES & NOTAS
Lactec
O superintendente do Lactec, engenheiro Henrique Ternes, firmou parceria com o International Finance Corporation e Departamento de Energia dos EUA, para desenvolver projeto de geração de energia a partir do hidrogênio. O Lactec é centro de excelência em pesquisas do Sul do país.
IPTU
A Secretaria Municipal da Fazenda (SMF), de Porto Alegre, arrecadou R$ 48,5 milhões com a cobrança do o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) com 20 % de desconto oferecido até o último dia 13. A informação é do diretor da Divisão de Tributos, Boaventura Pacheco Feijó. Cerca de 200 mil contribuintes (mais de 50%), já efetuaram o pagamento.
Recursos
O Badesc, Agência Catarinense de Fomento S/A, liberou no mês de janeiro a quantia de R$ 16.486.920,95 com recursos advindos do BNDES/FINAME e recursos próprios para injetar na economia catarinense. Foram 98 liberações sendo que 87% do total foi direcionado para as micros, pequenas e médias empresas. Os setores mais atendidos foram indústria, comércio e serviços. A Agência prevê para 2002 a liberação de R$ 355 milhões, sendo R$ 240 milhões para as indústrias, R$ 55 milhões para o FDM – Fundo de Desenvolvimento Municipal, R$ 36 milhões para o microcrédito e R$ 24 milhões para as renegociações. Esta meta representa um incremento de 54% sobre as aplicações do exercício de 2001.
Festa
O governador gaúcho, Olívio Dutra (PT), e o secretário da Agricultura e Abastecimento, José Hermeto Hoffmann, participam nesta sexta-feira, dia 15,às 14h, da cerimônia oficial de abertura da 24ª Festa Nacional da Uva e 18ª Feira Agroindustrial, no Parque de Exposições Centenário, em Caxias do Sul, na Serra gaúcha.
Economia
A empresa gaúcha ComEnergy Engenharia de Iluminação em parceria com a paulista Unilight (uma das primeiras empresas a fabricar reatores eletrônicos no Brasil e responsável pelo desenvolvimento de reatores eletrônicos centrais com dimers, mecanismos de controle do fluxo luminoso) estão trazendo para o Sul do país um novo conceito de eficiência energética em iluminação. O projeto foi concretizado pela construtora Kaefe Engenharia, responsável pela construção do novo prédio do curso de Fisioterapia da Feevale, em Novo Hamburgo, inaugurado ontem. As novas instalações contam com luminárias de alto rendimento e estão equipadas com sensores de presença. Com o sistema de dimerização das lâmpadas, o fluxo luminoso das luminárias varia de acordo com a preferência das pessoas ou com a necessidade do dia, ou seja, com uma maior luminosidade natural o reator central instalado permitirá a diminuição da iluminação fluorescente e vice-versa. Resultado: economia mínima de 30%.
BID X RS
O presidente do BID, Enrique Iglesias, fez convite para o governador gaúcho Olívio Dutra (PT) participar de reunião de governadores em março.Iglesias, reiterou o interesse do banco em acertar uma parceria com o governo gaúcho no Programa RS Inclusão Social. A informa;’ao foi dada pelo secretário estadual da Coordenação e Planejamento do Rio Grande do Sul, Adão Villaverde que, em companhia do secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social, Tarcísio Zimmermann, foi recebido em audiência pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, na última quarta-feira, dia 13.
Prestígio
A Price waterhouse Coopers foi escolhida pela revista inglesa International Tax Review, especializada em tributos, como a melhor consultoria tributária da América Latina em 2001. A pesquisa, realizada anualmente, também aponta a Price como a primeira colocada em países como o Brasil e o México, e entre os três primeiros colocados em outros países onde atua. A PWC mantém escritório desde 1956 em Porto Alegre e é a maior empresa de auditoria e consultoria do país. O sócio do escritório na capital gaúcha, Carlos Sousa, disse que a empresa tem se preocupado em oferecer aos empresários informações sobre os cenários e tendências do mercado local e de países vizinhos.
Moradias
O empreendimento Moradias Cabo Frio, de Londrina, Norte do Paraná, concorrerá em março, em Dubai, nos Emirados Árabes, com centenas de outros projetos de diferentes partes do mundo, num evento que busca soluções habitacionais urbanas adequadas a diferentes países. O caso paranaense foi selecionado em 2000, entre 140 experiências nacionais no programa “Caixa - Melhores Práticas”, da Caixa Econômica Federal.
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02/15/2002
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