Projeto transforma lama em energia elétrica
Todos os anos, milhões de toneladas de lama são retirados do fundo dos portos de todo o Brasil. O resíduo é armazenado e depois despejado no oceano, em áreas onde causem menor impacto ambiental. Para evitar riscos à diversidade marinha e agregar benefícios à população, pesquisadores da Fundação Universidade Rio Grande (Furg), do Rio Grande do Sul, desenvolveram um projeto para transformar a lama coletada em energia elétrica.
A iniciativa tem como objetivo criar uma Unidade de Tratamento de Sedimentos de Dragagem, que deve ser instalada ainda em 2010, no Porto de Rio Grande (RS). A dragagem é um procedimento em que uma embarcação recolhe do fundo do leito dos portos os sedimentos com uma espécie de aspirador. Esse processo é realizado para manter a profundidade do local por onde os barcos e navios navegam.
Porém, ao invés de despejar a lama no oceano ela será transferida para reatores da unidade de tratamento. Eletrodos instalados nos tanques de armazenamento captarão os elétrons que são produzidos na decomposição na lama. Esses elétrons podem ser transferidos para baterias ou irem direto para a distribuição de energia. De acordo com a professora do Laboratório de Controle de Poluição da Escola de Química e Alimentos (EQA) da Furg e coordenadora do projeto, Christiane Ogrodowskim, a energia elétrica é captada nessa fase.
Nos próximos cinco anos, a expectativa é que sejam retiradas 6,5 milhões de toneladas de lama do porto. “O projeto tem potencial de geral 580 megawatts por hora, quantidade suficiente para abastecer uma cidade de até 600 mil habitantes. É uma tecnologia inovadora”, diz Christiane.
O projeto é o primeiro no País a gerar energia elétrica a partir da lama. “É uma maneira de preservar o meio ambiente e ajudar a solucionar um problema mundial que é a destinação desse material dragadado. Além disso, economicamente é uma das melhores formas de produzir energia”, analisa a coordenadora.
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Em Questão edição 1037 - 07/05/2010
04/08/2010 23:38
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